Todos os anos, mais ou menos por esta al­tura, mi­li­tantes do PCP e ali­ados oriundos dos vá­rios con­ce­lhos do dis­trito de Leiria têm en­contro mar­cado na Festa de Verão, num re­canto de pi­nhal a poucos me­tros da Lagoa de Óbidos. Este ano, lá es­ti­veram uma vez mais, as­se­gu­rando os ne­ces­sá­rios cui­dados que a per­sis­tência da epi­demia de COVID-19 impõe: mesas com ca­pa­ci­dade li­mi­tada, uso de más­cara obri­ga­tório, dis­tância fí­sica as­se­gu­rada, equipas de hi­gi­e­ni­zação.

De resto, a ale­gria de sempre: às sar­di­nhas as­sadas se­guiu-se a mú­sica de Nelson Ro­dri­gues, que in­ter­pretou de forma mag­ní­fica co­nhe­cidas can­ções por­tu­guesas e bra­si­leiras, e as in­ter­ven­ções de Sónia Co­laço, do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», de José Luís de Sousa, da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Leiria do PCP, e de Je­ró­nimo de Sousa. Na mesa do co­mício es­tavam ainda Mar­ga­rida Bo­telho e Ângelo Alves, res­pec­ti­va­mente do Se­cre­ta­riado e da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral, e Mar­ga­rida Pa­tro­cínio, da Ju­ven­tude CDU.

Este ano, as elei­ções au­tár­quicas foram tema forte nas in­ter­ven­ções. O Se­cre­tário-geral do Par­tido, va­lo­ri­zando o facto de terem já sido apre­sen­tados todos os pri­meiros can­di­datos aos ór­gãos mu­ni­ci­pais dos 16 con­ce­lhos do dis­trito (ver caixa), re­alçou o alar­ga­mento das listas da CDU, «seja no plano do ter­ri­tório, onde re­for­çámos as nossas can­di­da­turas em zonas como a re­gião do Pi­nhal In­te­rior Norte, seja na in­di­cação de muitos ca­beças de lista in­de­pen­dentes, al­guns dos quais são o rosto das mais im­por­tantes ba­ta­lhas que vamos travar».

Je­ró­nimo de Sousa des­tacou ainda o facto de haver mais mu­lheres e jo­vens prontos para as­sumir «grandes res­pon­sa­bi­li­dades». Aliás, nos dois con­ce­lhos em que a CDU tem mais força e in­fluência, Pe­niche e Ma­rinha Grande, as can­di­da­turas à pre­si­dência das res­pec­tivas câ­maras mu­ni­ci­pais são as­su­midas por mu­lheres, Clara Abrantes e Ale­xandra Den­gucho.

Con­fi­ança

Doze anos de gestão CDU na Câ­mara Mu­ni­cipal de Pe­niche «mu­daram a face» do con­celho, cons­ti­tuindo um «con­tri­buto fun­da­mental para o seu de­sen­vol­vi­mento», sa­li­entou o Se­cre­tário-geral do PCP, la­men­tando que esse ca­minho tenha sido in­ter­rom­pido em 2017. As con­sequên­cias ne­ga­tivas dessa opção aí estão, re­alçou: uma «gestão er­rá­tica sem visão es­tra­té­gica e sem pro­jecto, em que a grande mu­dança pro­me­tida se saldou na es­tag­nação e mesmo re­tro­cesso e onde o que avançou foi fruto dos pro­jetos dei­xados pela gestão CDU».

Também na Ma­rinha Grande, acres­centou, mais um man­dato do PS con­firmou um «as­fi­xi­ante vazio de ideias, de von­tade e de ca­pa­ci­dade para dar res­posta a ques­tões que se ar­rastam há mais de uma dé­cada».

«Nós con­fi­amos que a po­pu­la­ções destes con­ce­lhos vão repor na gestão das suas au­tar­quias o tra­balho, a com­pe­tência e o rigor que a CDU ga­rante, e con­firmar as ac­tuais mai­o­rias CDU nas fre­gue­sias», re­alçou.

Grandes de­sa­fios

Tanto Je­ró­nimo de Sousa como os res­tantes in­ter­ve­ni­entes des­ta­caram os grandes de­sa­fios co­lo­cados à in­ter­venção da CDU, ao nível dos con­ce­lhos e também da re­gião. A so­lução de tantos que são os pro­blemas exis­tentes «so­li­citam uma in­ter­venção di­fe­rente, as­sente num pro­jecto dis­tinto e al­ter­na­tivo aos que pro­ta­go­nizam PS, PSD e CDS e seus su­ce­dâ­neos. Fa­lamos desse pro­jecto al­ter­na­tivo, as­sente no tra­balho, na ho­nes­ti­dade e na com­pe­tência de que a CDU é por­ta­dora», su­bli­nhou o Se­cre­tário-geral do PCP.

Aqueles que vi­erem a ser eleitos pela CDU nos mais va­ri­ados ór­gãos au­tár­quicos dos 16 con­ce­lhos con­tarão, assim, levar mais longe a luta pela cons­trução de um novo hos­pital no sul do dis­trito; para de­fender a na­tu­reza e do pa­tri­mónio na­tural na Lagoa de Óbidos, nas Ar­ribas de São Mar­tinho do Porto, no Rio Lis e no pro­mon­tório da Na­zaré; para pro­teger a flo­resta; para sal­va­guardar o pa­tri­mónio cul­tural ma­te­rial e ima­te­rial, seja con­cre­ti­zando o Museu Na­ci­onal da Re­sis­tência e da Li­ber­dade, em Pe­niche, seja com­ba­tendo a ali­e­nação ou des­ca­rac­te­ri­zação dos mos­teiros da Ba­talha ou de Al­co­baça.

A re­qua­li­fi­cação e mo­der­ni­zação da linha do Oeste, «ar­ran­cada a ferros com a luta», ou a de­fesa da pesca e dos pes­ca­dores, que al­can­çaram re­cen­te­mente o re­cente uma vi­tória com o au­mento, ainda que in­su­fi­ci­ente, da quota da sar­dinha, foram exem­plos dei­xados pelo Se­cre­tário-geral do PCP, para con­cluir que «todos podem contar com a CDU nas lutas que são justas».

Antes, já José Luís de Sousa tinha sau­dado as ac­ções de luta dos tra­ba­lha­dores de vá­rias em­presas e sec­tores: dos vi­dreiros da Ma­rinha Grande aos tra­ba­lha­dores da grande dis­tri­buição co­mer­cial, pas­sando pelos agri­cul­tores e muitos ou­tros sec­tores. O di­ri­gente re­gi­onal do Par­tido re­feriu-se ainda aos tra­ba­lha­dores imi­grantes, que na re­gião são par­ti­cu­lar­mente ex­plo­rados na pro­dução fru­tí­cola.

O papel da CDU no poder local foi assim re­su­mido por Je­ró­nimo de Sousa: «lutar ao lado das po­pu­la­ções unindo forças, cons­truindo uni­dade.»

Servir as po­pu­la­ções

Na Festa de Verão, es­ti­veram pre­sentes todos os pri­meiros can­di­datos da CDU às 16 câ­maras mu­ni­ci­pais do dis­trito. São eles:

Al­co­baça: Cle­men­tina Hen­ri­ques; Al­vaiá­zere: Pedro Alves; An­sião: Nídia Va­lente; Cas­ta­nheira de Pera: Rui Bal­tazar; Ba­talha: José Va­lentim; Bom­barral: Con­ceição Cor­reia; Caldas da Rainha: An­tónio Barros; Fi­gueiró dos Vi­nhos: Pedro Mata; Leiria: Sérgio Silva; Ma­rinha Grande: Ale­xandra Den­gucho; Na­zaré: João Del­gado; Óbidos: Lui­sinho Leal; Pe­drógão Grande: Aires Hen­ri­ques; Pe­niche: Clara Abrantes; Pombal: Jaime Por­tela; Porto de Mós: Pedro Santos.

Para Je­ró­nimo de Sousa, estes can­di­datos são «co­nhe­ce­dores da re­a­li­dade, dos pro­blemas e dos de­sa­fios que se co­locam ao de­sen­vol­vi­mento de cada um dos seus con­ce­lhos e da sua re­gião» e estão «prontos a servir as po­pu­la­ções».