Centenário de José Saramago evocado na Festa do Avante!

No ano em que se comemora o Centenário do nascimento de José Saramago, a Festa do Avante! dedica particular atenção à vida e à obra deste escritor universal, intelectual de Abril e militante comunista, também ele durante anos empenhado obreiro da Festa.

José Saramago: escritor universal, intelectual de Abril, militante comunista

O concerto sinfónico de sexta-feira, 2 de Setembro, intitulado Música na Palavra de Saramago, será porventura o momento mais visível da homenagem que será prestada ao único Prémio Nobel de língua portuguesa na Festa do Avante!, inserida aliás no programa de comemorações do PCP.
Pelo Palco 25 de Abril passará a música de autores citados nos seus livros e música original inspirada na sua obra literária: o resultado final será um alinhamento que atravessa boa parte da história da música, do barroco à contemporânea, e inclui a peça Memorial, de António Pinho Vargas, dedicada aos romances Ensaio sobre a Cegueira, As Intermitências da Morte e Ensaio sobre a Lucidez.

A interpretação, essa, fica a cargo da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, dirigida pelo maestro Vasco Pearce de Azevedo, e dos solistas Alexandra Bernardo (soprano), Armando Possante (barítono), Mafalda Nejmeddine (cravo) e Marco Pereira (violoncelo).

Mas esta não será a única expressão das comemorações do centenário de José Saramago na edição deste ano da Festa do Avante!, longe disso. Para além da apresentação de um livro que destaca a dimensão política da sua intervenção, em vários espaços será evocada a sua vida, a sua militância e a sua obra literária ímpar, expressão de um sensível e humano olhar sobre os problemas da humanidade, e sobretudo do povo mais humilde, de onde veio e a quem sempre foi fiel.

Em destaque estará também a sua condição de militante comunista, que o foi desde jovem e até ao último dia da sua vida. Foi ele próprio, aliás, a afirmar com orgulho que para ganhar o Prémio Nobel «não precisei de deixar de ser comunista». Saramago foi também um intelectual de Abril, pela participação activa na resistência à ditadura, pela sua acção na construção de um País democrático, pela sua obra – ela própria uma conquista da Revolução. Como o próprio disse um dia, «creio que nada ou quase nada que fiz depois do 25 de Abril, poderia ter sido feito antes».


Elogio aos indispensáveis

José Saramago era presença assídua na Festa, da qual foi aliás construtor. Participou em jornadas de trabalho, interveio em sessões e debates, visitava-a sempre que podia.

Um dia, em 2008, deixou uma mensagem aos construtores da Festa, na qual revelava não só uma compreensão profunda do significado de toda aquela militância como a sua admiração pelos que a exerciam: «Trabalhar para a Festa? Com certeza, claro. Mas, no fundo, ao trabalhar para a Festa, trabalham para o País, trabalham para o futuro e trabalham para um sentimento de comunidade e de solidariedade, de que o Partido é, talvez, o exemplo mais flagrante de toda a sociedade portuguesa. (…) Vocês, meus caros, para quem a Festa é indispensável, são também indispensáveis à Festa. Aí está. Muito obrigado.»





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