Professores sem respostas continuam protesto

A reu­nião de 22 de Março, com o Mi­nis­tério da Edu­cação, «não cor­res­pondeu às ex­pec­ta­tivas dos do­centes, que exigem a con­tagem in­te­gral do tempo de ser­viço que cum­priram, a eli­mi­nação de vagas e quotas, bem como a re­so­lução de um con­junto de ou­tros pro­blemas». Quem o afirma é a pla­ta­forma de nove or­ga­ni­za­ções sin­di­cais, entre as quais se in­clui a FEN­PROF, que num co­mu­ni­cado de dia 23 re­a­firma as exi­gên­cias co­lo­cadas ao Go­verno: con­tagem in­te­gral do tempo de ser­viço, de forma fa­seada até final da le­gis­la­tura, e a eli­mi­nação de­fi­ni­tiva das vagas para pro­gressão e das quotas da ava­li­ação.

Ora, lem­bram as es­tru­turas sin­di­cais, o Go­verno não deu res­posta po­si­tiva a ne­nhuma das rei­vin­di­ca­ções dos pro­fes­sores: «Na me­lhor hi­pó­tese, o Mi­nis­tério ad­mite a re­cu­pe­ração de um ano para além do per­dido nas listas de acesso às vagas, mas sem tocar num único dia dos mais de 6,5 anos que os con­ge­la­mentos eli­mi­naram.»

«Da pro­pa­ganda go­ver­na­tiva, o que passa é que serão eli­mi­nadas as vagas, o que não é ver­dade, e serão abran­gidos 60 mil do­centes, o que, cons­ti­tuindo o po­ten­cial má­ximo, fica longe do nú­mero de quantos ti­rarão algum be­ne­fício com as me­didas apre­sen­tadas», de­nun­ciam, acres­cen­tando que, a não ser al­te­rada a pro­posta do Mi­nis­tério da Edu­cação, ficam de fora muitos mi­lhares de pro­fes­sores: os que en­traram na pro­fissão nos úl­timos 18 anos; os que, tendo in­gres­sado antes de Agosto de 2005, ficam a um ou mais dias de cum­prirem a to­ta­li­dade dos nove anos, quatro meses e dois dias de con­ge­la­mento; os que já atin­giram o topo da car­reira, mas foram pe­na­li­zados na sua pro­gressão, com im­pactos es­pe­rados na fu­tura pensão.

Mas há mais, lem­bram as or­ga­ni­za­ções sin­di­cais: para além de vá­rias ques­tões que per­ma­necem por es­cla­recer, o Go­verno não se propõe a re­cu­perar «um só dia de ser­viço» a muitos do­centes e apenas uma pe­quena parte a ou­tros. Assim, as­sumem, as me­didas anun­ci­adas «não eli­minam an­tigas e criam novas as­si­me­trias».

Quanto à luta, as­sumem, «o que se passou na reu­nião de 22 de Março con­firmou a ne­ces­si­dade da sua con­ti­nu­ação»: de 17 de Abril a 12 de Maio há greves por dis­trito e a 6 de Junho será dia de greve e ma­ni­fes­tação de pro­fes­sores e edu­ca­dores; «a manter-se ne­ces­sária, a greve às ava­li­a­ções fi­nais fe­chará o pre­sente ano lec­tivo e fará a ponte para o pró­ximo». En­tre­tanto, estão já em curso as greves às horas ex­tra­or­di­ná­rias, ao so­bre­tra­balho, à com­po­nente não lec­tiva e ao úl­timo tempo lec­tivo diário.

 



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