Acção de luta converge para dia de luta e manifestação nacional a 7 de Julho

Ini­ciada com a con­cen­tração de 27 de Maio, em frente da As­sem­bleia da Re­pú­blica, a acção de luta na­ci­onal da CGTP-IN pros­segue ao longo do mês de Junho, com con­cen­tra­ções, des­files e ma­ni­fes­ta­ções, ple­ná­rios com saída à rua, ac­ções nas as­so­ci­a­ções pa­tro­nais e vá­rias greves. Para 7 de Julho, em Lisboa, está con­vo­cada uma ma­ni­fes­tação na­ci­onal. O au­mento dos sa­lá­rios é uma exi­gência cen­tral.

Foi trans­fe­rido para o ca­pital aquilo que a es­pe­cu­lação roubou

Esta ma­ni­fes­tação na­ci­onal, com con­cen­tração no Marquês de Pombal, pelas 15 horas, e des­file até à AR, foi anun­ciada pela CGTP-IN em con­fe­rência de im­prensa, na sexta-feira, dia 3. «Co­loca-se agora aos tra­ba­lha­dores uma grande mo­bi­li­zação, em cada em­presa, local de tra­balho e ser­viço, para exigir as res­postas que são ne­ces­sá­rias, con­ver­gindo no dia 7 de Julho para Lisboa», apelou a Se­cre­tária-geral da CGTP-IN.

Greves em des­taque

Acom­pa­nhada por José Ma­nuel Oli­veira, Jo­a­quim Mes­quita, Ana Pires e Se­bas­tião San­tana, mem­bros da Co­missão Exe­cu­tiva do Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN, Isabel Ca­ma­rinha des­tacou al­gumas das greves já de­ci­didas, de­sig­na­da­mente: na EMEL (dia 9), na Do­ca­pesca (dias 9, 11 e 13), na In­telcia (dias 10, 13, 24 e 29), na Trans­tejo, na Atlantic Fer­ries e na Car­ristur (todas nos dias 11 e 12), na So­flusa (das 15h00 de dia 12 às 8h00 de dia 13), no ar­mazém da DHL em Vila Nova da Rainha (dia 15), na Silos de Lei­xões e nos CTT (dia 17), na Águas do Al­garve (dia 22) e no Centro de Edu­cação e De­sen­vol­vi­mento Nossa Se­nhora da Con­ceição, da Casa Pia de Lisboa (dia 24).

Me­re­ceram ainda des­taque as greves re­a­li­zadas no dia 1 – no Hos­pital de Vila Franca de Xira (pela adesão ao acordo co­lec­tivo de tra­balho, pelas 35 horas se­ma­nais e pelos de­mais di­reitos que vi­goram nos hos­pi­tais EPE), no Pa­lácio Es­toril Hotel (por au­mentos sa­la­riais e pelo cum­pri­mento do con­trato co­lec­tivo) e na Amorim Flo­restal (como no­ti­ciámos na se­mana pas­sada) – e no dia 3 – na PREH (por au­mentos sa­la­riais e ou­tras ma­té­rias do ca­derno rei­vin­di­ca­tivo), nos ar­ma­zéns da Worten na Azam­buja e Póvoa de Santa Iria (por me­lhores sa­lá­rios e va­lo­ri­zação da car­reira pro­fis­si­onal), nas can­tinas es­co­lares con­ces­si­o­nadas à Eu­rest pela Câ­mara Mu­ni­cipal do Porto (contra a pre­ca­ri­e­dade, por au­mentos sa­la­riais e pela va­lo­ri­zação das pro­fis­sões) e na CP Com­boios de Por­tugal (ini­ci­ando um pe­ríodo de greve a todo o tra­balho ex­tra­or­di­nário, ao tra­balho em dia fe­riado ou dia de des­canso se­manal, ao tra­balho com falta de re­pouso nos termos do AE e a partir da oi­tava hora de ser­viço).

Sob o lema «Pelo au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões! Contra o au­mento do custo de vida e o ataque aos di­reitos!», a acção de luta na­ci­onal in­tegra ou­tras ini­ci­a­tivas, pre­ten­dendo abranger todos os sec­tores de ac­ti­vi­dade.

An­te­ontem, em Lisboa, di­ri­gentes sin­di­cais re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores das in­dús­trias far­ma­cêu­tica, grá­fica e do ma­te­rial eléc­trico e elec­tró­nico re­a­li­zaram um «ro­teiro» pelas sedes das três as­so­ci­a­ções pa­tro­nais, exi­gindo au­mentos sa­la­riais, va­lo­ri­zação das car­reiras e me­lhores con­di­ções la­bo­rais (em par­ti­cular nos re­gimes de turnos).

Também no dia 7, di­ri­gentes sin­di­cais fer­ro­viá­rios des­lo­caram-se à re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro, re­a­fir­mando que os tra­ba­lha­dores do sector «têm razão» nas suas exi­gên­cias, como disse o mi­nistro da tu­tela em Se­tembro, sem con­sequência prá­tica.

Na sín­tese diária di­vul­gada, desde se­gunda-feira, pela CGTP-IN, so­bressai uma grande quan­ti­dade de ple­ná­rios de tra­ba­lha­dores. Al­guns «irão, even­tu­al­mente, de­cidir formas de luta», ad­mitiu Isabel Ca­ma­rinha, na con­fe­rência de im­prensa de dia 3.

Para a CGTP-IN, «o enorme au­mento de preços de bens e ser­viços exige me­didas que po­nham travão à es­pe­cu­lação, exige o au­mento do poder de compra dos tra­ba­lha­dores, re­for­mados e pen­si­o­nistas, re­pondo, antes de mais, o que já lhes foi rou­bado, nestes pri­meiros meses do ano, por via da es­pe­cu­lação, valor que foi trans­fe­rido di­rec­ta­mente para os bolsos do ca­pital» – como se afirma no fo­lheto cen­tral de mo­bi­li­zação para a luta em Junho.

 

Re­cepção à mi­nistra em Viseu

Junto ao IPDJ, em Viseu, onde a mi­nistra do Tra­balho se des­locou, no dia 2, para uma ce­ri­mónia de con­tra­tu­a­li­zação, a es­tru­tura dis­trital da CGTP-IN pro­moveu uma «re­cepção», para re­a­firmar a exi­gência de au­mentos de sa­lá­rios e pen­sões. Nos ob­jec­tivos do pro­testo a União dos Sin­di­catos de Viseu in­cluiu igual­mente o com­bate ao au­mento do custo de vida e à es­pe­cu­lação e o re­forço da Se­gu­rança So­cial.
O PCP es­teve pre­sente com uma de­le­gação.



Mais artigos de: Em Foco

Comunicado do Comité Central do PCP de 5 e 6 de Junho de 2022

7 Junho 2022 O Comité Central do PCP, reunido nos dias 5 e 6 de Junho de 2022, abordou os desenvolvimentos da situação nacional e internacional e as tarefas do Partido. Decidiu a realização de uma Conferência Nacional do PCP para os dias 12 e 13 de Novembro. ISituação internacional...

«Agenda» do Governo não resolve e agrava

A proposta de lei para alteração da legislação laboral não resolve os problemas dos trabalhadores e contribui para o agravamento da sua situação, considerou o PCP, numa nota à comunicação social. Com a «denominação pomposa de “Agenda do trabalho digno e da valorização dos jovens no mercado de trabalho”», o que resulta...