1593 – Nasce Artemisia Gentileschi

Filha mais velha do pintor toscano Orazio Gentileschi, nascida em Roma, vítima de um ignóbil processo público na sequência da violação pelo pintor Agostino Tassi, seu tutor, Artemisia Gentileschi é uma das raras mulheres do seu tempo a ver reconhecidas as suas produções artísticas. O estupro e o infame julgamento que se seguiu – foi submetida a diversos exames ginecológicos e obrigada a testemunhar sob tortura para se apurar a veracidade da acusação – não a venceram. Partilha com o pai a influência de Caravaggio, amigo da família, mas cedo segue o próprio rumo, primeiro em Itália e depois pela Europa. É requisitada pelas grandes figuras da época, desde o Grão-Duque da Toscana, Cosme II de Médici, ao Papa Urbano VIII, passando pelo monarca francês Luís XIII, o cardeal Richelieu, Carlos I de Inglaterra, Filipe IV de Espanha, entre outros. Todos querem ter uma “Artemisia”, confirmando a justeza das palavras da artista, que se torna na primeira mulher a entrar para a Academia de Arte de Florença: «As minhas obras falarão por si próprias». Entre as mais famosas inclui-se o seu “Auto retrato como alegoria da pintura”. Assina as obras com AGF, Artemisia Gentileschi Fecit, sublinhando com o verbo “fazer” a autoria que o machismo rejeitava reconhecer.