Comunistas da Moldávia condenam armas da UE
O Partido dos Comunistas da República da Moldávia (PCRM) manifestou «profunda preocupação» com recentes declarações do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre a intenção de a UE fornecer mais armas ao exército moldavo a pretexto da situação na Transnístria.
UE vai aumentar entrega de armas ao exército moldavo
«Esta é uma iniciativa perigosa e irresponsável. A paz reinou nas margens do Dniester durante 30 anos. Assenta na boa vontade e no amor à paz por parte das pessoas que vivem nas duas margens, numa situação de paz extremamente bem-sucedida e de forma alguma numa dissuasão militar mútua» – afirma o Comité Central do PCRM, numa declaração divulgada no dia 4.
«Bombear armamento para o exército, especialmente observando que isso está relacionado com a Transnístria, é percebido pela sociedade como preparativos militares», avisam os comunistas. E defendem: «O cumprimento estrito do princípio da neutralidade permanente, a expansão e a interpretação deste princípio através da adopção da correspondente lei, o reconhecimento internacional da nossa neutralidade – eis a principal garantia de que em solo moldavo a paz será preservada. E, no futuro, à medida que avançarem as negociações sobre a regulação definitiva do problema da Transnístria, pode-se e deve-se falar sobre a desmilitarização completa da República da Moldávia».
Para o PCRM, o país enfrenta hoje um grande número de episódios de crise, causados pela «incompetência das autoridades»: a crise energética, uma inflação sem precedentes, o empobrecimento da população, a crise relacionada com a vaga de refugiados provocada pelo conflito na Ucrânia.
Os comunistas moldavos destacam que «se a União Europeia, como um todo, e Charles Michel, em particular, têm mesmo vontade de gastar um pouco do dinheiro dos contribuintes europeus para responder a necessidades da Moldávia, há muito por onde escolher», sendo certo que «a compra de armas claramente não está entre as prioridades».