Ofensiva antidemocrática na República Checa
Um tribunal da República Checa condenou a oito meses de prisão, suspensa durante 18 meses, o historiador marxista e conhecido membro do Partido Comunista da Boémia e Morávia, Joséf Skala.
Na base da sentença está uma opinião proferida em Julho de 2020, num debate radiofónico, em que o académico manifestou as suas divergências relativamente a uma determinada versão do chamado «massacre de Katyn», difundida à época pelo ministro da Propaganda da Alemanha nazi, Joseph Goebbels, e que responsabiliza a União Soviética por assassinatos em massa. A interpretação do historiador, que nega esta tese, assenta em fontes russas, francesas, polacas e norte-americanas, em decisões judiciais e relatórios de especialistas.
Durante o julgamento, Joséf Skala viu ser-lhe negada a possibilidade de provas documentais, de confrontar os acusadores e de convidar académicos a partilhar interpretações comuns com as suas, baseadas em fontes primárias, revelando ainda mais o carácter político do processo. Da censura passou-se já à criminalização da discordância.
O Partido Comunista da Boémia e Morávia lançou um apelo à solidariedade para com Josef Skala, alvo desta brutal ofensiva antidemocrática
Antigo presidente da União Internacional de Estudantes, Joséf Skala recebeu já solidariedade de amplos sectores da sociedade checa, não só de esquerda.