Preços máximos na alimentação para travar a especulação

O PCP de­fende a cri­ação de um re­gime de preços dos bens ali­men­tares es­sen­ciais e en­tregou na As­sem­bleia da Re­pú­blica um pro­jecto de lei com esse ob­jec­tivo. Sem con­trolo, ga­rante, nada im­pede que os preços con­ti­nuem a au­mentar, como aliás tem acon­te­cido.

Preços má­ximos na ali­men­tação para travar a es­pe­cu­lação

LUSA

A apli­cação do «IVA Zero» não tem tra­vado o au­mento dos preços, como re­co­nhece o re­cen­te­mente apre­sen­tado Ob­ser­va­tório de Preços Agro­a­li­mentar, pros­se­guindo uma ten­dência de su­ces­sivos au­mentos, por parte da grande dis­tri­buição, que apro­veita de forma opor­tu­nista os im­pactos da guerra e as san­ções para au­mentar as mar­gens de lucro. Para o PCP, sem o con­trolo de mar­gens e de preços, o «IVA Zero», tendo im­pactos as­si­mé­tricos de acordo com os pro­dutos, sig­ni­fica em muitos casos uma apro­pri­ação de ainda mais margem para a grande dis­tri­buição.

A pro­posta do PCP prevê a cri­ação de um re­gime de preços má­ximos, a aplicar a um cabaz ali­mentar es­sen­cial, que de­fina um preço de re­fe­rência para cada um dos pro­dutos, com base nos custos reais e numa margem não es­pe­cu­la­tiva. Proíbe ainda a venda a um preço su­pe­rior sem jus­ti­fi­cação aten­dível. A lista de bens in­cluída neste cabaz é de­ter­mi­nada em função dos pro­dutos ali­men­tares su­jeitos à taxa re­du­zida de IVA de seis por cento.

No preâm­bulo do seu pro­jecto, o PCP con­si­dera que os pro­dutos ali­men­tares es­sen­ciais fazem parte dos bens cujo acesso para a larga mai­oria da po­pu­lação «não deve ficar de­pen­dente das es­tra­té­gias de ma­xi­mi­zação de lucro dos grupos eco­nó­micos do sector da grande dis­tri­buição» – que ao mesmo tempo que es­maga os preços pagos aos pro­du­tores e ani­quila o pe­queno co­mércio, «apro­pria-se de mar­gens de lucro es­pe­cu­la­tivas, que fazem re­per­cutir sobre os preços pagos pelos con­su­mi­dores», de­nuncia.

A pro­posta do Par­tido é ainda mais ur­gente num con­texto, como o ac­tual, mar­cado por uma cada vez maior con­cen­tração do mer­cado da grande dis­tri­buição, com um do­mínio oli­go­po­lista do sector. A pró­pria Au­to­ri­dade da Con­cor­rência ve­ri­ficou si­tu­a­ções de car­te­li­zação de preços.

Com esta pro­posta, o PCP dá os meios às au­to­ri­dades pú­blicas para in­tervir sobre as mar­gens e os preços pra­ti­cados na grande dis­tri­buição, que têm re­pre­sen­tado um duro golpe no ren­di­mento dis­po­nível dos por­tu­gueses. Além de criar es­tru­turas com a missão de «ob­ser­vação» re­la­ti­va­mente aos preços pra­ti­cados, o Go­verno fica, com esta pro­posta, ha­bi­li­tado a in­tervir di­re­ta­mente e de forma mais efec­tiva, com vista à re­dução dos preços pra­ti­cados.



Mais artigos de: Assembleia da República

A privatização da TAP é um crime contra o País

 

A pri­va­ti­zação da TAP é «um crime contra o País, contra a eco­nomia do País, contra a so­be­rania na­ci­onal», afirma o PCP de­nun­ci­ando a con­ver­gência re­gis­tada nesta ma­téria entre o Go­verno do PS e PSD, CDS, Chega e IL.

Não esquecer os crimes do fascismo e suas vítimas

O PCP votou favoravelmente o voto de pesar pelas vítimas da ditadura chilena, nos 50 anos da morte de Salvador Allende e do golpe fascista de 1973 que derrubou o governo de Unidade Popular. Em declaração de voto assinada pelos deputados Paula Santos e Bruno Dias, a bancada comunista considera «da mais elementar justiça»...

Alargar a rede pública de ensino artístico

O PCP propõe o alargamento da rede pública de ensino artístico especializado com cobertura de todo o território nacional, com pelo menos um estabelecimento público em cada distrito nos quais não haja possibilidade de existência de núcleos em cada escola. Reclama igualmente a transferência por parte do Estado das verbas...

Pelo direito ao transporte fluvial no Rio Sado

Melhorar a mobilidade de pessoas e bens entre as duas margens do Rio Sado é o propósito de um Projecto de Resolução apresentado pelo PCP na Assembleia da República, no qual defende que seja resgatado o contrato de concessão entre a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e a Atlantic Ferries, por «ausência de...