Fraternidade e partilha de experiências no Acampamento pela Paz

Cen­tenas de jo­vens de todo o País par­ti­ci­param, de 29 a 31 de Julho, no Acam­pa­mento pela Paz, que teve lugar em Évora. Foram três dias de con­vívio, de­bate, mú­sica, des­porto, so­li­da­ri­e­dade e co­o­pe­ração entre os povos.

«A ju­ven­tude quer a paz, não o que a guerra traz»

A Acam­pa­mento – nas Pis­cinas Mu­ni­ci­pais da ci­dade – foi di­na­mi­zado pela Pla­ta­forma para a Paz e o De­sar­ma­mento e subs­crito por cerca de 40 as­so­ci­a­ções e or­ga­ni­za­ções ju­venis di­versas, entre as quais a JCP.

No pri­meiro dia, após a re­cepção dos par­ti­ci­pantes e mon­tagem das tendas, teve lugar uma vi­sita ao es­paço, onde se en­con­travam faixas de­co­ra­tivas e duas ex­po­si­ções, sobre a Pa­les­tina, do MPPM, e o de­sar­ma­mento nu­clear, do Pro­jecto Ruído. Se­guiu-se um chur­rasco de boas vindas e o vi­si­o­na­mento do filme «Al­cindo», de Mi­guel Dores, sobre o as­sas­si­nato de Al­cindo Mon­teiro, em 1995, por um «bando» de ne­o­nazis. A noite ter­minou com um con­certo de Ana Ti­joux, in­te­grada na pro­gra­mação do Artes à Rua, no centro da ci­dade, e a ac­tu­ação de um DJ na So­ci­e­dade Ope­rária de Ins­trução e Re­creio – Jo­a­quim An­tónio d’A­guiar (SOIR JAA).

No sá­bado, 30, o dia co­meçou com um tor­neio de fu­tebol. De­pois, parte dos­jo­vens se­guiu para Mon­temor-o-Novo, acom­pa­nhando o Ro­teiro «Le­van­tados do Chão», uma das mais mar­cantes obras de José Sa­ra­mago, no ano do cen­te­nário do seu nas­ci­mento. A tarde pros­se­guiu com um de­bate sobre «Trá­fico de seres hu­manos», com Tiago Al­deias, co­or­de­nador da União de Sin­di­catos de Évora da CGTP-IN, e Sandra Ben­fica, do Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres. Teve ainda lugar um workshop sobre «Al­ter­na­tivas de não vi­o­lência», di­na­mi­zado pela As­so­ci­ação Diás­pora Sem Fron­teiras, e um jantar re­gi­onal, ofe­re­cido pela Câ­mara Mu­ni­cipal.

Des­file pela paz
Pa­la­vras de ordem como «Paz sim, guerra não», «A ju­ven­tude quer a paz, não o que a guerra traz» e «O custo de vida au­menta, a ju­ven­tude não aguenta» eco­aram, com o dia a des­pedir-se, pelas ruas do Centro His­tó­rico de Évora, num des­file pela paz que cul­minou na Praça do Gi­raldo, com uma in­ter­venção de Inês Fer­reira, da Di­recção da As­so­ci­ação de Es­tu­dantes (AE) da Es­cola Se­cun­dária Ga­briel Pe­reira, que abriu para o con­certo de Ma­zarin e Amaura. «Lu­tamos não só contra a guerra exis­tente na Eu­ropa, mas também contra a guerra no Iêmen, na Pa­les­tina, na So­mália, na Síria, no Afe­ga­nistão, entre ou­tros», afirmou a es­tu­dante, sa­li­en­tando: «Os jo­vens não querem a cor­rida de­sen­freada ao ar­ma­mento, nem que o con­flito no Leste da Eu­ropa sirva como des­culpa para tal opção. Cada euro dado a mais para a aqui­sição de ar­ma­mento é um euro a menos para in­vestir na Es­cola Pú­blica, no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, no En­sino Su­pe­rior ou na mo­bi­li­dade.»

Inês Fer­reira de­fendeu ainda a ne­ces­si­dade de «pôr em prá­tica o tra­tado de proi­bição das armas nu­cle­ares» e re­clamou a «re­so­lução po­lí­tica e ne­go­ciada dos con­flitos». A noite voltou a ser na SOIR JAA.

A pro­gra­mação de do­mingo en­cerrou com o de­bate «Guerras, san­ções e blo­queios – Quem perde são os povos», que contou com as in­ter­ven­ções de Julie Neves, da Di­recção Na­ci­onal do CPPC, de Do­mingos Pe­reira, da AE da Fa­cul­dade de Ci­ên­cias So­ciais e Hu­manas, de Lisboa, e de Yus­mari Díaz, em­bai­xa­dora da Re­pú­blica de Cuba em Por­tugal.

Antes ti­veram lugar tor­neios de pólo aquá­tico e de vo­leibol, en­quanto de­corria a pin­tura de um mural no jardim pú­blico de Évora alu­sivo ao Acam­pa­mento pela Paz.

 



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