«Nenhum voto na CDU beneficiará a direita»

Jerónimo de Sousa acusou o PS e PSD de se prepararem para prosseguir a velha política de direita, que enfrentou obstáculos e viu serem recuperados direitos em resultado da influência das forças da CDU, razão pela qual o PS forçou eleições.

As legislativas são para eleger deputados, não o primeiro-ministro

O Secretário-geral do Partido falava numa sessão pública de apresentação dos candidatos da Coligação pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, realizada ao final da tarde de anteontem, no Casino Afifense. E estando no Alto Minho, bem podia ter dito que PS e PSD acenam mutuamente o lenço dos namorados, já que, como referiu, se o segundo «anunciou estar disposto a dar a mão ao PS caso este não tenha maioria absoluta», o primeiro não recusa.

A fuga recente do PS e do seu Governo à influência das forças da CDU, foi, de resto, um aspecto para o qual Jerónimo de Sousa chamou a atenção. Tanto mais, relatou, que só muito mais tarde [nas negociações do Orçamento do Estado para 2022] «é que descobrimos que o PS não queria soluções», mas «ir para eleições» na «ânsia da maioria absoluta».

«Se isso não resultar, já está a estender mão ao PSD», insistiu o dirigente comunista, que devolve a alegada responsabilidade do PCP ter «aberto a porta à direita» ao votar contra o OE, lembrando que «a única porta que o PCP um dia abriu foi para que o PSD/CDS saíssem do Governo em 2015».

Decisivo
Tal como então, salientou por outro lado o Secretário-geral do Partido no encerramento da sessão, hoje só os comunistas esclarecem que as legislativas «são para eleger deputados, não o primeiro-ministro». Por isso, a «ilusão» de que está em causa escolher um chefe para o governo só serve para «criar a ideia de que os portugueses apenas têm duas alternativas: PS ou o PSD», os quais, na verdade, «se completam».

Assim, «decisivo é o reforço da CDU», pois nenhum voto no PCP-PEV «beneficiará a direita».

A mesma ideia foi vincada por Fernando Sá, que falando em nome do PEV frisou também o legítimo «orgulho» que as forças da CDU têm no «percurso de proposta e acção» recente, e por Joaquim Celestino Ribeiro, primeiro candidato pelo distrito de Viana do Castelo.

A acompanhar o professor de 48 anos estão outros cinco homens e cinco mulheres, sete dos quais com menos de 40 anos e, entre estes, duas mulheres que recentemente se inscreveram no PCP. Todos os candidatos foram apresentados logo no início da iniciativa pelo mandatário da CDU na região, Augusto Silva, operário fabril de 51 anos, o primeiro a intervir depois de um grupo de tocadores de triclitrackde Afife terem despertado os presentes para a urgência de tomarem – e motivarem outros a tomar – nas suas mãos as decisões que importa sobre o futuro.

Aliás, discursando perante uma plateia repleta, Jerónimo de Sousa foi o primeiro a sinalizar matérias a que importa dar resposta urgente, como a necessidade de proteger os rendimentos dos pais forçados a permanecer com os filhos em casa na primeira semana de Janeiro; aumentar o investimento em áreas produtivas estratégicas, bem como os salários; apostar em meios humanos e infra-estruturas e na valorização dos profissionais afectos à escola pública e ao Serviço Nacional de Saúde.

O Secretário-geral do PCP avançou igualmente duas medidas especialmente sentidas no distrito: assegurar a mobilidade em transportes colectivos a baixo custo para as populações e a importância de travar modelos que servem para preparar futuras privatizações da água pública.

 

 



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