INTERVIR, LUTAR, AVANÇAR

«dar mais força ao PCP»

O Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês as­sinala esta se­mana o seu 102.º ani­ver­sário. São 102 anos de luta ao ser­viço do povo e da pá­tria,pela de­mo­cracia e o so­ci­a­lismo. In­ter­venção que pros­segue na ac­tu­a­li­dade e se pro­jecta no fu­turo. In­ter­venção que se con­cre­tiza hoje na luta pelos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo, pela re­so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais, pelo de­sen­vol­vi­mento do País. Uma luta pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reitares­pon­sável pelas de­si­gual­dades e as in­jus­tiças com que es­tamos con­fron­tados, pelo au­mento do custo de vida, pelos baixos sa­lá­rios e pen­sões, pela po­breza, pelo au­mento dos custos com a ha­bi­tação, pelo de­sin­ves­ti­mento nos ser­viços pú­blicos, pelo ataque ao SNS, pelas di­fi­cul­dades e os sa­cri­fí­cios que afectam a vida do povo por­tu­guês. Uma po­lí­tica que, em vez de res­ponder aos pro­blemas e an­seios dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, pro­tege os in­te­resses dos grupos eco­nó­micos e os seus lu­cros fa­bu­losos (que, entre os que estão sediados no PSI-20,só em 2022, so­maram 11 mi­lhões de euros por dia).

Uma po­lí­tica que quer PS (com as res­pon­sa­bi­li­dades que as­sume no Go­verno), quer PSD, CDS, Chega e IL (que o apoiam em todas as ques­tões es­sen­ciais) tudo fazem para pros­se­guir e agravar.


Con­tinua a de­sen­volver-se uma cam­panha sem es­crú­pulos contra o sector pú­blico, os ser­viços pú­blicos, as em­presas pú­blicas, de que é exemplo o ataque ao SNS com o en­cer­ra­mento de ser­viços e a si­tu­ação de mi­lhares de por­tu­gueses sem mé­dico de fa­mília, ao mesmo tempo que são ca­na­li­zados para os grupos eco­nó­micos do ne­gócio da do­ença 6 mil mi­lhões de euros do OE.

Ex­pressão dessa cam­panha são também as ma­no­bras para a pri­va­ti­zação da TAP, uma em­presa pú­blica cujos cri­té­rios de gestão ra­dicam nas prá­ticas pri­vadas com os re­sul­tados que estão à vista. Um crime com grandes pre­juízos para o País e para a sua so­be­rania. Um golpe em que estão en­vol­vidos su­ces­sivos go­vernos PS, PSD e CDS, in­cluindo o ac­tual Go­verno, que in­siste na sua pri­va­ti­zação e na sua en­trega a uma mul­ti­na­ci­onal es­tran­geira.

O mesmo se diga da ha­bi­tação. As me­didas avan­çadas pelo Go­verno, para lá de não re­sol­verem os pro­blemas ime­di­atos que aí estão a in­fer­nizar a vida de muitos mi­lhares de por­tu­gueses, na prá­tica cons­ti­tuem mais be­ne­fí­cios fis­cais para os mesmos de sempre ao co­lo­carem os re­cursos pú­blicos a pagar os lu­cros da banca e dos grandes in­te­resses imo­bi­liá­rios. Áreas em que PS, PSD, Chega, IL e CDS estão de acordo, por mais que o tentem dis­farçar.

É bom lem­brar que no pas­sado dia 15 de Fe­ve­reiro o PCP propôs me­didas para pro­teger o di­reito à ha­bi­tação, travar o au­mento de rendas e pres­ta­ções, su­bli­nhando que o que se impõe é pôr os lu­cros da banca a pagar o au­mento dessas pres­ta­ções. Mas, PS e IL vo­taram contra, PSD e Chega abs­ti­veram-se.


Foi também para pôr termo a esta po­lí­tica e à es­pe­cu­lação que be­ne­ficia os grupos eco­nó­micos que o PCP propôs re­cen­te­mente na AR a fi­xação de preços dos bens es­sen­ciais, me­dida re­jei­tada por PS, PSD, Chega e IL. Mas a re­a­li­dade aí está a con­firmar a razão do PCP, quando se cons­tata que o cabaz dos ali­mentos au­mentou 4 euros na úl­tima se­mana e nunca es­teve tão alto como agora, cus­tando hoje mais 45 euros do que há um ano.

Em con­sequência desta si­tu­ação, as de­si­gual­dades so­ciais con­ti­nuam a au­mentar, num quadro em que mais de 3 mi­lhões de tra­ba­lha­dores con­ti­nuam a ga­nhar menos de 1000 euros por mês e 2 mi­lhões de por­tu­gueses se en­con­tram em si­tu­ação de po­breza (dos quais 385 mil são cri­anças), en­quanto os 5 por cento mais ricos con­cen­tram 42 por cento de toda a ri­queza criada no País.


É contra esta po­lí­tica que se de­sen­volve a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e a in­ter­venção do PCP, por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que in­verta o rumo que tem sido im­posto ao País. Uma po­lí­tica que va­lo­rize o tra­balho e os tra­ba­lha­dores, ga­ranta o au­mento dos sa­lá­rios e pen­sões, de­fenda a pro­dução na­ci­onal, in­vista nos ser­viços pú­blicos e nas fun­ções so­ciais do Es­tado, de­fenda a Cons­ti­tuição e o re­gime de­mo­crá­tico.

De facto, após as grandes ma­ni­fes­ta­ções de pro­fes­sores em Lisboa e no Porto no sá­bado pas­sado, da ma­ni­fes­tação na­ci­onal de mu­lheres con­vo­cada pelo MDM no Porto no pas­sado dia 4 e das muitas lutas tra­vadas nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva por todo o País, cresce a mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal con­vo­cada pela CGTP-IN para 18 de Março, em Lisboa, pre­ce­dida da greve da Ad­mi­nis­tração Pú­blica no dia 17.

Neste quadro avança também a mo­bi­li­zação para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de mu­lheres con­vo­cada pelo MDM para o pró­ximo sá­bado em Lisboa, bem como muitas ou­tras lutas das po­pu­la­ções em de­fesa do SNS, pelo di­reito à ha­bi­tação, contra o au­mento do custo de vida.


Quando as­si­nala o seu 102.º ani­ver­sário, o PCP re­a­firma o seu com­pro­misso de sempre com os tra­ba­lha­dores e o povo, na luta de todos os dias, pelo di­reito a uma vida me­lhor, pelo pro­gresso so­cial, por um Por­tugal com fu­turo. Um Par­tido que, por isso mesmo, é ne­ces­sário re­forçar. Porque um PCP mais forte dará mais força à luta para re­sistir e avançar.