Abril, a resistência e os resistentes com mais projecto do que memória
Organizações do PCP de Norte a Sul do Pais têm assinalado o 49.º aniversário do 25 de Abril de 1974, momentos importantes da resistência ao fascismo e destacados resistentes e obreiros das conquistas e realizações da Revolução.
Abril é referência para um Portugal desenvolvido e soberano
Antes das comemorações populares que na terça-feira, 25, encheram ruas e praças, a Comissão Concelhia de Guimarães do PCP promoveu um almoço sob o lema «Abril é mais futuro», com intervenção a cargo de Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central.
A dirigente comunista referiu que «comemorar Abril exige relembrar o que foi o fascismo, combater o seu branqueamento e destacar a luta antifascista, pela liberdade e a democracia, luta sem a qual não seria possível o derrubamento do fascismo nem as conquistas que se alcançaram». Mas, exige, ainda, «reafirmar a importância das suas conquistas e sublinhar o que Abril constitui hoje de valores e referências para um Portugal desenvolvido e soberano, que décadas de política de direita têm contrariado».
Margarida Botelho salientou, por outro lado, que «as lutas dos trabalhadores e do povo por melhores salários e pensões, pelo direito à saúde, à educação, à habitação, aos transportes, pela igualdade e não discriminação, são lutas contra a política de direita mas são também lutas por Abril e contra a liquidação das suas conquistas e transformações».
Memorável
No mesmo período, mas no distrito de Lisboa, entre outras iniciativas, as comissões concelhias de Cascais e de Sintra do PCP promoveram almoços comemorativos da revolução dos cravos, ambos com discurso de encerramento feito por Alma Rivera, membro do CC e deputada comunista na Assembleia da República.
Já em São João Da Madeira, por iniciativa da presidente da Assembleia Municipal, decorreu uma sessão para os estudantes das escolas do concelho sobre a greve dos sapateiros, em Agosto de 1943, acontecimento marcante da vida colectiva e da memória sanjoanense, notícia de primeira página do «Avante!» clandestino da época. O relato dos acontecimentos esteve a cargo de um camarada, que se baseou na exposição que a organização local do PCP produziu para assinalar a data e que, por solicitação do município, esteve patente ao público no átrio dos Paços do Concelho, de 24 de Abril a 2 de Maio.
Antes, dia 19, em Vila Real, a Organização Regional do PCP, em parceria com o Centro Artístico, Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira (CACDACO), promoveu uma sessão evocativa do 80.º aniversário do nascimento do militante comunista, resistente antifascista e cantor de intervenção, a qual, além de um grande número de estudantes da Escola Secundária de S. Pedro, contou com a presença e intervenções de Jorge Guedes, presidente do CACDACO, Paulo Vaz de Carvalho, que acompanhou Adriano em inúmeros concertos e seu amigo pessoal, bem como Manuel Pires da Rocha, professor e músico da Brigada Victor Jara e Frederico Neves, membro da DORVIR.
Os oradores destacaram o militante do PCP, corajoso antifascista, o músico comprometido, e a iniciativa terminou com um momento musical inspirado na obra de Adriano Correia de Oliveira, interpretado por Manuel Pires da Rocha no violino e Paulo Vaz de Carvalho na guitarra.