PCP: a opção imprescindível

Francisco Lopes (Membro do Secretariado e da Comissão Política)

O PCP luta todos os dias por uma vida melhor

Não há dissimulação da realidade que possa apagar uma situação dos trabalhadores e das massas populares marcada pelo agravamento da exploração, a degradação das condições de vida, o ataque aos direitos, ao mesmo tempo que os lucros e dividendos atingem valores colossais, aumentando as injustiças e desigualdades sociais.

Uma situação que é consequência na natureza do capitalismo, do processo de exploração, da concentração e centralização do capital, do domínio dos grupos económicos e financeiros, das multinacionais, do comprometimento da soberania nacional com a submissão à União Europeia e ao imperialismo em geral, tudo isto à margem e em confronto com a Constituição da República.

A situação do nosso País reflecte a contradição entre o que se alcançou na Revolução de Abril e as consequências do processo contra-revolucionário, com a destruição de muitas dessas conquistas e os grandes retrocessos que lhes correspondem. Os inimigos dos trabalhadores, os inimigos de Abril têm hoje uma parte determinante do poder, o essencial do poder económico, dominam a comunicação social, influenciam uma grande parte do poder político, que está submetido ao poder económico.

Não é aceitável. É preciso acabar com o favorecimento e o poder dos grupos económicos e financeiros, as desigualdades, as injustiças e a corrupção que o caracterizam, é preciso cumprir a Constituição, aplicar os direitos que ela consagra.

 

Resistência e transformação

Esse caminho não só é necessário, como é possível. A situação actual revela essas potencialidades, expressas pelo desenvolvimento da luta dos trabalhadores e do povo, a sua intensidade, os resultados obtidos e pela perspectiva que coloca de defesa de direitos e avanço nos salários, pensões e condições de vida, no combate à exploração, na ruptura com a política de direita, na afirmação do rumo alternativo de que Portugal precisa.

Nesse processo de resistência e transformação, em que o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e das massas populares, a elevação da sua força organizada, a convergência dos democratas e patriotas, são importantes componentes, o PCP é essencial. A opção pelo apoio e o reforço do PCP é imprescindível.

Na longa noite fascista o PCP foi o único partido que resistiu e cumpriu o seu papel, tal como na Revolução de Abril e na defesa das suas conquistas, sempre com os trabalhadores, na luta pela liberdade, a democracia e o socialismo.

Orgulha e inspira esta história ímpar, mas não é apenas um elemento que ficou lá atrás. Esse exemplo está presente e revive-se permanentemente. O Partido marca posição com coragem e audácia. Diz sim ou diz não quando é preciso, sejam quais forem as dificuldades, as pressões ou chantagens. Quando os trabalhadores e o povo precisam o PCP marca presença, não deserta, não hiberna, ao contrário de outros partidos cuja natureza de classe e atitude política contrasta com a coragem e a coerência do PCP.

Muitos conformam-se com o que temos, outros querem a reacção e o retrocesso, o PCP luta todos os dias por uma vida melhor, cujo sentido se cumpre com a aplicação dos direitos inscritos na Constituição, a alternativa patriótica e de esquerda, uma democracia avançada e a superação revolucionária do capitalismo pelo socialismo.

 

Confiança no Partido e na luta

Os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP e precisam dum PCP mais forte e mais influente. Um PCP mais forte e mais influente concretizando as conclusões da Conferência Nacional e a consequente dinâmica de confiança e alegria na luta que travamos e nos objectivos que nos norteiam. Confiança e alegria no Partido mas que, acima de tudo, importa transmitir aos trabalhadores, à juventude, às massas populares.



Mais artigos de: Opinião

A pergunta de um milhão

A cimeira da NATO em Vilnius reafirmou as posições do bloco militar imperialista em relação à Rússia. Na declaração final pode ler-se: «A Federação Russa é a ameaça mais significativa e directa à segurança dos Aliados (...)». Contudo, enquanto a escalada de guerra prossegue sem fim à vista na Ucrânia, as preocupações dos...

A oportunidade

Há 40 anos, milhares de jovens (portugueses, mas também outros, oriundos de 21 países) participaram no Festival Dêem uma oportunidade à paz, em Tróia. Durante uma semana, houve música, desporto, debate e convívio, muito convívio. Na altura, o Avante! afirmou que essa realização, «inédita no nosso País, foi primeiro que...

Gente fina é outra coisa

Um apartamento de 70 milhões de dólares, considerado a compra mais cara feita em Nova Iorque nos últimos anos. Uma garrafeira avaliada num milhão de euros, com uma área de 400 metros quadrados. Uma garagem de 1500 metros quadrados em dois andares climatizados. 32 automóveis avaliados em 20 milhões de euros. Parece coisa...

Literacias

Helena Garrido (HG) é uma jornalista da nossa praça que se cruza quase todas as manhãs, na rubrica «Contas do Dia», com os ouvintes da Antena 1. Já perdi a conta ao número de vezes que vociferei ao volante, com as enormidades que aí são ditas, sobretudo as que procuram legitimar os privilégios do capital e a exploração a...

A ironia da Raret

A Raret era uma base norte-americana que, a partir do Ribatejo, em Portugal, emitia a Rádio Europa Livre com propaganda anticomunista dirigida aos países da Europa de Leste. Recentemente, uma série de televisão e um livro aproximaram essa estória do presente de muitos portugueses. O primeiro que se destaca é a ironia da...