Porque será?…

Manuel Rodrigues

Porque será que os poderes dominantes andam tão assanhados com as posições do PCP? Porque será que os principais órgãos da comunicação social, hoje concentrados num reduzido número de grupos económicos (e por eles totalmente controlados), vociferam e atacam todos os que divergem do «pensamento» único» com que nos querem formatar as consciências e, neste ataque, tomam o PCP como alvo principal?...

O que verão eles no PCP que tanto os incomoda (e assusta)?…

Por mais pretextos que inventem – e tantos eles têm sido ao longo dos tempos… – não há dúvida que na raiz do problema está o facto de o PCP ser verdadeiramente o Partido da classe operária, dos trabalhadores, do povo português. Está o facto de ser este o Partido que, na base dessa posição de classe, assume o estímulo à luta pela paz e contra a guerra (cujas causas e consequências para os povos não abdica de apontar), denuncia a especulação que está na origem do aumento do custo de vida, intervém pela valorização dos salários e pensões, em defesa dos serviços públicos (a começar pelo Serviço Nacional de Saúde cuja situação diariamente se degrada), pela alteração das normas gravosas da legislação laboral, contra a desregulação dos horários de trabalho, em defesa da contratação colectiva. O Partido que assume a luta pela ruptura com a política de direita e por uma alternativa política patriótica e de esquerda inserida na luta por uma democracia avançada vinculada aos valores de Abril e indissociável da luta de fundo pelo fim da exploração do homem pelo homem.

Está no facto de o PCP, nascido há 101 anos, ter uma história incomparável de luta ao serviço do povo e da pátria, pela paz, a liberdade, a democracia e o socialismo, luta que, por vezes travada por vezes nas mais duras condições – paga com a prisão, a tortura ou a própria vida – é indissociável da luta dos trabalhadores e do povo e envolveu (e continua a envolver) grande número de democratas e patriotas.

Não é assim para admirar que, num quadro em que a crise do capitalismo se aprofunda e a exploração recrudesce, a luta de classes se torne mais intensa e que o PCP – que não abdica do seu compromisso essencial com os trabalhadores e com o povo – seja o alvo principal do ódio das classes dominantes.

São muitos os pretextos invocados, mas não iludem uma questão fundamental: nem o seu ódio de classe nem intimida o PCP, nem é manifestação de confiança no futuro.




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