Parlamento Europeu aprovou «vergonhosa resolução» contra Cuba

Os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu re­jei­taram a «ver­go­nhosa re­so­lução» contra Cuba apro­vada por essa ins­ti­tuição da União Eu­ro­peia. Con­si­deram-na uma «des­ca­rada pro­vo­cação» contra a Ilha e toda a Amé­rica La­tina e Ca­raíbas.

«Des­ca­rada pro­vo­cação contra Cuba e toda a Amé­rica La­tina e Ca­raíbas»

Lusa

A re­so­lução adop­tada em sessão ple­nária do Par­la­mento Eu­ropeu (PE) contra Cuba re­pre­senta «uma ver­go­nhosa ma­nobra que, através de um ina­cei­tável exer­cício de fal­si­fi­cação e de gro­tescas con­si­de­ra­ções, pro­cura abrir ca­minho à mais des­ca­rada in­ge­rência e pro­moção da acção de de­ses­ta­bi­li­zação contra Cuba e obs­ta­cu­lizar o ne­ces­sário de­sen­vol­vi­mento das re­la­ções entre a União Eu­ro­peia (UE) e Cuba, pers­pec­tiva aberta com a as­si­na­tura do Acordo de Diá­logo e Co­o­pe­ração», afirmam os de­pu­tados do PCP no PE.

Numa de­cla­ração di­vul­gada no dia 13, de­nun­ciam que as forças po­lí­ticas que pro­mo­veram esta re­so­lução pro­curam re­tomar o po­si­ci­o­na­mento po­lí­tico da de­no­mi­nada «Po­sição Comum da União Eu­ro­peia sobre Cuba» – adop­tada em 1996 e re­vo­gada em 2016 –, que cons­ti­tuía uma clara afronta aos prin­cí­pios da Carta das Na­ções Unidas e do di­reito in­ter­na­ci­onal.

Con­si­deram que a re­so­lução es­conde de­li­be­ra­da­mente dé­cadas de agressão e a per­ma­nente de­ses­ta­bi­li­zação pro­mo­vidas pelos EUA contra Cuba. Omite gros­sei­ra­mente o cri­mi­noso blo­queio im­posto pelos EUA que, há mais de 60 anos, atenta contra Cuba e que cons­titui um ins­tru­mento de guerra eco­nó­mica, com pro­fundos pre­juízos para a eco­nomia e o de­sen­vol­vi­mento deste país, e uma vi­o­lenta e sis­te­má­tica agressão aos di­reitos e às con­di­ções de vida do povo cu­bano. Es­ca­mo­teia os efeitos do ca­rácter extra-ter­ri­to­rial do blo­queio im­posto pelos EUA, bem como o seu agra­va­mento por parte da ad­mi­nis­tração Trump, no­me­a­da­mente para di­versos Es­tados-mem­bros da UE. E en­cobre a in­sis­tência dos EUA – apesar das pro­messas em con­trário – em manter Cuba na ile­gí­tima e hi­pó­crita «lista de países pa­tro­ci­na­dores do ter­ro­rismo», que mais não é que uma forma de agravar o blo­queio contra Cuba, in­cluindo o seu ca­rácter extra-ter­ri­to­rial, e as suas cri­mi­nosas con­sequên­cias.

A apro­vação desta re­so­lução, em vés­peras da Ci­meira entre a UE e a CELAC (Co­mu­ni­dade de Es­tados La­tino-Ame­ri­canos e Ca­ri­be­nhos), «cons­titui ainda uma des­ca­rada pro­vo­cação contra Cuba e toda a Amé­rica La­tina e Ca­raíbas, que só pode me­recer a mais clara e ve­e­mente de­núncia e re­jeição».

Os de­pu­tados do PCP no PE vo­taram contra esta re­so­lução, ex­pres­saram a sua so­li­da­ri­e­dade com Cuba, exemplo de dig­ni­dade, re­sis­tência e de­ter­mi­nação face à vi­o­lenta acção dos EUA, e exi­giram res­peito «pela so­be­rania e in­de­pen­dência de Cuba, pelo di­reito do povo cu­bano a de­cidir li­vre­mente do seu des­tino, de pros­se­guir o ca­minho da sua re­vo­lução so­ci­a­lista, livre de in­ge­rência ex­terna».

 

Exemplo de dig­ni­dade

Opondo-se a «mais uma ver­go­nhosa ma­nobra pro­ta­go­ni­zada no PE contra Cuba e seu povo», os de­pu­tados do PCP João Pi­menta Lopes e Sandra Pe­reira re­a­fir­maram que a ilha tem amigos no Par­la­mento Eu­ropeu e que «o povo cu­bano pode estar se­guro que face a cada ataque contra Cuba, aqui es­ta­remos para lhe fazer frente».

Os de­pu­tados co­mu­nistas de­nun­ci­aram o cri­mi­noso blo­queio im­posto pelos EUA, que há mais de 60 anos atenta contra Cuba, agride os di­reitos do povo cu­bano, pro­cura im­pedir o seu de­sen­vol­vi­mento. De­fen­deram o res­peito pela so­be­rania e in­de­pen­dência de Cuba e o di­reito do seu povo a de­cidir li­vre­mente do seu des­tino, de pros­se­guir o ca­minho da re­vo­lução so­ci­a­lista. Ma­ni­fes­taram-se so­li­dá­rios com Cuba e o seu povo, exemplo de dig­ni­dade, re­sis­tência e de­ter­mi­nação face à vi­o­lenta acção dos EUA.

E re­a­fir­maram que «podem contar» com o PCP: «Aqui es­tamos, como sempre es­ti­vemos, com Cuba e o seu povo, exemplo de so­li­da­ri­e­dade, de paz e co­o­pe­ração entre todos os povos, exemplo do mundo mais justo e li­ber­tador a que as­pi­ramos».

 



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