Greve forte na Lisnave Yards passa agora para as ruas

An­te­ontem, ter­ceiro dia da greve a todo o tra­balho su­ple­mentar e ao tra­balho normal, ini­ciada a 31 de Ou­tubro, foi anun­ciada a re­a­li­zação de uma con­cen­tração em Se­túbal, junto da ACT, no dia 18.

O re­gime de «adap­ta­bi­li­dade» traduz-se em tra­balho gra­tuito

Na manhã de terça-feira, dia 2, os tra­ba­lha­dores man­ti­veram-se con­cen­trados na en­trada do es­ta­leiro da Mi­trena, dando assim mais vi­si­bi­li­dade à sua luta pela eli­mi­nação do re­gime de «adap­ta­bi­li­dade» dos ho­rá­rios (que se traduz em tra­balho não re­mu­ne­rado), pela ad­missão de mais pes­soal, por me­lhores con­di­ções de Se­gu­rança e Saúde no Tra­balho e no re­fei­tório.

Du­rante a con­cen­tração, usaram da pa­lavra tra­ba­lha­dores da Lis­nave Yards e di­ri­gentes sin­di­cais (de­sig­na­da­mente, os co­or­de­na­dores do SITE Sul, da União dos Sin­di­catos de Se­túbal e da Fi­e­qui­metal), va­lo­ri­zando a luta e re­a­fir­mando as suas justas ra­zões.

Es­teve pre­sente uma de­le­gação do PCP e, numa breve in­ter­venção, Paula Santos, do Co­mité Cen­tral do Par­tido e de­pu­tada, re­a­firmou a so­li­da­ri­e­dade com a luta dos tra­ba­lha­dores e o com­pro­misso do Par­tido de con­ti­nuar a agir pela re­so­lução dos pro­blemas com que estes se con­frontam e pela me­lhoria das suas con­di­ções de tra­balho e de vida.

Desde as zero horas de 31 de Ou­tubro, como in­formou o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, a greve teve uma adesão muito ex­pres­siva, sempre acima dos 90 por cento em todos os turnos. Esta luta foi de­ci­dida em ple­nário, logo de­pois da pa­ra­li­sação re­a­li­zada de 2 a 5 de Ou­tubro, que teve uma adesão su­pe­rior a 80 por cento.

O sin­di­cato in­formou ainda que, para des­tacar a exi­gência de me­lhoria do ser­viço no re­fei­tório, na se­mana que an­te­cedeu a greve, os tra­ba­lha­dores da Lis­nave Yards or­ga­ni­zaram-se, le­varam de casa a sua pró­pria re­feição e con­cen­traram-se à hora de al­moço na porta do re­fei­tório da em­presa, re­cu­sando-se a con­sumir a re­feição ali con­fec­ci­o­nada.

 

Eu­ro­re­sinas

A forte adesão à greve ini­ciada ontem, dia 3, na Eu­ro­re­sinas, em Sines, pro­vocou a pa­ragem da pro­dução na­quela fá­brica do sector quí­mico, pro­pri­e­dade do Grupo Sonae Arauco, in­formou o SITE Sul, pouco de­pois da con­cen­tração re­a­li­zada no ex­te­rior, ao início da manhã.

A greve, con­vo­cada até dia 12, foi de­ci­dida em ple­nário, a 22 de Ou­tubro. Desde essa al­tura, a ad­mi­nis­tração não al­terou as suas po­si­ções, con­ti­nu­ando sem dar res­postas con­cretas às rei­vin­di­ca­ções de au­mento dos sa­lá­rios, pro­gressão nas car­reiras, eli­mi­nação da pre­ca­ri­e­dade, se­guro de saúde igual para todos e atri­buição de sub­sídio trans­porte.

O sin­di­cato lem­brou que os tra­ba­lha­dores já deram tempo de­mais à ad­mi­nis­tração e até des­mar­caram uma greve que es­teve con­vo­cada, mas a po­sição pa­tronal não cor­res­pondeu a essa aber­tura.



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