Pelo acesso livre a publicações científicas

Sandra Pe­reira, de­pu­tada do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, en­de­reçou uma per­gunta es­crita à Co­missão Eu­ro­peia sobre o acesso livre a pu­bli­ca­ções ci­en­tí­ficas.

Ex­plica a de­pu­tada co­mu­nista que as pu­bli­ca­ções aca­dé­micas «tor­naram-se es­sen­ciais pela po­ten­ci­a­li­dade do co­nhe­ci­mento par­ti­lhado», mas também porque «pas­saram a ser um factor con­tável para a in­te­gração e pro­gressão na car­reira dos in­ves­ti­ga­dores e pro­fes­sores uni­ver­si­tá­rios». São, por isso, alvo de um ne­gócio mul­ti­mi­li­o­nário das edi­toras es­pe­ci­a­li­zadas que vivem à custa do tra­balho desses in­ves­ti­ga­dores, a quem, com frequência, pedem até um pa­ga­mento para a pu­bli­cação de ar­tigos.

Ou seja, re­fere, «os in­ves­ti­ga­dores, pagos por fundos pú­blicos, fre­quen­te­mente sob pressão da ava­li­ação da sua po­sição, pro­duzem ci­ência que pu­blicam em ar­tigos ci­en­tí­ficos que são ce­didos, gra­tui­ta­mente ou sob pa­ga­mento, aos edi­tores, que por sua vez re­correm gra­tui­ta­mente a re­vi­sores ci­en­tí­ficos e de­pois vendem esses ar­tigos a ou­tros in­ves­ti­ga­dores e ins­ti­tui­ções».

Al­guns países e ins­ti­tui­ções as­su­miram já uma po­lí­tica de acesso livre aos re­sul­tados das in­ves­ti­ga­ções que são ob­tidos a partir de fi­nan­ci­a­mento pú­blico.

Neste con­texto, Sandra Pe­reira ques­tiona se a Co­missão Eu­ro­peia vai pro­mover po­lí­ticas de acesso aberto e, em caso afir­ma­tivo, em que con­sistem. Mais: se há ga­rantia de que as ins­ti­tui­ções e os in­ves­ti­ga­dores não terão qual­quer tipo de custo para pu­blicar e aceder a ar­tigos ci­en­tí­ficos e que não serão, uma vez mais, as edi­toras a lu­crar com o tra­balho ci­en­tí­fico dos in­ves­ti­ga­dores.




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