AOR de Coimbra aponta ao reforço do Partido para melhor intervir em defesa dos trabalhadores

«Não há sector da vida co­lec­tiva deste dis­trito de Coimbra no qual os co­mu­nistas não te­nham dei­xado a marca da sua in­ter­venção de­di­cada e em­pe­nhada na exi­gência e também na so­lução dos mais va­ri­ados pro­blemas», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa no en­cer­ra­mento da X As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Coimbra (AORC) do PCP.

É con­fi­antes neste grande e co­e­rente Par­tido que con­ti­nu­amos o com­bate

A AORC de­correu du­rante todo o dia de sá­bado, 21, no Ci­nema Ave­nida, em Coimbra, e cul­minou um in­tenso pro­cesso de­mo­crá­tico de dis­cussão nos or­ga­nismos do Par­tido – ao todo foram re­a­li­zados de­zenas de ple­ná­rios e 25 as­sem­bleias elec­tivas no dis­trito. Tratou-se de um per­curso pre­pa­ra­tório que im­porta tanto mais va­lo­rizar quanto se sabe, por um lado, que de­correu no quadro do surto epi­dé­mico, e, por outro, que foi acom­pa­nhado pela pro­moção das as­sem­bleias das con­ce­lhias de Vila Nova de Poi­ares, Pe­na­cova, do Sector In­te­lec­tual e da Fre­guesia dos Oli­vais, «es­tando agen­dadas já para os pró­ximos meses as das con­ce­lhias de Coimbra e de Con­deixa-a-Nova», como sa­li­entou Vla­di­miro Vale, membro da Co­missão Po­lí­tica do PCP, na in­ter­venção de aber­tura.

A AORC do PCP aprovou, por una­ni­mi­dade, a Re­so­lução Po­lí­tica, e su­fragou, igual­mente por una­ni­mi­dade, a nova Di­recção Re­gi­onal, que entre os seus 46 eleitos conta com 14 novos mem­bros, num total de 19 ope­rá­rios e em­pre­gados, 24 in­te­lec­tuais e qua­dros téc­nicos, dois es­tu­dantes e um agri­cultor. 18 são mu­lheres e 28 são ho­mens.

A média etária da nova DORC ronda os 51 anos e no or­ga­nismo en­con­tram-se ca­ma­radas li­gados a em­presas, lo­cais de tra­balho, ao mo­vi­mento sin­dical uni­tário, a or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores e ou­tras or­ga­ni­za­ções de massas, mas também ca­ma­radas das or­ga­ni­za­ções con­ce­lhias e com in­ter­venção em sec­tores pro­fis­si­o­nais im­por­tantes, casos da­queles li­gados às ca­madas in­te­lec­tuais e à cul­tura.

Na As­sem­bleia foram ainda efec­tu­adas mais de 45 in­ter­ven­ções, es­pe­lhando a di­ver­si­dade da in­ter­venção, pro­postas e co­nhe­ci­mento ím­pares que PCP tem do dis­trito: das di­fi­cul­dades dos pes­ca­dores, em que a au­sência de me­didas de apoio à pe­quena pesca e a pe­ri­go­si­dade da barra da Fi­gueira da Foz, foram ex­postas, na pri­meira pessoa, por quem tem mar­cadas na pele as agruras da vida do mar, aos pro­blemas dos in­ves­ti­ga­dores ci­en­tí­ficos, re­la­tados por quem já com­provou que é mais fácil ter o nome atri­buído a um astro do que um con­trato efec­tivo de tra­balho. Da per­sis­tência da in­ter­venção sin­dical na in­dús­tria far­ma­cêu­tica pela voz de quem já ex­pe­ri­mentou a per­se­guição e as ten­ta­tivas de con­di­ci­o­na­mento, à des­va­lo­ri­zação do tra­balho na lim­peza. Da luta contra o di­vi­si­o­nismo sin­dical, de­nun­ciada por quem en­frenta pseudo-or­ga­ni­za­ções dos tra­ba­lha­dores, à luta dos tra­ba­lha­dores da cul­tura, tra­zida por quem re­cusa a ine­vi­ta­bi­li­dade da in­ter­mi­tência.

 

O Par­tido é de­ci­sivo

Aliás, a con­sis­tência e na­tu­reza das re­fe­ridas in­ter­ven­ções de­corre do facto de o PCP ter tido um papel de­ter­mi­nante no dis­trito de Coimbra, como su­bli­nhou, a abrir os tra­ba­lhos da AORC, Vla­di­miro Vale. «Na de­fesa dos tra­ba­lha­dores, na de­núncia e com­bate à ex­plo­ração e à pre­ca­ri­e­dade la­boral. Onde houve luta e ne­ces­si­dade de so­li­da­ri­e­dade, lá es­teve o PCP: junto dos tra­ba­lha­dores da em­presa de lim­peza (Byeva) na Uni­ver­si­dade de Coimbra; dos Bom­beiros Sa­pa­dores pela dig­ni­fi­cação da car­reira; dos pro­fes­sores pela con­tagem in­te­gral do tempo de ser­viço; dos tra­ba­lha­dores da MEO/​Al­tice, da MAHLE. da Aquinos. da Na­vi­gator. dos SMTUC (pela cri­ação da Car­reira de Agente Único de Trans­portes Co­lec­tivos), do SUCH, do Café Ni­cola; dos tra­ba­lha­dores da AAC, da ICA, dos Es­ta­leiros Na­vais do Mon­dego, da ERSUC, dos Hos­pi­tais de Coimbra, da Eu­rest, da Co­fisa; dos tra­ba­lha­dores das au­tar­quias lo­cais, dos fun­ci­o­ná­rios ju­di­ciais, dos bol­seiros de in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica; dos tra­ba­lha­dores na Di­recção-Geral de Rein­serção e Ser­viços Pri­si­o­nais, entre muitos ou­tros», exem­pli­ficou o di­ri­gente.

De­ci­sivo foi, também, o papel dos co­mu­nistas por­tu­gueses «em de­fesa do apa­relho pro­du­tivo», casos das lutas «dos agri­cul­tores, dos pes­ca­dores ar­te­sa­nais, dos com­partes dos Bal­dios. Bem como na exi­gência da con­clusão da obra hi­dro­a­grí­cola do Baixo Mon­dego e de apoios à flo­resta e agri­cul­tura fa­mi­liar; no alerta para as con­sequên­cias, para o co­mércio tra­di­ci­onal, da aber­tura de grandes su­per­fí­cies co­mer­ciais; na rei­vin­di­cação de me­didas de apoio à pro­dução in­dus­trial», acres­centou Vla­di­miro Vale, antes de lem­brar a per­sis­tência do PCP na «exi­gência de apoios para zonas afec­tadas pelos in­cên­dios de 2017», na ne­ces­si­dade de ava­liar e re­parar «os pre­juízos da tem­pes­tade de Ou­tubro de 2018 em Mon­temor-o-Velho», ou das «zonas afec­tadas pela tem­pes­tade Leslie no dis­trito de Coimbra».

«Lá es­teve o PCP na luta pela água pú­blica, em de­fesa do am­bi­ente, de­nun­ci­ando pro­blemas de po­luição, exi­gindo meios de gestão e mo­ni­to­ri­zação am­bi­ental. Lá es­teve o PCP na luta pela re­versão da fusão dos Hos­pi­tais de Coimbra, em de­fesa das Ma­ter­ni­dades Bis­saya Bar­reto e Da­niel de Matos, pela cons­trução de uma ma­ter­ni­dade no âm­bito do Hos­pital Geral dos Co­vões, em de­fesa dos cui­dados pri­má­rios de saúde; em de­fesa dos hos­pi­tais de Can­ta­nhede e Dis­trital da Fi­gueira, do Centro Di­ag­nós­tico Pneu­mo­ló­gico de Coimbra e do Centro de Saúde de Oli­veira do Hos­pital; em de­fesa do in­ter­na­mento da uni­dade e al­co­o­logia e na rei­vin­di­cação de ser­viços de cui­dados con­ti­nu­ados no SNS».

O Par­tido es­teve, além do mais, na pri­meira linha do com­bate «contra o en­cer­ra­mento, pri­va­ti­zação e des­truição de ser­viços pú­blicos, na de­fesa da Es­cola Pú­blica e pela va­lo­ri­zação da Uni­ver­si­dade de Coimbra; na rei­vin­di­cação de trans­portes pú­blicos aces­sí­veis a todos e na de­fesa dos ra­mais Fer­ro­viá­rios da Lousã e da Fi­gueira da Foz – Coimbra, via Pam­pi­lhosa, bem como da Es­tação Nova; na de­fesa dos SMTUC e na re­cla­mação da me­lhoria das aces­si­bi­li­dades; pela re­qua­li­fi­cação do IP3, sem por­ta­gens, e o pro­lon­ga­mento do IC6; em de­fesa da cul­tura e do pa­tri­mónio, junto dos tra­ba­lha­dores da cul­tura, dos agentes cul­tu­rais e co­lec­ti­vi­dades, exi­gindo meios e um ver­da­deiro ser­viço pú­blico de cul­tura», disse, por fim, Vla­di­miro Vale.

Em suma, como a en­cerrar afirmou jus­ta­mente Je­ró­nimo de Sousa, «não há sector da vida co­lec­tiva deste dis­trito de Coimbra, como o evi­dencia o Re­la­tório de Ac­ti­vi­dades in­cluso na Re­so­lução Po­lí­tica agora apro­vada e con­fir­mado no de­bate aqui re­a­li­zado, no qual os co­mu­nistas não te­nham dei­xado a marca da sua in­ter­venção de­di­cada e em­pe­nhada na exi­gência e também so­lução dos mais va­ri­ados pro­blemas».

«Uma in­tensa ac­ti­vi­dade, não apenas no plano das grandes ba­ta­lhas e ini­ci­a­tivas cen­trais», mas «uma re­le­vante in­ter­venção nos mais de­ci­sivos do­mí­nios da vida co­lec­tiva deste dis­trito», in­sistiu o Se­cre­tário-geral do Par­tido, para quem tal facto «nos diz quanto ne­ces­sário é este Par­tido para a de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, dos in­te­lec­tuais, do con­junto dos agentes e cri­a­dores de cul­tura, dos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, dos agri­cul­tores e pes­ca­dores, dos re­for­mados, dos jo­vens, das mu­lheres, das pes­soas com de­fi­ci­ência e do de­sen­vol­vi­mento re­gi­onal. Quanto in­dis­pen­sável é o Par­tido que aqui está e que todos que­remos que seja mais forte e mais in­flu­ente, para levar para a frente as muitas ba­ta­lhas com que se cons­trói o fu­turo.»

 

Re­forçar para in­tervir

O tra­balho para o for­ta­le­ci­mento do PCP e a sua li­gação às massas foi, de resto, um dos as­pectos des­ta­cados ao longo da AORC, com di­versas in­ter­ven­ções a darem nota de ex­pe­ri­ên­cias con­cretas, de entre as quais é pos­sível des­tacar a edição re­gular do bo­letim da cé­lula do con­ser­va­tório, as von­tades que se uniram para re­cu­perar o centro de tra­balho em Vila Nova de Poi­ares, para levar por di­ante a pro­posta para a can­di­da­tura de Co­ním­briga a pa­tri­mónio da hu­ma­ni­dade ou com a luta uni­tária contra o au­mento do custo de vida; o re­forço das or­ga­ni­za­ções de massas, que sig­ni­ficou a nova casa sin­dical, ou a per­ma­nente ad­ver­tência de que a missão do Par­tido é pro­curar unir os tra­ba­lha­dores e o povo, pro­fessem ou não uma re­li­gião, tra­zendo-os para a luta por uma de­mo­cracia e uma so­ci­e­dade mais avan­çadas, para a luta pelo so­ci­a­lismo.

«Re­forçar o Par­tido, dando-lhe a má­xima da nossa atenção neste mo­mento his­tó­rico, é de vital im­por­tância», disse, por isso, Je­ró­nimo de Sousa, para quem «pre­ci­samos de um PCP mais forte e re­for­çado, mais capaz de in­tervir, para res­ponder aos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e do povo, mais pronto a mo­bi­lizá-los para as muitas lutas que a vida exige e que ine­vi­ta­vel­mente é pre­ciso travar».

«Como se afirma na Re­so­lução agora apro­vada, pre­ci­samos de um PCP mais forte, desde logo na res­pon­sa­bi­li­zação de mais ca­ma­radas por ta­refas e res­pon­sa­bi­li­dades per­ma­nentes, par­ti­cu­lar­mente tra­ba­lha­dores e jo­vens, alar­gando a nossa ca­pa­ci­dade de di­recção; de am­pliar a es­tru­tu­ração do Par­tido, indo mais longe na cri­ação de or­ga­ni­za­ções de base para nos li­garmos mais e mais pro­fun­da­mente às po­pu­la­ções e aos seus pro­blemas.»

«Mais forte nas em­presas e lo­cais de tra­balho», «junto da ju­ven­tude» e com «mais re­cru­ta­mentos, le­vando tão longe quanto pos­sível a Cam­panha Na­ci­onal em curso e as­se­gu­rando a sua in­te­gração na vida par­ti­dária», mas também «mais forte na or­ga­ni­zação de sec­tores e ca­madas es­pe­cí­ficas – na in­te­lec­tu­a­li­dade, nos re­for­mados, apro­fun­dando e alar­gando a or­ga­ni­zação exis­tente e po­ten­ci­ando o tra­balho que se vem re­a­li­zando, nos agri­cul­tores, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios».

«Mais fortes, as­se­gu­rando a in­de­pen­dência fi­nan­ceira do Par­tido, con­dição in­dis­pen­sável para ga­rantir a sua in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica», aduziu Je­ró­nimo de Sousa, que, cri­ti­cando for­te­mente as op­ções do Go­verno do PS, plas­madas no seu pro­grama e pro­posta de Or­ça­mento do Es­tado de sub­missão aos «con­di­ci­o­na­mentos e im­po­si­ções ema­nados a partir da União Eu­ro­peia», e o «car­dápio de ob­jec­tivos re­cen­te­mente saído da farsa que foi a cha­mada “Con­fe­rência sobre o Fu­turo da Eu­ropa”», que apontou a «usur­pação de ainda mais poder aos Es­tados e a sua con­cen­tração e cen­tra­li­zação nas ins­ti­tui­ções da UE, sob o do­mínio das prin­ci­pais po­tên­cias e dos grandes in­te­resses eco­nó­micos», re­levou o valor da per­sis­tência e da luta.

«Nós não de­sis­ti­remos» e, «hoje como ontem, a luta de massas, a sua in­ten­si­fi­cação e am­pli­ação, cons­titui o ins­tru­mento es­sen­cial da acção dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções para im­pedir o agra­va­mento das suas con­di­ções de vida e avançar na so­lução dos pro­blemas.»

Assim, «vamos daqui com mais força e con­fi­ança de que este Par­tido es­tará à al­tura das suas res­pon­sa­bi­li­dades», de que é «olhando em frente e com con­fi­ança neste grande e co­e­rente Par­tido que con­ti­nu­amos o nosso com­bate», con­cluiu Je­ró­nimo de Sousa.

 



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