Forte adesão à greve nas corticeiras que «criam ricos e produzem pobres»

Os ope­rá­rios cor­ti­ceiros deram em três dias de pa­ra­li­sa­ções uma forte res­posta à in­tenção pa­tronal de au­mentar so­mente em 15 euros os sa­lá­rios por mês num sector que pros­segue a acu­mu­lação de lu­cros.

O sector é exemplo da in­jus­tiça na dis­tri­buição da ri­queza

O pro­testo foi con­vo­cado pela Fe­de­ração Por­tu­guesa dos Sin­di­catos da Cons­trução, Ce­râ­mica e Vidro (Fe­viccom/​CGTP-IN) e pro­longou-se de quarta, 21, a sexta-feira, 23, nas 13 prin­ci­pais em­presas cor­ti­ceiras do País.

Logo no pri­meiro dia de greve, a Fe­viccom deu conta de uma adesão quase total por parte dos tra­ba­lha­dores na Amorim Cork Flo­o­ring, em S. Paio de Oleiros (Aveiro). No mesmo dia pa­ra­li­saram as duas uni­dades in­dus­triais da Amorim Flo­restal, em Sal­teiros e Ponte de Sor (Por­ta­legre).

A greve pros­se­guiu na quinta e sexta-feiras, na Amorim & Ir­mãos e na AS Fi­lhos, em Santa Maria de Lamas (Aveiro), na Amorim Cork In­su­la­tion, em Vendas Novas (Évora) e nas duas uni­dades in­dus­triais da Amorim, em Co­ruche (San­tarém); na Gra­norte e na So­cori, em Rio Meão, na Amorim Champ­cork, em Santa Maria de Lamas, na Amorim Top Se­ries, em Ar­gon­cilhe, na Amorim Cork Com­po­sites, em Mo­zelos.

Na Amorim & Ir­mãos, na sexta-feira, mais de 300 ope­rá­rios com­pa­re­ceram ao pi­quete de greve, or­ga­ni­zado à porta da fá­brica, numa de­mons­tração inequí­voca de que não aceitam a pro­posta pa­tronal de ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios em 50 cên­timos por dia, ou seja, «15 euros por mês, o que cor­res­ponde a me­tade do au­mento do sa­lário mí­nimo na­ci­onal», notou a fe­de­ração.

A Fe­viccom con­si­derou a in­tenção pa­tronal «mais um exemplo da in­jus­tiça na dis­tri­buição da ri­queza que reina no sector cor­ti­ceiro», onde os pa­trões «criam ricos e pro­duzem po­bres».

A es­tru­tura sin­dical partiu para as ne­go­ci­a­ções com uma exi­gência de ac­tu­a­li­zação sa­la­rial na ordem dos 45 euros por mês. Con­tudo, no de­correr do pro­cesso avançou com a pro­posta de 35 euros de au­mento, mas nem assim a APCOR aceitou chegar a acordo para al­terar a ta­bela sa­la­rial do Con­trato Co­lec­tivo de Tra­balho.

Nova reu­nião entre a Fe­viccom e a as­so­ci­ação dos pa­trões da cor­tiça es­tava mar­cada para se­gunda-feira, dia 26, in­formou ainda a fe­de­ração.

 



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