Apoiar MPME é determinante para travar gula monopolista

É para micro, pe­quenas e mé­dias em­presas (MPME) que devem ser ca­na­li­zados os apoios e in­ves­ti­mentos pú­blicos, mas essa não tem sido a opção do Go­verno PS, do PSD, da IL e do Chega, acusou Paulo Rai­mundo.

O Go­verno PS, o PSD, a IL e o Ch pri­vi­le­giam os grupos eco­nó­micos

O Se­cre­tário-geral do PCP fa­lava aos jor­na­listas no final do en­contro com a Con­fe­de­ração Por­tu­guesa das MPME, an­te­ontem, no Seixal. Estas re­pre­sentam 99% do te­cido em­pre­sa­rial por­tu­guês e a elas se atribui uma parte con­si­de­rável do em­prego e da vi­ta­li­dade eco­nó­mica. To­davia, «a opção do Go­verno PS, do PSD, da Ini­ci­a­tiva Li­beral e do Chega tem sido outra, a de apoiar os 1% e não os 99% [das em­presas], com um con­junto de me­didas que, no fun­da­mental, pro­curam ga­rantir os in­te­resses dos grupos eco­nó­micos», disse.

Ora, se esses grupos eco­nó­micos são res­pon­sá­veis pelo cres­cente aperto na «vida de todos nós, através dos au­mentos bru­tais do custo de vida, também apertam a vida dos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, como foi re­fe­rido na con­versa que ti­vemos», re­velou, ainda, o di­ri­gente co­mu­nista, que de­fendeu, por isso, que é para os MPME que têm de ser en­con­tradas so­lu­ções e res­postas.

Res­ponder

«Dar res­posta é atacar os au­mentos bru­tais dos custos de con­texto que estes MPME têm, no­me­a­da­mente com a energia e a banca, nas co­mu­ni­ca­ções ou nas por­ta­gens», pre­cisou Paulo Rai­mundo, para quem é ne­ces­sário criar «con­di­ções para que, di­mi­nuindo esses custos, também [as MPME] es­tejam em me­lhores con­di­ções de se va­lo­ri­zarem e de au­men­tarem os sa­lá­rios, questão fun­da­mental com o qual ti­vemos, na­tu­ral­mente, de acordo».

Paulo Rai­mundo deu como exem­plos de me­didas con­cretas de­fen­didas pelo PCP e sis­te­ma­ti­ca­mente chum­badas pelos par­tidos fa­vo­rá­veis aos in­te­resses mo­no­po­listas, pro­postas para a re­dução do IVA na ele­tri­ci­dade, gás, te­le­co­mu­ni­ca­ções e o fim da dupla tri­bu­tação dos com­bus­tí­veis, apre­sen­tadas re­cen­te­mente pela ban­cada co­mu­nista na As­sem­bleia da Re­pú­blica, mas in­va­ri­a­vel­mente chum­badas por PS, PSD, Chega e IL.

Tarde e mal

Já o pre­si­dente da Con­fe­de­ração Por­tu­guesa de MPME, Jorge Pisco, em de­cla­ra­ções à Lusa após a reu­nião, con­firmou que a si­tu­ação «é bas­tante com­pli­cada», tendo sido trans­mi­tido ao PCP rei­vin­di­ca­ções ur­gentes como a re­dução do IVA, o acesso aos fundos co­mu­ni­tá­rios ou os apoios ex­tra­or­di­ná­rios que, a pro­pó­sito das cheias, o Go­verno pro­meteu.

«As cheias ocor­reram em De­zembro e as em­presas não re­ce­beram até agora ne­nhum apoio. Foi no dia 22 de De­zembro que a se­nhora mi­nistra da Co­esão [Ana Abru­nhosa] anun­ciou 20 mi­lhões de euros», mas, «até agora, zero», afirmou Jorge Pisco, ci­tado pela agência de no­tí­cias por­tu­guesa.




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