PCP no PE defende princípio da unanimidade em matéria fiscal

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu pro­nun­ci­aram-se contra o fim do prin­cípio da una­ni­mi­dade em ma­téria fiscal. Os eleitos co­mu­nistas apre­sen­taram pro­postas vi­sando sal­va­guardar os in­te­resses do País no pro­cesso de de­cisão no Con­selho Eu­ropeu.

Po­tên­cias da UE querem pôr fim à de­cisão por una­ni­mi­dade em vá­rias áreas

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu (PE) apre­sen­taram na se­mana pas­sada, em Es­tras­burgo, um con­junto de pro­postas, com o ob­jec­tivo de sal­va­guardar os in­te­resses de Por­tugal no pro­cesso de de­cisão no Con­selho Eu­ropeu (CE). Trata-se de de­fender o prin­cípio da una­ni­mi­dade nas poucas, em­bora im­por­tantes, de­ci­sões em que este ainda é re­que­rido, in­cluindo na questão da fis­ca­li­dade.

Su­blinhe-se que a regra da una­ni­mi­dade co­loca em pé de igual­dade no pro­cesso de de­cisão todos os Es­tados-mem­bros, sendo ga­rantia de que ne­nhuma de­cisão será im­posta contra os in­te­resses de um Es­tado ou grupo de Es­tados e, por essa razão, uma im­por­tante ga­rantia de de­fesa dos in­te­resses dos países com menor peso no ac­tual pro­cesso de de­cisão, como Por­tugal.

Estas pro­postas, vi­sando sal­va­guardar o prin­cípio da una­ni­mi­dade, foram re­jei­tadas, re­sul­tado para o qual con­tri­buíram os votos dos de­pu­tados por­tu­gueses do PS, PSD e BE pre­sentes na vo­tação.

As pro­postas de al­te­ração in­ci­diam sobre uma re­so­lução acerca dos vetos dos Es­tados-mem­bros no CE, no âm­bito da di­rec­tiva re­la­tiva à fi­xação de um nível mí­nimo mun­dial de tri­bu­tação para os grupos mul­ti­na­ci­o­nais.

Si­tu­ação ina­cei­tável
agrava de­si­gual­dade

Para lá de con­si­de­ra­ções sobre uma pro­posta com li­mi­ta­ções e in­su­fi­ci­ên­cias, esta re­so­lução, pro­cu­rando ins­tru­men­ta­lizar a uti­li­zação do di­reito de veto no de­correr das ne­go­ci­a­ções da pro­posta de di­rec­tiva, pre­tende com­pro­meter o prin­cípio da una­ni­mi­dade nos pro­cessos de de­cisão do CE, em ma­téria fiscal, im­ple­men­tando a de­cisão por mai­oria qua­li­fi­cada, numa ma­téria que está no âmago da so­be­rania dos Es­tados. Pro­posta que en­contra res­paldo nas am­bi­ções de pôr termo ao prin­cípio da de­cisão por una­ni­mi­dade em vá­rias áreas, re­ti­rando ainda mais par­celas de so­be­rania aos Es­tados.

A con­cre­tizar-se esta pro­posta, o pro­cesso de de­cisão tornar-se-ia ainda mais de­se­qui­li­brado e de­si­gual do que já hoje é, uma vez que países como Por­tugal, com menor peso nesse pro­cesso de­ci­sório, per­de­riam um ins­tru­mento de grande im­por­tância para de­fender os seus in­te­resses, em be­ne­fício das prin­ci­pais po­tên­cias, com maior peso no pro­cesso. Uma si­tu­ação ina­cei­tável e que apro­fun­daria a já gra­vosa de­si­gual­dade exis­tente nas re­la­ções de poder entre Es­tados con­sa­grada pelo Tra­tado de Lisboa.

A re­so­lução avança pro­postas que afrontam os in­te­resses de Por­tugal, com­pro­me­tendo a sua so­be­rania fiscal e o seu poder de de­cisão no seio do CE.




Mais artigos de: Europa

PC da Ucrânia proibido e com bens confiscados

Um tri­bunal ucra­niano con­firmou a ile­ga­li­zação do Par­tido Co­mu­nista da Ucrânia e o con­fisco dos seus bens, cul­mi­nando um pro­cesso ini­ciado em 2014. Ou­tras forças po­lí­ticas, da opo­sição, foram re­cen­te­mente proi­bidas, so­brando apenas no país, em termos le­gais, par­tidos da di­reita e ex­trema-di­reita.

Retrocessos no acesso à IVG

Na última sessão plenária em Estrasburgo, o Parlamento Europeu voltou a discutir a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América (EUA) relativamente ao acesso à interrupção voluntária da gravidez (IVG). A recente deliberação é preocupante, já que vem sobrepor-se à decisão de 1973...