A 25 de Junho em Lisboa e 29 no Porto há desfiles pela paz

Pela paz, contra a guerra e a corrida aos armamentos, estão marcadas para 25 e 29 de Junho duas acções pela paz, respectivamente em Lisboa e no Porto, promovidas por diversas personalidades das mais variadas áreas de intervenção social.

Portugal não deve contribuir para a escalada de guerra

Em Lisboa, no dia 25, a acção inicia-se na Rotunda do Marquês de Pombal, às 15 horas; e a 29, no Porto, está marcada para as 18h00 na Cordoaria. Na base da convocatória está um Apelo tornado público dia 12, no Porto, subscrito por várias personalidades (ver caixa). O texto inicia-se expressando a convicção de que o «respeito pelos princípios do direito internacional, conformes com a Carta da ONU e os constantes na Acta Final da Conferência de Helsínquia, é o caminho para garantir a paz, a segurança, a cooperação, a justiça, os direitos dos povos».

«Independentemente de opiniões diversas sobre os desenvolvimentos no plano internacional, como a situação na Palestina ou no Sara Ocidental, as guerras na Ucrânia, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos que flagelam o mundo», os subscritores estão unidos na condenação da guerra, na profunda preocupação com o agravamento da situação mundial e os sérios perigos para a Humanidade que dele decorrem».

Buscar soluções pacíficas
Concordam os subscritores do Apelo que o «aumento das despesas militares, a corrida aos armamentos, a produção de mais sofisticadas armas, incluindo nucleares, a instalação de mais bases militares em países terceiros, representam uma inquietante ameaça para todos os povos da Europa e do mundo, tanto mais quando se constata o agravamento dos problemas da fome, da doença, da pobreza que afectam grande parte da Humanidade».

Defendem, ainda, que o «empenho da diplomacia para a solução política dos conflitos não deve ser substituído pela ingerência, pela desestabilização, pelos bloqueios e as sanções, pelas intervenções, invasões e ocupações militares, pela guerra, pelo uso ou a ameaça do uso da força nas relações internacionais com todas as suas dramáticas consequências».

As sanções, garantem, «para além de se inserirem na lógica da confrontação, como se constata, atingem sobretudo as condições de vida das populações, tanto nos países que as sofrem como nos que as impõem».

Contra o fascismo e a guerra
Após lembrarem que a Revolução de Abril, que em breve comemora 50 anos, constituiu «uma pujante afirmação contra o fascismo e a guerra», as personalidades que subscrevem o Apelo Paz Sim! Guerra e a corrida aos armamentos não! realçam os «importantes princípios» consagrados na Constituição da República Portuguesa, como a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado», dessa forma repudiando o militarismo e a guerra nas relações internacionais.

Com base neles, entendem, é «imprescindível e urgente que as autoridades portuguesas não contribuam para a escalada de confrontação e de guerra, mas para a criação de condições de diálogo que garantam o estabelecimento de um clima de confiança, com vista à criação de um sistema de segurança coletiva, a uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos».

 

Primeiros subscritores

O Apelo Paz Sim! Guerra e corrida aos armamentos não! tem como primeiros subscritores: Ana Margarida de Carvalho, escritora; Armando Farias, técnico de produção; Frei Bento Domingues, teólogo; Deolinda Machado, professora; Fernando Casaca, actor e encenador; Francisco Batista, capitão de mar e guerra (ref); Ilda Figueiredo, economista; João Veloso, professor universitário; José Goulão, jornalista; José Pinho, presidente da Associação de Estudantes da FCSH-UNL; Manuel Loff, historiador; Manuela Espírito Santo, escritora; Pedro Pezarat Correia, general (ref); Rita Lello, actriz; Rui Pereira, professor.

 



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