Serviços no Litoral Alentejano atingem um limiar crítico

Au­tarcas, pro­fis­si­o­nais de saúde e utentes par­ti­ci­param, no dia 16 de De­zembro, numa con­cen­tração frente ao Hos­pital do Li­toral Alen­te­jano (HLA). PCP alerta para en­cer­ra­mento do Ser­viço de Ur­gência Mé­dico-Ci­rúr­gica.

Na acção pro­mo­vida pela Co­or­de­na­dora das Co­mis­sões de Utentes do Li­toral Alen­te­jano, os pro­fis­si­o­nais de saúde, mé­dicos e en­fer­meiros sa­li­en­taram a im­por­tância do SNS, bem como a falta de tra­ba­lha­dores das di­versas áreas, porque o Go­verno não in­veste nos mesmos. Para estes, o Mi­nis­tério da Saúde de­veria co­locar in­cen­tivos para fixar estes pro­fis­si­o­nais na re­gião, através da aber­tura de con­cursos com de­di­cação ex­clu­siva; de sa­lá­rios e car­reiras dignas com con­di­ções de tra­balho e for­mação con­tínua; da re­dução do nú­mero de utentes por cada mé­dico de fa­mília.

Os utentes, por sua vez, re­cla­maram ins­ta­la­ções e equi­pa­mentos con­dignos, novas uni­dades em San­tiago do Cacém, Sa­boia e Vila Nova de Mil­fontes (Ode­mira) e a re­a­li­zação de obras em Vila Nova de Santo André (San­tiago do Cacém) e Al­cácer do Sal; mais pro­fis­si­o­nais de saúde, com mais car­di­o­lo­gistas (só existe um para mais de 100 mil utentes) e pe­di­a­tras (o HLA está sem pe­di­atra há mais de um ano).

Exi­giram também o cum­pri­mento dos tempos má­ximos de res­posta ga­ran­tidos (tempos de es­pera), quando a ci­rurgia de otor­ri­no­la­rin­go­logia tem cerca de 600 dias de es­pera; a re­a­li­zação de con­sultas pe­rió­dicas nas di­versas ex­ten­sões de saúde com o mí­nimo de uma vez por se­mana; a re­a­li­zação de meios com­ple­men­tares de di­ag­nós­tico nos cen­tros e ex­ten­sões de saúde; a abo­lição de todas as taxas mo­de­ra­doras.

 

Pro­postas ne­ces­sá­rias

Ou­tras rei­vin­di­ca­ções foram apre­sen­tadas numa re­so­lução apro­vada por una­ni­mi­dade, como mé­dico e en­fer­meiro de fa­mília para todos os utentes; im­ple­men­tação de con­di­ções para a re­a­li­zação de exames com­ple­men­tares de di­ag­nós­tico, no­me­a­da­mente co­lheitas de sangue nos cen­tros de saúde e ex­ten­sões de saúde com a con­tra­tação de téc­nicos de di­ag­nós­tico e te­ra­pêu­tica; re­a­ber­tura do Ser­viço de Aten­di­mento Per­ma­nente do Centro de Saúde de Grân­dola, 24 horas; re­a­ber­tura da Uni­dade de Con­va­les­cença; 35 horas para todos os pro­fis­si­o­nais de saúde; a não atri­buição de com­pe­tên­cias na área da saúde às au­tar­quias, entre ou­tras.

 

En­cer­ra­mento de ser­viços

Dias antes, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Li­toral Alen­te­jano (DORLA) do PCP ma­ni­festou a sua pre­o­cu­pação com o en­cer­ra­mento de camas e ac­ti­vi­dades, no­me­a­da­mente, no ser­viço de Ci­rurgia do HLA. Esta si­tu­ação «au­menta o pro­blema do Ser­viço de Ur­gência Mé­dico-Ci­rúr­gica (SUMC) que, à se­me­lhança de vá­rios hos­pi­tais na­ci­o­nais, se en­contra so­bre­lo­tado de do­entes in­ter­nados, sem res­posta por parte dos ser­viços de in­ter­na­mento», ad­vertem os co­mu­nistas, lem­brando que «a acom­pa­nhar a falta de pro­fis­si­o­nais de en­fer­magem, também se ve­ri­fica a falta de mé­dicos». «Por vezes, o SUMC não con­segue dotar o ser­viço do nú­mero de mé­dicos mí­nimos, ha­vendo ne­ces­si­dade do INEM não en­ca­mi­nhar do­entes para este ser­viço», in­forma o PCP.

 



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