Salários com prioridade na reivindicação e na luta

A exi­gência de au­mentos sa­la­riais des­taca-se nas greves mar­cadas para a Ad­mi­nis­tração Pú­blica, os CTT e o sector so­cial, tal como nou­tras lutas e nas rei­vin­di­ca­ções for­ma­li­zadas para ne­go­ci­ação.

As em­presas e o Es­tado têm con­di­ções para parar a es­ca­lada do em­po­bre­ci­mento

Di­ri­gentes, de­le­gados e ac­ti­vistas do Sin­di­cato da Ho­te­laria do Sul, no final de um en­contro, no dia 11, onde ana­li­saram o fu­turo do tra­balho no sector, des­lo­caram-se para a frente do edi­fício onde estão ins­ta­ladas as sedes das as­so­ci­a­ções pa­tro­nais Ah­resp e AHP.
O sector, como têm afir­mado os sin­di­catos da Fe­saht/​CGTP-IN, vive uma si­tu­ação fa­vo­rável, com pers­pec­tivas de bater em 2022 os re­cordes al­can­çados em 2019. A enorme ri­queza pro­du­zida e o au­mento da pro­du­ti­vi­dade per­mitem au­mentar sig­ni­fi­ca­ti­va­mente os baixos sa­lá­rios pra­ti­cados e me­lhorar as con­di­ções de tra­balho e de vida.
Uma men­sagem se­me­lhante foi dei­xada por di­ri­gentes do Sin­di­cato da Ho­te­laria do Centro e da Fe­saht, no dia 14, no ex­te­rior do Con­vento de São Fran­cisco, em Coimbra, onde de­corria o con­gresso da Ah­resp.
À as­so­ci­ação pa­tronal Aphort tinha já sido apre­sen­tada, em me­ados de Se­tembro, uma pro­posta de re­visão da ta­bela sa­la­rial, re­cla­mando para 2023 uma ac­tu­a­li­zação de 10 por cento, com um mí­nimo de 100 euros no sa­lário de cada tra­ba­lhador.

Mais 10 por cento para todos os tra­ba­lha­dores de se­guros, as­se­gu­rando um au­mento mí­nimo de 100 euros e sa­lá­rios nunca in­fe­ri­ores a 1150 euros, é a pro­posta do Si­napsa, le­vada aos lo­cais de tra­balho no âm­bito da mo­bi­li­zação para as ma­ni­fes­ta­ções de dia 15.

Uma greve na Eu­ro­re­sinas (Grupo Sonae Arauco), em Sines, ini­ciou-se dia 12, com uma forte adesão, pa­rando to­tal­mente a fá­brica. A luta pros­segue até dia 26, para rei­vin­dicar um au­mento sa­la­rial ex­tra­or­di­nário.

Uma pro­posta de re­visão ime­diata das ta­belas sa­la­riais, rei­vin­di­cando 150 euros de au­mento para todos os tra­ba­lha­dores, foi en­tregue na sede da EDP, dia 12, por uma de­le­gação da Fi­e­qui­metal. Apesar dos ex­ce­lentes re­sul­tados fi­nan­ceiros dos úl­timos anos, os tra­ba­lha­dores têm cada vez mais ta­refas em ex­cesso, mas não são va­lo­ri­zados, em es­pe­cial os mais jo­vens.

No dia 13, tra­ba­lha­dores do Grupo ITX (In­ditex) reu­niram-se em ple­nário à porta da sede da em­presa, em Lisboa, re­cla­mando au­mento sig­ni­fi­ca­tivo do sa­lário, cum­pri­mento da con­tra­tação co­lec­tiva e 7,50 euros de sub­sídio de ali­men­tação para todos.

Pela re­a­ber­tura da ne­go­ci­ação, de modo a au­mentar os sa­lá­rios e obter res­posta aos de­mais pontos do ca­derno rei­vin­di­ca­tivo no Grupo Águas de Por­tugal, o STAL e a Fi­e­qui­metal re­a­li­zaram, no dia 12, uma acção de pro­testo perto do Mi­nis­tério das Fi­nanças, em Lisboa.
É exi­gido um au­mento ime­diato dos sa­lá­rios em 90 euros, para todos os tra­ba­lha­dores. Para 2023, são re­cla­mados mais 120 euros no sa­lário, para todos os tra­ba­lha­dores, e um sa­lário de 900 euros na base da ta­bela.

Os tra­ba­lha­dores da Ca­e­tano For­mula, em Al­mada e no Bar­reiro, fi­zeram greves de duas horas nos dias 13 e 14, por au­mento dos sa­lá­rios e pelo fim da dis­cri­mi­nação sa­la­rial.

No dia 14, oito sin­di­catos con­fir­maram a con­vo­cação de uma greve geral nos CTT Cor­reios, para 31 de Ou­tubro e 2 de No­vembro, de­pois de terem pro­posto à ad­mi­nis­tração um au­mento sa­la­rial in­ter­calar. Os tra­ba­lha­dores vivem uma si­tu­ação «in­sus­ten­tável», mas o pre­si­dente e de­mais ele­mentos da Ad­mi­nis­tração Exe­cu­tiva «apenas estão in­te­res­sados em au­mentar os di­vi­dendos dos ac­ci­o­nistas», acusam os sin­di­catos.
Para com­pensar as perdas, de­pois de um au­mento não ne­go­ciado de apenas 7,50 euros, no início do ano, é exi­gido um acrés­cimo de 8,7 por cento para todos os tra­ba­lha­dores, com efeitos a 1 de Julho.

Amanhã, dia 21, há um ponto alto na luta dos tra­ba­lha­dores do sector so­cial (mi­se­ri­cór­dias, IPSS e mu­tu­a­li­dades) pela va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e das pro­fis­sões. Além de uma greve de 24 horas, estão con­vo­cadas con­cen­tra­ções para as 11 horas, junto do Mi­nis­tério do Tra­balho e das sedes da CNIS (Porto) e da UMP (Lisboa).

 

Ad­mi­nis­tração Pú­blica em greve no dia 18

A ci­meira da Frente Comum de Sin­di­catos de­cidiu, dia 14, con­vocar um ple­nário na­ci­onal para dia 27, pelas 11 horas, frente à AR, e uma greve na­ci­onal dos tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, para 18 de No­vembro.

Estas formas de luta foram apro­vadas, pe­rante «uma pro­posta de ac­tu­a­li­zação sa­la­rial que não dá res­posta ime­diata à perda de poder de compra ve­ri­fi­cada em 2022 e que, para 2023, apro­fun­dará o em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores».

A Frente Comum de­fende o au­mento real dos sa­lá­rios e rei­vin­dica, para o novo ano, um acrés­cimo de 10 por cento, com ga­rantia de um mí­nimo de 100 euros, re­a­fir­mando que o Go­verno «tem tempo, es­paço e meios or­ça­men­tais» para aprovar «me­didas que in­ter­rompam esta es­ca­lada de em­po­bre­ci­mento e de de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos».

 



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