Portuários e ferroviários em greve no Reino Unido

Trabalhadores do porto de Felixstowe, no Reino Unido, entraram no dia 21 em greve exigindo o aumento de salários para fazer face à subida de preços, juntando-se assim aos ferroviários e a outros sectores em luta.

Paralisação atinge Felixstowe, o maior porto de contentores britânico

Os trabalhadores de Felixstowe, o maior e mais movimentado porto de contentores britânico, junto da cidade de Suffolk, na costa leste de Inglaterra, convocaram uma greve de oito dias, a partir de domingo, 21, reivindicando aumentos salariais.

Os cerca de 1900 trabalhadores portuários, membros do sindicato Unite, decidiram por esmagadora maioria a favor da paralisação, a primeira no porto desde 1989. Participam na greve motoristas de guindastes, operadores de máquinas, estivadores e outros trabalhadores. O porto movimenta cerca de quatro milhões de contentores por ano, provenientes de dois mil navios.

A secretária-geral do Unite, Sharon Graham, disse ao jornal Morning Star que a empresa do porto de Felixstowe é muito rentável e que dados recentes mostram que em 2020 obteve lucros de 61 milhões de libras: «A sua empresa-mãe, CK Hutchison Holding Ltd, é tão rica que, nesse ano, distribuiu 99 milhões de libras aos accionistas. Por isso, as duas empresas podem dar aos trabalhadores de Felixstowe um aumento salarial decente. Mas é claro que elas preferem distribuir os milhões de libras de lucros em dividendos, em vez de pagar salários decentes aos trabalhadores». E garantiu todo o apoio aos trabalhadores até que seja esteja assegurado um aumento salarial adequado.

A greve dos portuários coincide com mais uma paralisação do sector ferroviário, em que participam 45 mil trabalhadores exigindo melhores salários e condições laborais. Desde há meses que os trabalhadores deste sector têm vindo a intensificar a sua luta contra a proposta de aumento salarial de apenas dois por cento, que consideram «ofensiva».

O Reino Unido, com uma inflação de mais de 10 por cento, a maior subida de preços em 40 anos, enfrenta uma vaga de greves que afecta, além dos sectores ferroviário e portuário, os correios, as telecomunicações e a recolha do lixo, cujos trabalhadores já anunciaram paralisações para o final de Agosto.




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