Eleições legislativas antecipadas em Espanha

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, provocou a dissolução do parlamento e a antecipação para 23 de Julho das eleições legislativas, previstas para o final deste ano. O anúncio surgiu na sequência das eleições regionais e municipais realizadas no dia 28, que ditaram um recuo do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e da Unidas/Podemos, e o avanço da direita e extrema-direita, Partido Popular e Vox, assim como de diversas forças políticas de âmbito regional, como o Bloco Nacionalista Galego, na Galiza, ou EH Bildu, no País Basco.

Sánchez chefia o governo desde 2018 e na actual legislatura, iniciada em Janeiro de 2020, lidera um executivo de coligação entre o PSOE e a plataforma Unidas Podemos.

Com estes resultados eleitorais, o mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelo PSOE, que liderava os executivos regionais de 9 das 12 regiões autónomas que foram a votos e perdeu mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela-La Mancha e Navarra.

Já o Partido Popular (PP), de direita, que só governava duas das regiões (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela e Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o PP também ganhou. Nas regiões em que não venceu com maioria absoluta, o PP dependerá do apoio do Vox (de extrema-direita) para governar, como é o caso da Extremadura, Aragão ou Baleares.

Nas eleições municipais, realizadas em todo o país, o PP foi também o partido mais votado, conseguiu uma maioria absoluta em Madrid e conquistou ao PSOE grandes cidades, como Sevilha e Valência. O PP dependerá do Vox para governar municípios onde ganhou com maioria relativa.

O partido Cidadãos, depois de ter sofrido um significativo desaire eleitoral, decidiu não apresentar listas às eleições parlamentares de 23 de Julho.

Entretanto, Somar, formação política dirigida por Yolanda Díaz, vice-primeira-ministra, constitui-se formalmente, de modo a participar nas próximas eleições.

«Um país para ganhar»
Face à convocação de eleições legislativas antecipadas, para Julho, o secretário-geral do Partido Comunista de Espanha (PCE) e porta-voz da Esquerda Unida (IU) no Congresso, Enrique Santiago, apelou a todas as forças políticas progressistas e democráticas a «estar à altura do desafio de 23 de Julho». E pediu a «máxima mobilização para transformar a decepção do 28 de Maio em acção que envolva toda a base social da esquerda no 23 de Julho. Há um país para ganhar».



Mais artigos de: Europa

Forças da Sérvia em alerta face ao aumento das tensões no Kosovo

A repressão, por parte da KFOR (força militar liderada e quase na totalidade constituída por contingentes de países da NATO), de uma manifestação organizada por servo-kosovares, em Zvecan, no norte do Kosovo, provocou dezenas de feridos. Face ao aumento da tensão, a Sérvia colocou em alerta máximo as forças armadas.

Trabalhadores na Bélgica em defesa dos direitos

Milhares de trabalhadores mobilizaram-se em Bruxelas, no dia 22 de Maio, em defesa dos direitos à greve e de manifestação, ameaçados pelo governo e patronato. Segundo os sindicatos, participaram na marcha cerca de 25 mil pessoas.

NATO e Espanha acordaram reforçar base militar de Rota

O Partido Comunista de Espanha (PCE) rejeita frontalmente o acordo de aumento, de quatro para seis, do número de contratorpedeiros norte-americanos colocados em permanência na Base de Rota, em Cádis, no sudeste de Espanha, no quadro da NATO. «Uma decisão desnecessária e inadequada que evidencia a falta de posição...

Erdogan reeleito presidente da Turquia

Na Turquia, o presidente Recep Erdogan foi reeleito para um terceiro mandato de cinco anos. Na segunda volta das eleições presidenciais, realizadas no domingo, 28, Erdogan obteve 52,16% dos votos, contra 47,84% do seu adversário, Kemal Kiliçdaroglu. Mais de dois milhões de votos separaram os dois candidatos. Ainda na...

UE em estado de «economia de guerra»

A União Europeia tem que colocar-se em modo de «economia de guerra». A afirmação vem da Comissão Europeia, por intermédio do Comissário do Mercado Interno Thierry Breton, a 3 de Maio deste ano, aquando da apresentação do «Acto em Apoio para a Produção de Munições» (cujo acrónimo, ASAP, remete para um outro de uso popular...