Reforçar o Partido no distrito de Viseu com mais organização, unidade e luta

«Temos um Par­tido li­gado à vida, aos pro­blemas, às re­a­li­dades lo­cais, aos an­seios, as­pi­ra­ções e exi­gên­cias do nosso povo», as­se­gurou Je­ró­nimo de Sousa, na XII As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viseu do PCP.

«Go­verno po­si­ciona-se sub­misso ao ca­pital»

A reu­nião magna dos co­mu­nistas do dis­trito de Viseu – com o lema «Re­forçar o Par­tido, re­crutar, or­ga­nizar e lutar» – ar­rancou, sá­bado, 28 de Maio, no Ins­ti­tuto Por­tu­guês do Des­porto e Ju­ven­tude, com a pas­sagem do filme «A maior flor do mundo», ba­seado no livro ho­mó­nimo de José Sa­ra­mago. A «curta» ter­mina com a questão: «E se as his­tó­rias para cri­anças pas­sassem a ser de lei­tura obri­ga­tória para os adultos? Se­riam eles ca­pazes de aprender re­al­mente o que há tanto tempo têm an­dado a en­sinar». Também desta forma, o PCP con­tinua a co­me­morar o cen­te­nário do nas­ci­mento do Prémio Nobel da Li­te­ra­tura, sob o lema «Es­critor uni­versal, in­te­lec­tual de Abril, mi­li­tante co­mu­nista».

Se­guiu-se a apro­vação das pro­postas de Ordem de Tra­ba­lhos, do Ho­rário, das co­mis­sões de Re­dacção e de Ve­ri­fi­cação de Man­datos e de Co­missão Elei­toral, todas por una­ni­mi­dade.

Na Mesa da As­sem­bleia – que me­receu o voto fa­vo­rável de todos os de­le­gados, para além de Ângela Bár­tolo, Fran­cisco Al­meida, He­lena Bar­bosa, Ave­lino Mes­quita e Ri­cardo Brites, do Exe­cu­tivo e do Se­cre­ta­riado Re­gi­onal, es­ti­veram Fi­lipe Costa, do Co­mité Cen­tral (CC), Oc­távio Au­gusto, da Co­missão Po­lí­tica do CC, José Au­gusto Es­teves, da Co­missão Cen­tral de Con­trolo, Ale­xandre Araújo, do Se­cre­ta­riado do CC, e Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

«A re­a­li­zação desta nossa As­sem­bleia tem a marca do tra­balho co­lec­tivo que ca­rac­te­riza o fun­ci­o­na­mento do nosso Par­tido. Tem a ale­gria que marca a nossa luta. Tem a força das ideias que por via da acção trans­forma di­fi­cul­dades em pos­si­bi­li­dades, de­bi­li­dades em po­ten­ci­a­li­dades e fra­gi­li­dades em energia para con­ti­nuar», afirmou, de se­guida, Fi­lipe Costa, va­lo­ri­zando a pre­sença de eleitos da CDU nas au­tar­quias lo­cais do dis­trito, de uma de­le­gação do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» e de ou­tros con­vi­dados ins­ti­tu­ci­o­nais, par­ti­cu­lar­mente o mo­vi­mento sin­dical.

Como sa­li­entou aquele di­ri­gente co­mu­nista, oâm­bi­to­da­quela As­sem­bleiaé «in­se­pa­rável» do «con­texto em que se re­a­liza», do «quadro in­ter­na­ci­onal e da sua ins­tru­men­ta­li­zação para atacar e ofender quem fala a ver­dade», da «si­tu­ação sa­ni­tária e do apro­vei­ta­mento que o grande ca­pital dela fez e que marcou pro­fun­da­mente os úl­timos dois anos», do «quadro po­lí­tico saído das elei­ções le­gis­la­tivas» e do «agra­va­mento das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo», re­forçou, des­ta­cando a «acção», «in­ter­venção», «ini­ci­a­tiva» e «papel» do PCP ao longo dos úl­timos anos, «mais con­cre­ta­mente desde 2015, pelo que se al­cançou para os tra­ba­lha­dores e o povo, pelo que im­pediu de re­tro­cessos, pelo que al­terou na pers­pec­tiva de luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções».

Pro­fun­di­dade da aná­lise
Nas cerca de 30 in­ter­ven­ções abordou-se, por exemplo, o des­pe­di­mento de tra­ba­lha­dores na Bor­gesthena e na Ca­mi­saria Sa­gres, bem como a «luta» dos tra­ba­lha­dores na Brin­tons, em Vou­zela, contra a des­lo­ca­li­zação da em­presa e a saída de te­ares; na PSA, em Man­gualde, contra a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios e da sua vida fa­mi­liar; na Ber­re­lhas, por me­lhores sa­lá­rios; no call-center da Al­tice, em La­mego; nos SMAS, pela atri­buição do su­ple­mento de in­sa­lu­bri­dade e pe­no­si­dade; na Santa Casa da Mi­se­ri­córdia de Viseu e Castro Daire; na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, pelo au­mento dos sa­lá­rios e pro­gressão na car­reira; na Ebers­pa­cher e HUF, em Ton­dela, pelo au­mentos dos sa­lá­rios; na Brose contra a re­pressão dentro da em­presa.

Dali saiu um apelo à par­ti­ci­pação na con­cen­tração, no dia 17 de Junho, às 17h00, frente à Se­gu­rança So­cial de Viseu, in­te­grada na acção de luta na­ci­onal con­vo­cada pela CGTP-IN, com o lema «Pelo au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões – Contra o au­mento do custo de vida e ataque aos di­reitos».

Li­gação às po­pu­la­ções
Du­rante os tra­ba­lhos, também não foram es­que­cidas as ac­ções dos mo­ra­dores do Bairro da Nossa Se­nhora do Cas­telo, em Man­gualde, pela exi­gência de obras nas ha­bi­ta­ções, dos utentes dos cen­tros de Saúde de Nelas, Man­gualde e Satão, pelo alar­ga­mento dos ho­rá­rios e mais pro­fis­si­o­nais, dos ex-mi­neiros da Ur­gei­riça, pela re­qua­li­fi­cação das casas, dos utentes das ex-SCUT, contra as por­ta­gens na A24 e A25, dos utentes e so­bre­vi­ventes do IP3, pelas obras de re­qua­li­fi­cação, dos tra­ba­lha­dores da SUCH no Hos­pital de S. Te­o­tónio, da po­pu­lação da Lapa do Lobo, por obras no ape­a­deiro da CP, dos agri­cul­tores, pela exi­gência do pa­ga­mento das in­dem­ni­za­ções pelos es­tragos pro­vo­cados por ja­valis e ou­tros ani­mais sel­va­gens, dos mo­ra­dores de Rio de Loba, pela li­gação do sa­ne­a­mento e abas­te­ci­mento de água, do Mo­vi­mento Sempre os Mesmos a Pagar, contra o au­mento do custo de vida.

Edu­cação e Es­cola Pú­blica; Festa do Avante; re­for­mados e a sua exi­gência de um au­mento mí­nimo de 20 euros para todas as pen­sões; a luta das mu­lheres em Por­tugal e no mundo; os pro­blemas e in­su­fi­ci­ên­cias na Pro­tecção Civil; a pro­pa­ganda e a in­for­mação do Par­tido; as rei­vin­di­ca­ções dos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, foram ou­tros dos temas des­ta­cados. Voltou-se a apelar à par­ti­ci­pação nas ac­ções pro­mo­vidas pelo CPPC (ver pá­gina 21) em Lisboa e no Porto, res­pec­ti­va­mente, nos dias 25 e 29 de Junho, sob o lema «Paz sim! Guerra e cor­rida aos ar­ma­mentos não!».

Temas pro­fun­da­mente ana­li­sados na Re­so­lução Po­lí­tica – apro­vada por una­ni­mi­dade, que, para além de uma in­tro­dução, faz uma breve ca­rac­te­ri­zação eco­nó­mica e so­cial do dis­trito, apre­senta um re­la­tório de ac­ti­vi­dades e pro­postas po­lí­ticas e li­nhas de tra­balho para o fu­turo.

Igual sen­tido de voto ti­veram as mo­ções «Pela cons­trução e fun­ci­o­na­mento do Centro On­co­ló­gico no Hos­pital de S. Te­o­tónio de Viseu» e «Pela re­cons­ti­tuição da Casa do Douro en­quanto as­so­ci­ação pú­blica e de ins­crição obri­ga­tória».

Quase a ter­minar, foi dada a co­nhe­cera nova Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viseu (apro­vada por una­ni­mi­dade).

 

Je­ró­nimo de Sousa des­taca a im­por­tância de cuidar do Par­tido

O Se­cre­tário-geral do PCP frisou a «im­por­tância», «pre­mência»e«ur­gência» de cuidar do Par­tido, a partir das li­nhas de tra­balho de­fi­nidas pelo Co­mité Cen­tral, que se re­a­fir­maram na XII As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viseu.

Um «ca­minho que se faz pela res­pon­sa­bi­li­zação de mais ca­ma­radas por ta­refas, alar­gando a nossa ca­pa­ci­dade de di­recção; pelo alar­ga­mento do re­cru­ta­mento para o Par­tido, dando pri­o­ri­dade aos tra­ba­lha­dores e aos jo­vens; pelo for­ta­le­ci­mento das es­tru­turas de or­ga­ni­zação de base; pela adopção de me­didas no plano da luta das ideias e da di­na­mi­zação da im­prensa e da pro­pa­ganda; pelo tra­balho para a in­de­pen­dência fi­nan­ceira e re­colha de meios in­dis­pen­sá­veis para esse ob­jec­tivo, no­me­a­da­mente pela con­cre­ti­zação da cam­panha de au­mento da quota e da quota em dia», su­bli­nhou.

«Es­pe­cial im­por­tância tem o re­forço da or­ga­ni­zação e in­ter­venção do Par­tido nas em­presas e lo­cais de tra­balho. Nos úl­timos anos, demos passos po­si­tivos. Mas não po­demos estar sa­tis­feitos, pois trata-se do co­ração do Par­tido», frisou o Se­cre­tário-geral do PCP, na­quele dis­trito com fortes con­cen­tra­ções ope­rá­rias, por exemplo na in­dús­tria au­to­móvel. Con­si­derou, por isso, ser «da maior im­por­tância» a de­cisão da As­sem­bleia de criar um Sector Re­gi­onal de Em­presas e Lo­cais de Tra­balho e de tra­ba­lhar para cons­ti­tuir cinco novas cé­lulas de em­presa.

 

PS sub­misso ao ca­pital

Je­ró­nimo de Sousa deu como exemplo a Agri­cul­tura, tão im­por­tante no dis­trito de Viseu, para de­mons­trar aquilo que «foi e é a sub­missão aos mandos da União Eu­ro­peia e aos in­te­resses do grande ca­pital, que unem PS, PSD e CDS, e agora também o Chega e a IL, que levou à des­truição do apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal». «Foi sob a ori­en­tação da Po­lí­tica Agrí­cola Comum (PAC) que se dis­tri­buíram os apoios a fa­vo­recer o grande agro-ne­gócio» e, «sob essa ba­tuta, que vimos des­truir mais de 400 ex­plo­ra­ções agrí­colas, na sua mai­oria pe­quenas e mé­dias», cri­ticou, re­ve­lando que «na pro­posta de apli­cação da Re­forma da PAC em Por­tugal, os mais pe­quenos agri­cul­tores são os que mais cortes vão so­frer nos apoios».

As «pres­sões dos grandes in­te­resses» e dos «grupos eco­nó­micos» são no­tó­rias no «ne­gócio da ma­deira» e le­varam à de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos, «de­sig­nada ente o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde ou a Es­cola Pú­blica», acusou. Na­quele dis­trito, as pres­sões são evi­dentes quando o Go­verno não re­voga «as por­ta­gens na A24 e na A25, mesmo sa­bendo os pre­juízos que isso traz para as po­pu­la­ções e para os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios» e «não apoia a Cul­tura, seja o Te­atro Re­gi­onal da Serra de Mon­te­muro, seja o Acer».

 



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