Pacto Histórico exorta partidos a repudiar incitação a golpe de Estado na Colômbia

O can­di­dato pre­si­den­cial do Pacto His­tó­rico, Gus­tavo Petro, exortou todos os par­tidos po­lí­ticos da Colômbia a re­jeitar aquilo que con­si­derou um con­vite ao golpe de Es­tado feito pelo ex-pre­si­dente Álvaro Uribe. «É hora de de­fender a de­mo­cracia de todos e de todas. É hora de uma mu­dança tran­quila», afirmou Gus­tavo Petro, de­pois de Uribe ter re­cu­sado aceitar a der­rota do seu par­tido, o Centro De­mo­crá­tico, nas elei­ções le­gis­la­tivas do dia 13.

Uribe não aceitou os re­sul­tados ofi­ciais di­vul­gados pelo Re­gisto Na­ci­onal re­la­tivos às elei­ções para re­novar o con­gresso de duas câ­maras do país, elei­ções que deram uma clara vi­tória ao Pacto His­tó­rico, co­li­gação de forças al­ter­na­tivas, pro­gres­sistas e de es­querda. Além disso, o seu par­tido emitiu um co­mu­ni­cado pe­dindo a re­con­tagem de todos os votos e con­si­de­rando que «sem cla­reza, o novo Con­gresso seria ile­gí­timo e muitos ci­da­dãos não po­de­riam re­co­nhecer o re­sul­tado elei­toral». A re­con­tagem exi­gida não existe no or­de­na­mento legal da Colômbia.

De­pois da vo­tação, foram de­nun­ci­adas vá­rias ir­re­gu­la­ri­dades na con­tagem de votos pre­li­minar que afec­taram fun­da­men­tal­mente o Pacto His­tó­rico, entre elas o facto de que pelo menos em 28 mil mesas de voto a co­li­gação não re­cebeu um único voto.

Na con­tagem de­fi­ni­tiva, o Pacto His­tó­rico re­cu­perou 390 mil votos a seu favor e con­se­guiu pelo menos três as­sentos mais no Se­nado. Após a di­vul­gação pelo Re­gisto Na­ci­onal e pelo Con­selho Na­ci­onal Elei­toral (CNE) dos re­sul­tados que con­so­lidam o triunfo da co­li­gação de es­querda, Uribe ex­pressou a re­jeição desses nú­meros.

Um res­pon­sável do Pacto His­tó­rico, Roy Bar­reras, re­jeitou as de­cla­ra­ções de Uribe que in­si­nuam vin­cular a vi­tória da co­li­gação pro­gres­sista a zonas con­tro­ladas pelo nar­co­trá­fico. Lem­brou que o Pacto His­tó­rico elegeu con­gres­sistas em Bo­gotá, Cali, Bar­ram­quilla, Me­dellín, Vil­la­vi­cencio, em quase todas as ca­pi­tais re­gi­o­nais, e res­pondeu que «o nar­co­trá­fico está no go­verno Duque/​Uribe e não na ci­da­dania».

De acordo com o es­cru­tínio final dos votos, o Pacto His­tó­rico foi a força po­lí­tica mais vo­tada para o Se­nado, ob­tendo dois mi­lhões, 692 mil e 999 votos, quase 400 mil mais do que o anun­ciado pre­li­mi­nar­mente. Con­se­guiu eleger 19 se­na­dores, mais três do que os re­por­tados ini­ci­al­mente.

Fi­caram de­pois o Par­tido Con­ser­vador, com dois mi­lhões, 201 mil e 183 votos; e o Par­tido Li­beral, com dois mi­lhões, 78 mil e 858 votos. Se­guiram-se a Ali­ança Verde, o Centro De­mo­crá­tico (par­tido go­ver­na­mental), o Cambio Ra­dical, o Par­tido da U e o MIRA.

O res­pon­sável do Re­gisto Na­ci­onal, Ale­xander Veja, re­cuou na sua po­sição e anun­ciou, na terça-feira, 22, à noite, que já não apre­sen­tará ao CNE o pe­dido de re­con­tagem de votos para o Se­nado, ga­ran­tindo que não houve qual­quer fraude elei­toral. Na vés­pera, tinha in­for­mado que pe­diria ao CNE a re­con­tagem com o ob­jec­tivo de sal­va­guardar a le­ga­li­dade, cau­sando enorme po­lé­mica.

 



Mais artigos de: Internacional

Aumentam protestos de massas contra ditadura militar no Sudão

In­ten­si­ficam-se no Sudão as ma­ni­fes­ta­ções po­pu­lares contra a di­ta­dura mi­litar e pela trans­fe­rência do poder para um go­verno civil de­mo­crá­tico. As prin­ci­pais forças da opo­sição, entre as quais o Par­tido Co­mu­nista Su­danês, pro­curam es­ta­be­lecer uma pla­ta­forma comum de acção.

Agrava-se a repressão sobre o PAIGC

Pela ter­ceira vez em poucas se­manas, as au­to­ri­dades go­ver­na­men­tais da Guiné-Bissau for­çaram o adi­a­mento da re­a­li­zação do 10.º Con­gresso do PAIGC. A po­lícia atacou a sede do par­tido, em Bissau, e im­pede o acesso dos mi­li­tantes às ins­ta­la­ções.

MLSTP reúne Congresso e defende maior proximidade com populações

O 6.º Congresso Ordinário do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), partido maioritário no governo do país africano, decorreu no sábado, 19, em São Tomé, com a participação de cerca de 600 delegados. Numa eleição interna à qual concorreram mais dois candidatos, Jorge Bom...

Ataques à liberdade, atropelos à democracia

A República da Guiné-Bissau comemora, no próximo ano, meio século de existência. A proclamação do novo Estado, em 1973, culminou a luta de libertação nacional, dirigida pelo Partido Africano da Independência da Guiné e de Cabo Verde (PAIGC), fundado em 1956 por Amílcar Cabral e companheiros. Como as guerras...