Trazer o Partido para a rua afirmando a nossa razão e projecto

Foi com um desfile pelo centro da Vila de Palmela que os comunistas da região de Setúbal assinalaram o 102.º aniversário do PCP. A efeméride só se comemorava no dia seguinte, segunda-feira, 6, mas na verdade não podia haver melhor conclusão da 11.ª Assembleia da Organização Regional de Setúbal (ver páginas 10 e 11) do que trazer o Partido para a rua, depois de um dia inteiro a discutir os problemas, as aspirações e a forma de organizar e mobilizar os trabalhadores e o povo para a luta contra o esmagamento das condições de vida; depois de debater a intervenção, o reforço da influência política, social e orgânica do grande e fraterno colectivo partidário, instrumento para superação revolucionária do capitalismo.

A marcha – à frente da qual seguia o Secretário-geral do Partido, Paulo Raimundo – não durou mais do que meia hora, após uma impecável organização que, em menos tempo, arrumou o fundamental da sala e se dispôs, com panos, bandeiras e pancartas com reivindicações várias, frente ao Cineteatro São João. Mas foi tempo mais do que suficiente para afirmar as razões e o projecto que movem os comunistas e o seu Partido, mostrá-los aos que, com maior ou menor surpresa (mas sem quaisquer reacções hostis), saudaram a massa humana que gritou, com a alegria e convicção de quem se sente presente e transporta o futuro, palavras de ordem naquele final de dia de domingo.

A terminar a iniciativa, pautada, do princípio ao fim, pela percussão dos Bardoada, Adília Candeias, da Comissão Concelhia de Palmela, reafirmou o orgulho de «sermos os portadores do sonho milenar de uma terra sem amos». E foi já depois dos parabéns, cantados alta voz ao PCP, que militantes e não militantes, entre os quais muitos que no momento decidiram juntar-se à comemoração, partilharam fraternalmente o bolo de aniversário, brindando com moscatel palmelense.

Tudo a provar que, digam o que disserem os inimigos de classe, a vanguarda revolucionária, os comunistas, não lutam apenas contra o prato de miséria imposto pela burguesia monopolista e os seus serventuários. Combatem para que os frutos do trabalho humano encham o prato de todos os que trabalham – a cada um segundo as suas necessidades, de cada um de acordo com as suas capacidades.

Centenas de acções, milhares de participações

As comemorações do 102.º aniversário do Partido decorrem já em todo o País, em múltiplas e diversificadas iniciativas: almoços, convívios, debates, sessões e iniciativas de rua. Na Centro de Trabalho da Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa, realizou-se no próprio dia 6, segunda-feira, o tradicional almoço comemorativo, com a participação de bem mais de uma centena de funcionários e colaboradores da estrutura central do Partido.

Intervindo na ocasião, Vasco Cardoso, da Comissão Política, garantiu que os trabalhadores e o povo «podem contar com este Partido no qual lutaram e lutam várias gerações de comunistas e que não prescinde de continuar a empurrar a roda da história no sentido do progresso, da justiça social, da democracia e do socialismo. Um Partido que, ontem como hoje, vai continuar a transformar o sonho em vida».

No distrito de Leiria, houve duas iniciativas no próprio dia 6: uma sessão comemorativa dirigida aos militantes e simpatizantes que intervêm nas empresas e locais de trabalho, com a presença de Luís Caixeiro, do Comité Central, e um jantar em Alcobaça em que participou João Norte, do Secretariado e Executivo da Direcção da Organização Regional de Leiria.

No Algarve realizaram-se no fim-de-semana almoços comemorativos em Tavira e Quarteira, com dezenas de participantes. As intervenções ficaram a cargo dos dirigentes regionais Marco Jóia e Botelho Agulhas. Em Guimarães, no dia 5, realizou-se um almoço em que intervieram Bruna Alves, da Comissão Concelhia, Pedro Rodrigues, da JCP, e Agostinho Lopes, da Comissão Central de Controlo. Em Montevil, no concelho de Alcácer do Sal, teve lugar um almoço em que participou Manuel Rodrigues, director do Avante! e membro da Comissão Política, e um outro ocorreu em Canal Caveira, Grândola, com Ângelo Alves, igualmente da Comissão Política.

Muitas outras iniciativas foram realizadas nestes dias e são muitas as que estão marcadas para os próximos, especialmente no fim-de-semana (ver Agenda nas páginas 30 e 31). Domingo, 12, no Porto, realiza-se um comício com o Secretário-geral do Partido, na Escola Carolina Michaëlis.

 



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«Não somos nós que estamos parados no tempo, o que está há muito ultrapassado é o caminho político que está em curso, a opção pelo empobrecimento e exploração», afirmou Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP, no comício do 102.º aniversário do Partido que se realizou, dia 4, na Voz do Operário, em Lisboa.