Firmeza na negociação e na luta assegura resultados positivos

Sin­di­catos dos sec­tores de se­guros, trans­portes, cal­çado, ho­te­laria, mi­se­ri­cór­dias e co­mércio anun­ci­aram avanços con­se­guidos pelos tra­ba­lha­dores, in­cluindo au­mentos sa­la­riais e sal­va­guarda de di­reitos.

Ga­rante-se avanços com sin­di­catos fortes e tra­ba­lha­dores or­ga­ni­zados

Um de­le­gado sin­dical, tra­ba­lhador do em­pre­en­di­mento tu­rís­tico Quinta do Lago, no con­celho de Loulé, que tinha sido des­pe­dido em Maio deste ano, acabou por ser rein­te­grado, com a in­ter­venção do Sin­di­cato da Ho­te­laria do Al­garve.
«Com esta vi­tória, fica de­mons­trado mais uma vez que vale a pena lutar», co­mentou o sin­di­cato da Fe­saht/​CGTP-IN, a 16 de No­vembro, ape­lando aos tra­ba­lha­dores «para se sin­di­ca­li­zarem, unirem, or­ga­ni­zarem e le­varem a cabo as ac­ções de luta que forem ne­ces­sá­rias».

Não foi ne­ces­sário re­a­lizar uma greve, anun­ciada para 2 de De­zembro, nas em­presas de cal­çado que re­cu­savam ne­go­ciar a ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios, em 90 euros, e do sub­sídio de re­feição, para 4,50 euros, disse a co­or­de­na­dora da Fe­de­ração dos Sin­di­catos Têx­teis, La­ni­fí­cios, Ves­tuário, Cal­çado e Peles (Fe­sete/​CGTP-IN). Ci­tada pela agência Lusa, Isabel Ta­vares ex­plicou que, de­pois de de­ci­dida a greve, a 11 de Ou­tubro, houve avanços em al­gumas em­presas, en­quanto pros­se­guem as ne­go­ci­a­ções do Acordo Co­lec­tivo de Tra­balho, com a as­so­ci­ação pa­tronal Api­caps.

Na Alsa Todi, os sin­di­catos de­ci­diram a 29 de No­vembro le­vantar a greve mar­cada para o dia se­guinte, «em função da­quilo que já fi­zeram e dos com­pro­missos que estão as­su­midos», como disse à agência Lusa um di­ri­gente da Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções. Fer­nando Fi­dalgo re­feriu que a carga ho­rária foi subs­tan­ci­al­mente re­du­zida e deixou de haver pressão para que os tra­ba­lha­dores não re­cu­sassem tra­balho su­ple­mentar.
A Fec­trans e os sin­di­catos aler­taram que estão por re­solver ou­tras si­tu­a­ções, como a falta de con­di­ções de al­gumas ins­ta­la­ções fí­sicas ou o di­reito ao trans­porte dos fa­mi­li­ares dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados e dos pen­si­o­nistas, em­bora não de­pendam apenas da trans­por­ta­dora ro­do­viária da Pe­nín­sula de Se­túbal.

Na Metro Trans­portes do Sul, ficou as­se­gu­rado, para 2023, um au­mento do ren­di­mento mensal da grande mai­oria dos tra­ba­lha­dores acima de cem euros, so­mando a ac­tu­a­li­zação da ta­bela sa­la­rial e as de­mais ma­té­rias pe­cu­niá­rias. Num co­mu­ni­cado, o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Tra­ba­lha­dores do Sector Fer­ro­viário des­tacou ainda, no acordo fir­mado com a ad­mi­nis­tração no início de No­vembro, o au­mento do com­ple­mento de função dos re­gu­la­dores, para 200 euros, e as dis­pensas no dia de ani­ver­sário e a 24 de De­zembro (este já em 2022).
Man­tendo o ob­jec­tivo de ne­go­ci­ação de um acordo de em­presa na con­ces­si­o­nária do Metro Sul do Tejo, o sin­di­cato da Fec­trans/​CGTP-IN sa­li­entou que «novos re­sul­tados podem ser al­can­çados», com o re­forço da sua or­ga­ni­zação e «uma maior uni­dade dos tra­ba­lha­dores».

No Grupo Fi­de­li­dade, os au­mentos sa­la­riais para 2023 e 2024 serão cal­cu­lados a partir da in­flação re­gis­tada no ano an­te­rior, in­formou o Sin­di­cato Na­ci­onal dos Pro­fis­si­o­nais de Se­guros e Afins, no­tando que, para os cinco grupos sa­la­riais com me­nores re­mu­ne­ra­ções-base (num total de sete grupos), ha­verá um acrés­cimo de 0,2 por cento.
O Si­napsa pre­tendeu in­cluir na re­visão sa­la­rial todas as em­presas do grupo (al­gumas não estão ainda abran­gida pelo acordo co­lec­tivo de tra­balho subs­crito em 2019), mas a ad­mi­nis­tração re­cusou. Mesmo assim, o sin­di­cato quer «en­con­trar so­lu­ções» para as­se­gurar igual­dade de di­reitos e au­mentos sa­la­riais para todos.

Os tra­ba­lha­dores do sector so­cial con­se­guiram, fi­nal­mente, que fosse pu­bli­cada a por­taria de ex­tensão do con­trato co­lec­tivo de tra­balho ne­go­ciado com a CNIS, con­gra­tulou-se o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores do Co­mércio, Es­cri­tó­rios e Ser­viços. Os di­reitos em vigor nas IPSS pas­saram a aplicar-se ao pes­soal das as­so­ci­a­ções mu­tu­a­listas e das santas casas de Mi­se­ri­córdia.
Numa nota pu­bli­cada a 25 de No­vembro, o CESP/​CGTP-IN re­cordou que esta pu­bli­cação ocorreu «após um longo pro­cesso de luta», com ac­ções de de­núncia à porta do Mi­nis­tério do Tra­balho, um abaixo-as­si­nado e uma greve no dia 21 de Ou­tubro, com con­cen­tra­ções em Lisboa e no Porto.

«Os avanços são po­si­tivos, mas é ne­ces­sário ir mais longe», afirmou o CESP, dia 2, num co­mu­ni­cado aos tra­ba­lha­dores do Grupo ITX (In­ditex), de­pois de «fi­nal­mente» ter con­se­guido reunir com re­pre­sen­tantes pa­tro­nais para dis­cutir as rei­vin­di­ca­ções apre­sen­tadas em abaixo-as­si­nado.
A todos será as­se­gu­rado um au­mento sa­la­rial, em 2023, no valor que subir o sa­lário mí­nimo na­ci­onal, en­quanto os tra­ba­lha­dores com 40 horas se­ma­nais terão au­mentos entre 55 e 70 euros. Com o com­pro­misso de au­mentos anu­al­mente, estes re­sul­tados re­pre­sentam «um pri­meiro passo para a ur­gente va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, ca­te­go­rias e car­reiras», sa­li­enta o sin­di­cato, que va­lo­riza ainda o com­pro­misso de, num prazo de dois a três anos, au­mentar os sub­sí­dios de ali­men­tação mais baixos, para que se ge­ne­ra­lize o valor de 7,50 euros.

 



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