«Mais força aos trabalhadores»: sessão pública em Lisboa no dia 31

Re­a­liza-se no pró­ximo dia 31, no Campo Pe­queno, em Lisboa, entre as 15 e as 18 horas, uma sessão pú­blica in­ti­tu­lada «Mais força aos tra­ba­lha­dores!».

A sessão, que de­corre ao ar livre, num es­paço de grande cir­cu­lação de pes­soas, será co-or­ga­ni­zada pelo PCP e pelo Grupo Con­fe­deral da Es­querda Uni­tária Eu­ro­peia/ Es­querda Verde Nór­dica – A Es­querda no Par­la­mento Eu­ropeu, con­tando com a par­ti­ci­pação de vá­rios con­vi­dados na­ci­o­nais e es­tran­geiros.

Jus­ti­fica-se ple­na­mente a ini­ci­a­tiva: «Agravam-se as con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e da ge­ne­ra­li­dade da po­pu­lação. Os sa­lá­rios são ata­cados. A par da re­dução dos sa­lá­rios reais, ocorre uma re­dução do valor real das pen­sões e re­formas, ha­vendo uma sig­ni­fi­ca­tiva perda do poder de compra dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, pen­si­o­nistas, da ge­ne­ra­li­dade das fa­mí­lias. Os ser­viços pú­blicos, alvo de um sub­fi­nan­ci­a­mento cró­nico, de anos, são igual­mente ata­cados. Au­mentam as de­si­gual­dades so­ciais. Os grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros – na energia, na banca, nas te­le­co­mu­ni­ca­ções, na grande dis­tri­buição e nou­tros se­tores – os­tentam lu­cros co­los­sais e cres­centes, ob­tidos à custa dos sa­cri­fí­cios de quem tra­balha. A guerra e as san­ções são apro­vei­tadas para ace­lerar o pro­cesso de con­cen­tração e cen­tra­li­zação de ca­pital.»

Neste con­texto, a força dos tra­ba­lha­dores as­sume um ca­rácter de­ci­sivo para a sua pró­pria va­lo­ri­zação, para o au­mento dos seus sa­lá­rios e para o re­forço dos seus di­reitos, no­me­a­da­mente através da ne­go­ci­ação co­le­tiva. Só assim se ga­ran­tirá uma dis­tri­buição mais justa da ri­queza.

Mais força aos tra­ba­lha­dores será um factor de­ci­sivo também para in­vestir nas fun­ções so­ciais dos Es­tados e ga­rantir o acesso de todos a ser­viços pú­blicos de qua­li­dade, a ser­viços na­ci­o­nais de saúde uni­ver­sais e gra­tuitos, a edu­cação pú­blica gra­tuita e de qua­li­dade e a sis­temas pú­blicos de se­gu­rança so­cial.

Co­locar os tra­ba­lha­dores
no centro da acção po­lí­tica

Pe­rante a in­ten­si­fi­cação da ex­plo­ração, é im­pe­ra­tivo que os tra­ba­lha­dores, os seus sa­lá­rios e di­reitos e a me­lhoria das con­di­ções de vida e de tra­balho sejam co­lo­cados no centro das pri­o­ri­dades da acção po­lí­tica. Esta é uma ur­gência a que urge res­ponder.

Nesta sessão pú­blica, a 31 de Março, em Lisboa, serão par­ti­lhadas ex­pe­ri­ên­cias con­cretas de acção e de luta dos tra­ba­lha­dores, em Por­tugal e nou­tros países na União Eu­ro­peia, que con­firmam o valor es­sen­cial da luta or­ga­ni­zada como factor de mu­dança e de trans­for­mação, por me­lhores sa­lá­rios, por me­lhores con­di­ções de tra­balho, por uma vida me­lhor.

Pre­tende-se par­ti­lhar in­ter­ven­ções e tes­te­mu­nhos cen­trados na re­a­li­dade con­creta dos lo­cais de tra­balho, que dêem conta de ex­pe­ri­ên­cias de luta que elu­cidem o valor e os re­sul­tados con­cretos da luta dos tra­ba­lha­dores, va­lo­ri­zando vi­tó­rias al­can­çadas.

Par­ti­ci­parão con­vi­dados na­ci­o­nais e es­tran­geiros, entre os quais: Anne Franz, do Sin­di­cato Ver.Di (Ale­manha); Hans Elsen, da Con­fe­de­ração de Sin­di­catos Cris­tãos (Bél­gica); Ch­ristos Tom­pazos, da Fe­de­ração Pan-ci­priota do Tra­balho (Chipre); Ri­card A. Juan Es­crich, das Co­mi­si­ones Obreras (Es­panha); Ru­airí Cre­aney, do Sin­di­cato Fórsa (Ir­landa); João Pi­menta Lopes e Sandra Pe­reira, de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu; e Paulo Rai­mundo, Se­cre­tário-geral do PCP.




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