Polisário destaca apoios à luta do povo sarauí pela independência

A Frente Po­li­sário des­tacou o apoio de grande parte da co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal à luta do povo sa­rauí pelo seu di­reito à au­to­de­ter­mi­nação, pela in­de­pen­dência e so­be­rania.

Numa de­cla­ração po­lí­tica di­vul­gada no dia 25, em Ma­drid, a le­gí­tima re­pre­sen­tante do povo do Sara Oci­dental de­plora a mu­dança de po­sição da pre­si­dência do go­verno de Es­panha e a ati­tude da União Eu­ro­peia.

O texto re­sulta do 16.º Con­gresso da or­ga­ni­zação, que de­correu re­cen­te­mente em Dajla, um dos campos de re­fu­gi­ados em ter­ri­tório ar­ge­lino cujo nome re­plica o de re­giões da Re­pú­blica Árabe Sa­rauí De­mo­crá­tica (RASD) ocu­padas por Mar­rocos.

O do­cu­mento, sem am­bi­gui­dades, des­taca «o ver­go­nhoso po­si­ci­o­na­mento» da pre­si­dência do go­verno es­pa­nhol, «to­tal­mente con­tra­di­tório com a res­pon­sa­bi­li­dade ju­rí­dica, his­tó­rica e moral da Es­panha face ao povo sa­rauí e com a tra­di­ci­onal po­sição das forças po­lí­ticas e dos povos de Es­panha e da so­ci­e­dade civil». No se­gui­mento das re­so­lu­ções do Con­gresso da Frente Po­li­sário, o do­cu­mento apela ao Es­tado es­pa­nhol que aban­done essa pos­tura e se em­penhe em «con­tri­buir po­si­ti­va­mente para a des­co­lo­ni­zação do ter­ri­tório e pôr fim aos so­fri­mentos que causou ao povo sa­rauí».

Nessa linha, o con­gresso – que re­e­legeu Brahim Gali para um man­dato de três anos como se­cre­tário-geral da Frente Po­li­sário e pre­si­dente da RASD –, en­viou uma men­sagem à União Eu­ro­peia, na qual re­corda «a sua enorme res­pon­sa­bi­li­dade na per­sis­tência do con­flito do Sara Oci­dental, com a as­si­na­tura de acordos ile­gais e a sua im­pli­cação no saque e na es­po­li­ação dos re­cursos na­tu­rais do ter­ri­tório, alen­tando in­ves­ti­mentos ile­gais nas zonas ocu­padas e aju­dando Mar­rocos». E de­nun­ciou que o bloco co­mu­ni­tário eu­ropeu fa­ci­lita apoios fi­nan­ceiros que são apro­vei­tados pelo re­gime mar­ro­quino para con­ti­nuar a sua ocu­pação do Sara Oci­dental e pros­se­guir a sua in­tran­si­gência face aos es­forços da ONU.

Ex­pulsar o ocu­pante, con­quistar a so­be­rania

A Po­li­sário, no seu con­gresso, instou a União Eu­ro­peia a adoptar uma visão di­fe­rente, «ba­seada na neu­tra­li­dade ac­tiva, para que possa de­sem­pe­nhar um papel cons­tru­tivo na re­so­lução do con­flito do Sara Oci­dental, con­forme a le­ga­li­dade e o di­reito in­ter­na­ci­onal, que con­tribua para in­fluir na ins­tau­ração da paz e se­gu­rança no no­ro­este de África».

Por outro lado, o con­clave rei­terou a dis­po­sição sa­rauí de co­o­perar com os es­forços das Na­ções Unidas vi­sando a des­co­lo­ni­zação do úl­timo en­clave co­lo­nial em África, o Sara Oci­dental. E apro­veitou para res­saltar a po­sição de prin­cí­pios mos­trada pela Ar­gélia e pelas forças po­lí­ticas da Mau­ri­tânia, além das forças vivas de Mar­rocos, que «re­chaçam as pre­ten­sões ex­pan­si­o­nistas do Es­tado ocu­pante e os seus actos de­ses­ta­bi­li­za­dores numa re­gião que en­frenta de­sa­fios ge­o­po­lí­ticos, eco­nó­micos e de se­gu­rança cada vez mais com­plexos e pe­ri­gosos».

O 16.º Con­gresso da Frente Po­li­sário con­gra­tulou-se com a pre­sença de mais de 300 con­vi­dados es­tran­geiros e de mais de dois mil de­le­gados, e re­a­firmou os ob­jec­tivos de­li­ne­ados de «in­ten­si­ficar a luta ar­mada para ex­pulsar o in­vasor e al­cançar a so­be­rania».




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