Mineiros, vidreiros e Exide em greve por melhores salários

Os trabalhadores e os seus sindicatos salientam que é de inteira justiça melhorar os salários e as condições de trabalho, valorizando o trabalho e o esforço acrescido na actual situação sanitária.

O 1.º de Maio vai ser também um dia de luta pelo aumento dos salários

Nas empresas em luta foi reafirmado o apelo à participação nas iniciativas do 1.º de Maio, como forma de dar mais visibilidade e força às reivindicações.

Nas Minas da Panasqueira, uma série de greves de duas horas diárias, a cumprir em todos os horários, começou na segunda-feira, dia 26. «No primeiro turno de hoje, que se iniciou às 7 horas, os trabalhadores da Beralt Tin & Wolfram (Portugal) aderiram em massa à greve e um numeroso grupo concentrou-se, em piquete, junto à entrada da Mina de Rebordões», informou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.
Numa nota publicada nesse dia, o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN relatou que, numa reunião no Ministério do Trabalho, «ficou ainda mais claro que a administração só não melhora as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores porque não quer». O STIM mostra como «dinheiro é coisa que não falta» no Grupo Almonty, com novos investimentos anunciados e um novo accionista internacional.
A greve prossegue até 8 de Maio, abrangendo também o trabalho suplementar.

Na segunda-feira à noite entraram em greve os trabalhadores da vidreira Santos Barosa, na Marinha Grande, em defesa da sua proposta reivindicativa. A resposta da administração foi recusada em plenários, após os quais o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira convocou greve para o período entre as 21 horas de dia 26 e as 13 horas de ontem, dia 28.
«O esforço, a dedicação e o profissionalismo dos trabalhadores têm de ser recompensados de forma digna, tendo em conta os lucros do Grupo Vidrala», realçou o sindicato da Feviccom/CGTP-IN, numa nota à comunicação social.

Também com estes motivos, o STIV tinha já convocado greve na Vidrala Logistics, do mesmo grupo. A paralisação teve lugar nos dias 22 e 23.

Entre os dias 22 e 27, a produção parou, desde o primeiro período de greves de duas horas, na Tudor Exide Technologies, em Castanheira do Ribatejo (Vila Franca de Xira). Durante as paralisações, para exigir aumentos salariais condignos, os trabalhadores concentraram-se no exterior da fábrica, com uma faixa e bandeiras do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas.
Na terça-feira, de manhã, esteve no local uma delegação da CGTP-IN, com a Secretária-geral, Isabel Camarinha. Após as intervenções sindicais, os trabalhadores saíram, em manifestação, até à rotunda da Estrada Nacional 1, gritando palavras de ordem como «é justo e necessário o aumento do salário».
Em comunicado, o SIESI e as organizações representativas dos trabalhadores na empresa saudaram este exemplo e exigiram da administração «um salto qualitativo na sua proposta de aumento salarial».
«Os trabalhadores devem manter a unidade que construíram e permanecer firmes na defesa dos seus legítimos interesses e aspirações», alertou o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN, que apelou a que o 1.º de Maio seja também um dia de luta pelo aumento dos salários, na manifestação convocada pela CGTP-IN, em Lisboa.

 



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