Luta pela alternativa, oposição ao Governo e combate às forças reaccionárias

Francisco Lopes (Membro do Secretariado e da Comissão Política)

O PCP é a voz dos trabalhadores e do povo

Este início de 2023 evidencia as consequências da política de direita para os trabalhadores, o povo e o País. Uma política de classe ao serviço do grande capital, de submissão às imposições da União Europeia e do imperialismo em geral, que agrava a exploração, degrada as condições de vida, aumenta os lucros e os dividendos dos grupos económicos e das multinacionais, ataca os serviços públicos, dificulta o acesso à habitação, sacrifica a soberania e o desenvolvimento do País, promove a promiscuidade entre o poder económico e o poder político em que assenta a corrupção e que associa a tudo isto o propósito de subversão da Constituição e de pôr em causa os direitos que esta consagra.

O grande capital procura aproveitar até ao limite as possibilidades que lhe dá o Governo PS de maioria absoluta e, ao mesmo tempo, promove as forças e projectos reaccionários e antidemocráticos. Neste processo recorre a uma forte artilharia ideológica, cirurgicamente montada e ampliada em larga escala pela generalidade dos meios de comunicação social e outros meios de desinformação, promovendo a exploração, o ataque a tudo o que é publico, a limitação e comprometimento dos direitos e liberdades, a intolerância e o ódio.

Promove um brutal ataque contra o PCP e o projecto necessário aos trabalhadores, ao povo e ao País.

Nos últimos tempos, a intensidade com que se dedicam a pedir a demissão de ministros e secretários de Estado, independentemente de procedimentos não justificados ou condenáveis, significa não uma oposição ao Governo com a sua política, mas o propósito de esconder uma convergência de fundo com essa política que agrava a exploração, as desigualdades e injustiças e põe em causa o interesse público, para favorecer a acumulação de lucros do grande capital. Essa é a política do Governo PS que o PSD, o CDS, a IL e o Chega assumem e querem agravar.

A evolução da situação exige uma alternativa política e não a continuação ou agravamento da política de direita.

A situação actual coloca na ordem do dia a intensificação e alargamento da luta pelo aumento geral dos salários e das pensões, contra o aumento do custo de vida e pela fixação dos preços, pelos direitos dos trabalhadores, a defesa dos serviços públicos, o direito à habitação, a afirmação da alternativa política patriótica e de esquerda.

Tomar a iniciativa

A luta pela alternativa exige a oposição ao Governo PS de maioria absoluta e, simultaneamente, o combate às forças e projectos reaccionários e antidemocráticos, a prevenção sobre falsas alternativas por mais palavrosas que sejam.

O caminho para a alternativa implica colocar com nitidez aos trabalhadores e ao povo português a ruptura com a política de direita e o conteúdo das soluções para o País. Uma política patriótica e de esquerda que suscita o apoio e convergência dos democratas e patriotas e cuja concretização implica a intensificação da luta de massas, o fortalecimento das organizações unitárias de massas, a afirmação do Partido e do seu projecto.

O PCP, com a sua identidade e projecto, é a voz dos trabalhadores e do povo, dos seus problemas, dificuldades e aspirações, da unidade e da luta, a voz das soluções, da alternativa patriótica e de esquerda que Portugal precisa, a voz duma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, de uma sociedade nova.

Como concluiu a Conferência Nacional, em profunda ligação com os trabalhadores e as massas populares, este é o tempo de tomar a iniciativa, desenvolver a intervenção, reforçar o Partido.




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