Forças da Sérvia em alerta face ao aumento das tensões no Kosovo

A re­pressão, por parte da KFOR (força mi­litar li­de­rada e quase na to­ta­li­dade cons­ti­tuída por con­tin­gentes de países da NATO), de uma ma­ni­fes­tação or­ga­ni­zada por servo-ko­so­vares, em Zvecan, no norte do Ko­sovo, pro­vocou de­zenas de fe­ridos. Face ao au­mento da tensão, a Sérvia co­locou em alerta má­ximo as forças ar­madas.

A acção re­pres­siva da missão mi­litar da NATO (KFOR) sobre as po­pu­la­ções sér­vias agravam a tensão no Ko­sovo

Con­frontos entre ma­ni­fes­tantes sér­vios, de um lado, e tropas da KFOR, de outro lado, re­gis­taram-se na terça-feira, 30, no mu­ni­cípio de Zvecan, no norte do ter­ri­tório do Ko­sovo. Mais de 50 pes­soas deram en­trada no hos­pital com fe­ri­mentos cau­sados por gra­nadas de ator­doar, balas de bor­racha e balas reais, in­formou o Centro Clí­nico e Hos­pi­talar de Ko­sovska Mi­tro­vica. Ou­tras fontes dão conta de ter ha­vido fe­ridos, cerca de 30, também entre os mi­li­tares da NATO.

Mi­lhares de servo-ko­so­vares jun­taram-se em frente às ins­ta­la­ções das au­tar­quias lo­cais no norte do ter­ri­tório, de mai­oria da po­pu­lação de origem sérvia, exi­gindo a re­ti­rada das forças po­li­ciais da au­to­pro­cla­mada Re­pú­blica de Ko­sovo e a des­ti­tuição dos au­tarcas al­bano-ko­so­vares re­cen­te­mente em­pos­sados. Para as ime­di­a­ções das sedes mu­ni­ci­pais de Zvecan, Le­po­savic e Zubin Potok foram então des­lo­cadas tropas da KFOR, sob co­mando da NATO.

A KFOR, uma missão da NATO, ins­talou-se no Ko­sovo em 1999, após os bom­bar­de­a­mentos da NATO contra a Ju­gos­lávia, tendo o Ko­sovo pro­cla­mado uni­la­te­ral­mente a sua in­de­pen­dência da Sérvia em 2008, sendo re­co­nhe­cido pelos EUA e a mai­oria dos países mem­bros que in­te­gram a NATO e a União Eu­ro­peia, mas não pela Sérvia, e por países como China, Rússia, Irão, Es­panha e Grécia, entre ou­tros.

 

Forças ar­madas sér­vias en­tram em «alerta má­ximo»

A si­tu­ação nos quatro mu­ni­cí­pios no norte de Ko­sovo e Me­tohija agravou-se a 26 de Maio de­vido às ten­ta­tivas das forças de se­gu­rança ko­so­vares de apo­derar-se dos edi­fí­cios das sedes mu­ni­ci­pais, apesar da re­sis­tência dos ha­bi­tantes sér­vios.

Em res­posta às ac­ções das au­to­pro­cla­madas au­to­ri­dades do Ko­sovo, a Sérvia co­locou as forças ar­madas em alerta má­ximo e des­tacou uni­dades do exér­cito para a fron­teira ad­mi­nis­tra­tiva com o ter­ri­tório, que Bel­grado con­si­dera pro­víncia sua.

Na base do au­mento das ten­sões estão as pres­sões de Pris­tina para que sejam em­pos­sados os au­tarcas al­bano-ko­so­vares eleitos numa vo­tação boi­co­tada pela mai­oria sérvia no norte do Ko­sovo e Me­tohija. Em Abril re­a­li­zaram-se elei­ções para as au­tar­quias dos mu­ni­cí­pios de Zvecan, Zubin Potok, Le­po­savic e Se­vern Mi­tro­vica. A vo­tação foi boi­co­tada pelos re­pre­sen­tantes da Lista Sérvia, que ale­garam o in­cum­pri­mento das obri­ga­ções por parte de Pris­tina.

Com o boi­cote da po­pu­lação sérvia, a par­ti­ci­pação foi de 3,47% dos elei­tores. Apenas 1566 al­ba­neses e 13 sér­vios, de uma po­pu­lação de mais de 45 mil elei­tores, foram às urnas.

O au­mento da tensão no Ko­sovo é igual­mente ex­pressão das pres­sões e chan­ta­gens sobre a Sérvia, para que esta alinhe com a po­lí­tica de es­ca­lada de con­fron­tação dos EUA, NATO e UE contra a Rússia, mas também re­la­ti­va­mente à China.

 



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