JCP prioriza ligação à juventude e intensificação da luta
A Direcção Nacional da JCP, reunida no passado fim-de-semana no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, abordou a situação política nacional e internacional, fez o balanço da 47.º Festa do Avante! e apontou as tarefas mais imediatas da organização dos jovens comunistas.
JCP aponta a luta como caminho para resolução dos problemas dos jovens
Entre as várias prioridades enumeradas na Resolução Política aprovada pela Direcção Nacional (DN) está a dinamização da campanha «Está na tua mão. Lutar contra a injustiça!», que pretende alargar o contacto da JCP com mais jovens de todos os sectores, tomar a iniciativa na denúncia de problemas e no desenvolvimento de acções de luta. A campanha, recentemente lançada, pretende ainda afirmar um caminho alternativo de esperança, assente na actualidade dos valores e conquistas de Abril, que rompa com as desigualdades e a injustiça que o capitalismo impõe e garanta um futuro com esperança à juventude, aos trabalhadores e ao povo do País.
«A DN da JCP assinala o êxito político que foi a 47.ª Festa do Avante!», lê-se também no terceiro ponto – Actividade e Luta – da Resolução Política aprovada pelo órgão dirigente da JCP. Da Festa, os jovens destacam ainda o comício que foi antecedido por um «importante desfile da JCP» e o contributo dos militantes e amigos da organização dos jovens comunistas na divulgação Festa, na venda da EP e na construção da Cidade da Juventude e outros espaços. A JCP destaca ainda o Concurso de Bandas Novos Valores, no âmbito do qual participaram 44 concorrentese se realizaram várias finais, que valorizou o papel essencial da cultura, o compromisso com a defesa do direito à criação e fruição artística com dignidade, sob a consigna «Cultura para todos».
Como prioridade, a DN aponta ainda a participação activa de todos os jovens nas comemorações do 50.º aniversário da Revolução de Abril, «através da promoção de momentos de discussão e debate em torno desse momento maior da história de Portugal e as suas conquistas». Nesse âmbito, o documento lembra a importância da campanha da JCP «Abril é mais futuro» e de prosseguir com a realização de iniciativas e acções ligadas à vida da juventude e aos valores e conquistas de Abril.
No plano das tarefas imediatas, surge também um apelo à participação no III Encontro pela Paz, no dia 28 de Outubro, sob o lema «Nos 50 anos de Abril. Pela Paz Todos Não Somos Demais», e a realização de iniciativas descentralizadas por todo o País, no dia 10 de Novembro, para comemorar o 44.º aniversário da JCP.
Aprofundar a luta
Na Resolução Política foram também identificados os vários problemas vividos pelos jovens. No Ensino Secundário destacam-se as dezenas de milhares de estudantes que arrancaram o ano lectivo sem professor a alguma disciplina e que, no final do ano, «serão confrontados na mesma com os injustos exames nacionais». O sub-financiamento continua a estar presente nas opções políticas do Governo para a Educação, a que acresce a «falta de democracia nas escolas», onde se procura «silenciar estudantes, impedir o cumprimento de direitos, como a realização de Reuniões Gerais de Alunos».
Já no Ensino Profissional, a DN destaca a sobrecarga horária a que estes estudantes estão sujeitos, a falta de condições nas escolas, a inexistência de cantinas ou bares e os custos associados à frequência desse grau de ensino.
«A situação do alojamento estudantil, que nega um quarto a milhares de estudantes, a somar à manutenção da propina e outros custos, excluem muitos estudantes, prova da continuação de um caminho de elitização e mercantilização», lê-se sobre o Ensino Superior.
Para a JCP, a realidade dos jovens trabalhadores continua marcada pelos baixos salários, precariedade, desregulação horária, falsos recibos verdes ou pela manutenção das normas gravosas na legislação laboral, como a caducidade na contratação colectiva.
No que respeita a habitação, é a vontade de emancipação dos jovens que mais tem sofrido com um mercado de arrendamento «cada vez mais especulativo» e com empréstimos bancários cujas prestações «sofrem o impacto da décima subida consecutiva das taxas de juro».
«Face a tudo isto, o Governo do PS responde com uma mão cheia de nada e outra cheia de propaganda», afirmam os comunistas na sua resolução. Contra todos estes problemas e contra esta inércia por parte do Governo, a DN propõe o caminho da luta: «Sobram cada vez menos dúvidas sobre o que é necessário. À alternância e às promessas urge opor a alternativa política. Urge a construção de uma outra política que esteja verdadeiramente comprometida com as profundas necessidades e anseios dos jovens».
Dar expressão aos estudantes e aos seus problemas concretos no Ensino Básico e Secundário; reforçar a influência junto dos estudantes e reforçar a ligação ao movimento associativo juvenil no Ensino Superior; e aprofundar o trabalho da JCP junto dos jovens trabalhadores nos seus locais de trabalho: são as principais linhas de trabalho traçadas para estes três sectores.
Solidariedade internacional
Na sua Resolução Política, a DN da JCP também reafirma a sua solidariedade com os povos de vários países do mundo, valoriza a campanha dinamizada pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) que assinalou o 78.º aniversário do bombardeamento nuclear de Hiroshima e Nagasáki e dá ainda conta dos vários contactos que teve com outras organizações progressistas do mundo.