Organização e luta destacadas pelas comissões de trabalhadores

A luta em curso contra a exploração e por melhores condições de vida e de trabalho requer «uma maior e melhor organização dos trabalhadores», afirma-se na Resolução do 23.º Encontro Nacional de CT.

Urge travar o preocupante agravamento das condições de vida e trabalho

Durante a manhã e a tarde de sexta-feira, dia 21, no Fórum Lisboa, reuniram-se 200 membros de meia centena de comissões de trabalhadores, sub-CT e comissões coordenadoras de CT.

Com detalhe em várias empresas e grupos, aqueles representantes de milhares de trabalhadores «fizeram a análise da situação económica e social que o País atravessa, reflectiram sobre a sua organização e intervenção, tendo como alvo principal o desenvolvimento de acções que assegurem a melhoria das condições de vida e trabalho, não só dos trabalhadores que directamente representam, como dos trabalhadores e da população em geral» – refere-se na Resolução «Unidade na defesa dos direitos, por melhores condições de vida e trabalho».

Neste documento – aprovado no final e em seguida entregue em mão no Ministério do Trabalho – assinala-se «o preocupante agravamento das condições de vida e trabalho», desde o anterior encontro (Coimbra, 14 de Maio de 2021). Isto verificou-se, apesar de muitas jornadas de luta, nas empresas e na rua, terem permitido suster maiores ataques e conquistar, em muitas empresas, «recuperação salarial, diminuição dos horários de trabalho, integração no quadro de efectivos de muitos trabalhadores com vínculo precário, entre outras» melhorias.

Os «problemas estruturais do País» agravam-se com «as opções de classe que os governantes têm tomado a favor do grande capital e grupos monopolistas». Sem respostas em «recentes anúncios governamentais», defende-se a urgência de travar este «caminho de empobrecimento, de perda de direitos, de aumento de exploração, de deficientes serviços públicos, de ausência de futuro».

 

Combate justo a reforçar

Saudando as manifestações que a CGTP-IN promoveu, no dia 15, em Lisboa e no Porto, o 23.º Encontro Nacional de CT considerou-as como «um momento da luta que irá trazer outras e de maior expressão».

Para o movimento das CT, esta luta «requer uma maior e melhor organização dos trabalhadores, maior dinamismo dos seus representantes, nomeadamente dos membros das comissões e sub-comissões de trabalhadores, o efectivo exercício de todos os direitos das CT, o alargamento dos créditos de horas aos seus membros, a cooperação e a convergência com o movimento sindical unitário e de classe, potenciando competências».

Na Resolução ficaram expressos os objectivos para a intervenção nos próximos tempos, entre os quais: aumento dos salários em 10 por cento, nunca menos de 100 euros e aumentos extraordinários (intercalares) dos salários já actualizados este ano em valores absorvidos pela inflação; aumento do salário mínimo nacional, desde já, para 850 euros; redução do horário de trabalho e combate à sua desregulação; revogação das normas gravosas da legislação laboral; reforma aos 65 anos de idade ou após 40 anos de carreira contributiva; antecipação da idade legal de reforma para quem labora em regime de turnos e trabalho nocturno; garantia do exercício e alargamento dos direitos das CT, suas coordenadoras e seus membros, como factor importante para a promoção de um maior equilíbrio nas relações laborais.

 



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