Falta de motoristas é a paga por anos de opções erradas

As trans­por­ta­doras pri­vadas, «su­por­tadas nas ce­dên­cias dos go­vernos na le­gis­lação la­boral, blo­que­aram a ne­go­ci­ação co­lec­tiva, apos­tando em baixos sa­lá­rios, o que não tornou atrac­tiva a pro­fissão».

A pro­fissão deve ter con­di­ções que atraiam mais tra­ba­lha­dores

Este é um dos mo­tivos, in­di­cados pela Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções, num co­mu­ni­cado sobre a falta de mo­to­ristas e as con­sequên­cias vi­sí­veis na qua­li­dade do ser­viço pú­blico.

Por outro lado, o pa­tro­nato avançou na re­dução de efec­tivos, com­pen­sando essa opção com o au­mento do re­curso ao tra­balho ex­tra­or­di­nário.

Com o ser­viço a ser as­se­gu­rado por menos tra­ba­lha­dores do que era ne­ces­sário, as em­presas não se pre­pa­raram para os novos con­cursos de con­cessão, que pre­co­nizam maior oferta. Logo, «os utentes têm agora de lidar com um ser­viço que não cor­res­ponde às suas ne­ces­si­dades».

Para a Fec­trans/​CGTP-IN, «é pre­ciso criar con­di­ções para atrair mais tra­ba­lha­dores para a pro­fissão de mo­to­ristas, e isso faz-se também com o au­mento dos sa­lá­rios, pros­se­guindo a me­lhoria da con­tra­tação co­lec­tiva, como se fez este ano».

A fe­de­ração as­si­nala que «estas em­presas pri­vadas estão a ser pagas com di­nheiros pú­blicos, pelo que se exige que as au­to­ri­dades de trans­portes tomem as me­didas ne­ces­sá­rias para de­fender o in­te­resse pú­blico».

«Os acon­te­ci­mentos de­mons­tram», sa­li­enta a Fec­trans, que «um ser­viço pú­blico de qua­li­dade as­se­gura-se por em­presas pú­blicas» que te­nham esse ob­jec­tivo «e não o lucro, que é o ob­jec­tivo das em­presas pri­vadas».

Nos pro­testos po­pu­lares, como em Se­túbal, dia 1 (na foto), exige-se ser­viço pú­blico de qua­li­dade.

 

Rei­vin­di­cação comum

Uma de­le­gação de di­versas or­ga­ni­za­ções sin­di­cais, que re­pre­sentam tra­ba­lha­dores das em­presas pú­blicas de trans­portes – entre as quais a Fec­trans e os seus sin­di­catos STRUP, SNTSF, STFCMM e Si­ma­mevip – vão hoje de manhã en­tregar, no Mi­nis­tério do Am­bi­ente, uma carta rei­vin­di­cando o au­mento geral dos sa­lá­rios.

A de­cisão, como in­formou a Fec­trans, foi to­mada numa reu­nião re­a­li­zada a 29 de Se­tembro. O do­cu­mento foi também en­viado ao Mi­nis­tério das Infra-es­tru­turas.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

CGTP-IN celebrou aniversário reafirmando motivos para lutar

«Não po­demos aceitar o em­po­bre­ci­mento de quem tra­balha», pro­testou Isabel Ca­ma­rinha, no dia 1 de Ou­tubro, numa acção em Lisboa, in­sis­tindo no au­mento geral dos sa­lá­rios, como uma emer­gência na­ci­onal.

Turismo em alta

«Todos os indicadores apontam para que 2022 venha a ser o melhor ano turístico de sempre, ultrapassando os resultados de 2019», mas «os problemas do sector agravam-se», protestou o Sindicato da Hotelaria do Norte, numa nota de 27 de Setembro, Dia Mundial do Turismo (assinalado com uma corrida...

Greve fez-se sentir

«A greve dos trabalhadores das empresas de distribuição fez-se sentir em todo o País», assinalou a Direcção Nacional do CESP/CGTP-IN, numa saudação que emitiu ao início da noite de sexta-feira, 30 de Setembro. Os trabalhadores que fizeram greve «afirmaram nos locais de trabalho que não estão...

Dia Mundial do Professor

A Fenprof e os seus sindicatos decidiram assinalar o Dia Mundial do Professor com um plenário nacional, frente à Assembleia da República, na tarde de anteontem, dia 4. Este plenário de professores e educadores foi convocado como acto político-cultural de evocação da profissão docente. A anteceder a votação de uma moção...

Administração Pública faz greve nos Açores

Na sexta-feira da próxima semana, dia 14, os trabalhadores da Administração Pública Central e Regional, na RA dos Açores, vão estar em greve. A confirmação foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Açores, no dia 3, que persiste na informação e mobilização, com plenários,...

Polícias mostram dia 21 «indignação tremenda»

Uma concentração no dia 21 de Outubro, junto à residência oficial do Presidente da República, «incitando-o a sensibilizar o Governo para o descontentamento dos profissionais das forças e serviços de segurança», foi decidida no dia 29 de Setembro. Reunida nessa quinta-feira, no Porto, a Comissão Coordenadora Permanente...