Sejam bem-vindos!

Paulo Raimundo (Membro da Comissão Política)

Não escamoteando dificuldades e problemas, aliás em grande parte identificadas quer no XXI congresso quer no dia-a-dia da nossa intervenção, a verdade é que são muitos aqueles que se juntam ao Partido, sendo que em muitas organizações o número de recrutamentos realizados no primeiro trimestre deste ano é superior ao de todo o ano de 2020.

Nesta adesão significativa ao Partido está presente o reconhecimento da sua coerência, determinação e coragem

Gente nova e nova gente, homens, mulheres e muitos jovens que deram o passo de se inscrever no Partido. Gente que vem com vontade de paarticipar, fazer coisas, assumir responsabilidades.

Gente empenhada, comprometida e disponível para lutar de forma organizada, gente que, apesar de toda a intoxicação e raiva contra o Partido, decidiu, na larga maioria, por sua iniciativa própria bater à porta do PCP para a nós se juntar.

O que os atrai? O que os faz agora dar este passo?

Terá estado presente para a decisão a forma como se desenvolveu a campanha eleitoral das presidenciais e as portas que a mesma abriu para a nossa intervenção futura; terão pesado os perigos e o agigantamento das forças mais reaccionárias e o facto de encontrarem no Partido a força capaz de lhes fazer frente; terá tido importância o projecto, objectivos e a forma como o PCP assinala o seu centenário, valorizando a sua história mas com a clara opção de intervenção firme no presente e de projeção para o futuro; ter-se-á para muitos tornado evidente não só as injustiças do sistema capitalista mas acima de tudo que só com a sua superação é possível responder aos problemas e desafios que enfrentamos; terão sido diversas as razões e motivações para a adesão ao Partido mas com toda a certeza que não terá sido a partir da cobertura mediática ao PCP a razão dessa opção.

Reconhecimento e determinação
Certamente que está presente nesta adesão significativa o reconhecimento da coerência, determinação, coragem e capacidade de organização do PCP, que perante uma situação tão exigente soube encontrar e concretizar as medidas de segurança sanitárias necessárias para garantir a necessária proteção e condições para intervir.

Um Partido que, perante a epidemia, não ficou no sofá e esteve onde era para estar: com os trabalhares, as populações, com todos os sectores atacados pelo vírus da exploração, do desemprego, da precariedade, dos aproveitamentos da situação, do roubos de direitos e salários, da desregulação dos horários e dos encerramentos obrigatórios.

Um Partido que agiu, mobilizou e resistiu. Foi assim quando, a pretexto da epidemia, tentaram travar as comemorações do 25 de Abril, assim foi na corajosa acção do 1.º de Maio, tal como nas diversas acções de luta travadas por diversos sectores, na Festa do Avante!, no XXI Congresso.

Um Partido que esteve ao lado dos profissionais da saúde e na rua pela defesa do SNS; ao lado dos trabalhadores da cultura e na defesa da produção e fruição culturais; dos pequenos e médios empresários animando a sua organização e luta; dos reformados e pensionistas, da juventude, dos estudantes; que esteve ao lado dos trabalhadores forçados a trabalhar nas suas próprias casas; esteve ao lado dos direitos das crianças e dos pais, esteve ao lado das vítimas do desemprego.

Um Partido que esteve e está ao lado dos milhares de trabalhadores que mesmo perante os incontáveis estados de emergência foram e vão todos os dias trabalhar enfrentando velhas/novas formas de exploração.

Um Partido que em momento algum prescindiu de estar ao lado dos trabalhadores, que os animou e anima para a sua mobilização, como sucedeu nas lutas dos trabalhadores da Galp da refinaria de Matosinhos, da SPDH-Groundforce, do Bingo do Belenenses, do Grupo JJW, nos Centros de Contacto da EDP, na Eurest, na Spitfire, na Iberol, no Novo Banco, na Santos Barosa, na Aptiv Braga, entre tantas outras.

Juntar força à força
Estamos em Abril, na véspera de assinalar os 45 anos da Constituição da República e a dias de voltar às ruas para afirmar a Revolução, os seus valores e conquistas. Estamos a um mês do 1.º de Maio – que, face à actual situação, terá de ser de máxima mobilização e capaz de expressar a luta que se trava nos sectores, empresas e locais de trabalho.

Muitas são as batalhas que vamos continuar a travar. Para todas elas contamos acima de tudo com as nossas forças, com aqueles muitos que se juntaram ao Partido e aos que se lhes seguirão. Teremos mais força para juntar à força!



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