Cuba tem direito a viver livre do criminoso bloqueio norte-americano

A As­sem­bleia Geral da ONU dis­cute e deve aprovar um pro­jecto de re­so­lução que exige o fim do blo­queio dos EUA contra Cuba. O povo cu­bano, con­tando com ampla so­li­da­ri­e­dade mun­dial, re­a­firma o seu di­reito a uma vida me­lhor sem blo­queio.

As­sem­bleia Geral da ONU deve aprovar nova re­so­lução con­de­nando blo­queio

A As­sem­bleia Geral das Na­ções Unidas está a de­bater nestes dias (2 e 3) um do­cu­mento que es­ta­be­lece a ne­ces­si­dade de pôr fim ao blo­queio im­posto a Cuba há mais de seis dé­cadas pelos Es­tados Unidos da Amé­rica. Trata-se da 30.ª vez que é apre­sen­tado um texto se­me­lhante, apro­vado desde 1992 pela es­ma­ga­dora mai­oria dos Es­tados, a con­denar o blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro a Cuba mas sem que Washington es­cute esta exi­gência uni­versal.

Em vés­peras do de­bate, mul­ti­pli­caram-se no mundo ma­ni­fes­ta­ções so­li­dá­rias com Cuba e de con­de­nação das me­didas uni­la­te­rais co­er­civas im­postas pelo blo­queio norte-ame­ri­cano. «A so­li­da­ri­e­dade marca o ritmo nestes dias que an­te­cedem a apre­sen­tação da ver­dade de Cuba na ONU», afirmou o pre­si­dente de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, de­nun­ci­ando a «feroz per­se­guição» do go­verno norte-ame­ri­cano. «O mundo vai pro­nun­ciar-se outra vez contra o blo­queio que pre­tende, sem êxito, tirar-nos até o sor­riso», as­si­nalou o chefe do Es­tado cu­bano, agra­de­cendo aos «amigos de tantos países que não deixam de lutar em favor do nosso povo».

Se­gundo o pro­jecto de re­so­lução em dis­cussão na As­sem­bleia Geral das Na­ções Unidas, in­ti­tu­lado «Ne­ces­si­dade de pôr fim ao blo­queio eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro im­posto pelos Es­tados Unidos da Amé­rica contra Cuba», apenas nos 14 pri­meiros meses do go­verno de Joe Biden Cuba teve pre­juízos su­pe­ri­ores a 6.364 mi­lhões de dó­lares. Em termos prá­ticos, su­blinha o texto, isso sig­ni­fica perdas de mais de 454 mi­lhões de dó­lares men­sais e de mais de 15 mi­lhões diá­rios.

Biden não re­verteu
me­didas de Trump

Em mais de seis dé­cadas de blo­queio – ao longo das quais a ONU aprovou três de­zenas re­so­lu­ções con­de­nando o cerco ilegal, sem qual­quer res­posta por parte dos EUA –, os pre­juízos de Cuba ul­tra­passam os 154.217 mi­lhões de dó­lares, uma verba ainda mui­tís­simo su­pe­rior se se levar em conta a re­lação do dólar face ao valor do ouro.

Re­cen­te­mente, o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros de Cuba, Bruno Ro­drí­guez, apre­sentou em Ha­vana o do­cu­mento em de­bate nas Na­ções Unidas. O texto re­vela que, entre Agosto de 2021 e Fe­ve­reiro de 2022, as perdas eco­nó­micas cau­sadas pelas me­didas pu­ni­tivas norte-ame­ri­canas as­cendem a 3.806 mi­lhões de dó­lares, cifra re­corde para sete meses.

Ainda assim, ainda há quem se en­gane pen­sando que re­pre­sentam um «grande avanço» as me­didas sobre Cuba anun­ci­adas em Maio pelos EUA, quanto a vi­a­gens e re­messas. A ver­dade é que tais me­didas não mo­di­ficam os as­pectos mais da­nosos desta po­lí­tica nem re­vertem as san­ções adi­ci­o­nais apli­cadas no man­dato do pre­si­dente Trump.

As me­didas anun­ci­adas pela ad­mi­nis­tração Biden, entre ou­tras res­tri­ções que per­ma­necem, não mudam a proi­bição de im­portar, de países ter­ceiros, bens que con­te­nham mais de 10 por cento de com­po­nentes norte-ame­ri­canos; con­ti­nuam vi­gentes a lista de en­ti­dades cu­banas san­ci­o­nadas e a de alo­ja­mentos proi­bidos; con­ti­nuam a in­cluir Cuba, de forma in­fame, na dita lista de Es­tados pa­tro­ci­na­dores de ter­ro­rismo; e mantêm os im­pe­di­mentos à aqui­sição de com­bus­tível.

Além disso, con­ti­nuam a proibir Cuba de usar o dólar norte-ame­ri­cano nas tran­sac­ções in­ter­na­ci­o­nais ou de uti­lizar o sis­tema fi­nan­ceiro para as re­a­lizar; e per­siste, para os ci­da­dãos norte-ame­ri­canos, a proi­bição de vi­ajar para a ilha, salvo com li­cenças es­pe­ciais.

Tudo isso sem contar com o mais ter­rível, que são os di­versos im­pactos na vida das fa­mí­lias, desde a im­pos­si­bi­li­dade de im­portar ma­té­rias-primas para fa­bricar me­di­ca­mentos, de­vido às ame­aças aos for­ne­ce­dores, até aos blo­queios in­for­má­ticos e ao de­sen­vol­vi­mento.

De­cor­ridos quase dois anos de man­dato de Joe Biden, mantêm-se em vigor as me­didas mais agres­sivas apli­cadas pela ad­mi­nis­tração Trump, numa guerra po­lí­tica e eco­nó­mica que atenta contra a saúde e vida do povo cu­bano e viola os seus mais ele­men­tares di­reitos hu­manos.




Mais artigos de: Europa

Resistentes antifascistas reuniram-se em Belgrado

A Fe­de­ração In­ter­na­ci­onal de Re­sis­tentes pro­moveu no dia 24 de Ou­tubro, em Bel­grado, uma con­fe­rência in­ter­na­ci­onal sobre «An­ti­fas­cismo hoje e o pe­rigo das po­lí­ticas de di­reita na Eu­ropa». A URAP es­teve pre­sente.

Cuba acolheu o 22.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários

O Partido Comunista de Cuba acolheu o 22.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários (EIPCO), de 27 a 29 de Outubro de 2022, em Havana. Recorde-se que a decisão de realizar o Encontro Internacional em Cuba foi tomada na reunião do Grupo de Trabalho do EIPCO que se realizou no passado dia 5 de Março, em...

Da realidade à proposta, conhecer para intervir

É um compromisso de sempre dos deputados do PCP no Parlamento Europeu (PE) uma profunda ligação à realidade, condição essencial para robustecer e alavancar a intervenção institucional. A análise e interpretação da situação política, económica, social carecerá sempre do estudo das políticas,...