Valor do voto na CDU comprova-se todos os dias na Madeira

Pas­sadas as elei­ções re­gi­o­nais na Ma­deira, a CDU con­tinua a estar pre­sente, todos os dias, junto dos tra­ba­lha­dores e da po­pu­lação, nos lo­cais de tra­balho, nas ruas e onde quer que haja um pro­blema, uma as­pi­ração ou uma luta. No dia 6, Paulo Rai­mundo es­teve na Re­gião, onde par­ti­cipou em quatro ini­ci­a­tivas.

A CDU con­tinua a in­tervir de forma in­tensa na Ma­deira mesmo após as elei­ções

Os 3677 votos na CDU nas elei­ções le­gis­la­tivas re­gi­o­nais que se re­a­li­zaram no dia 24 de Se­tembro va­leram a pena: assim o com­prova a in­tensa ac­ti­vi­dade que a co­li­gação tem de­sen­vol­vido desde então. Em apenas 18 dias já se re­a­li­zaram mais de uma de­zena de ini­ci­a­tivas, que têm so­bre­tudo en­fa­ti­zado os pro­blemas ha­bi­ta­ci­o­nais que, à se­me­lhança do resto do País, se fazem sentir também no ar­qui­pé­lago.

Abor­dando os mais di­versos temas e di­fe­rentes pro­blemas, e as­su­mindo di­fe­rentes ex­pres­sões, a imensa ac­ti­vi­dade de­sen­vol­vida pela CDU na Ma­deira não é no­vi­dade. Apesar de não se li­mitar ao pe­ríodo de elei­ções, assim se viu também du­rante a in­tensa cam­panha re­cen­te­mente de­sen­vol­vida, facto que, em parte, ajuda a ex­plicar os re­sul­tados ob­tidos.

«So­bram pro­messas, falta in­ves­ti­mento»

Logo no dia 30 de Se­tembro, Edgar Silva, Co­or­de­nador Re­gi­onal do PCP, membro do Co­mité Cen­tral do Par­tido (CC) e de­pu­tado eleito na As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Ma­deira, vi­sitou o Bairro da Ponte, em Santo An­tónio, no con­celho do Fun­chal. Na ini­ci­a­tiva, o di­ri­gente de­nun­ciou o agra­va­mento do acesso à ha­bi­tação e a «grande men­tira» vei­cu­lada pela go­ver­nação quanto ao ami­anto zero nos bairros so­ciais. Se­gundo Edgar Silva, o Bairro da Ponte é um dos casos con­cretos de bairros so­ciais onde «está por re­solver o grave pro­blema da saúde pú­blica e as con­di­ções de ha­bi­ta­bi­li­dade digna».

Também no Fun­chal, Ri­cardo Lume, membro do CC, que no man­dato que agora ter­mina as­sumiu o posto de de­pu­tado do PCP na As­sem­bleia Le­gis­la­tiva, vi­sitou, no dia 2, o Bairro de Santa Maria onde cons­tatou o aban­dono a que estão vo­tadas al­gumas ha­bi­ta­ções pú­blicas. Em de­cla­ra­ções, o de­pu­tado afirmou que «numa al­tura em que existe tanta gente a pre­cisar de casa e com di­fi­cul­dades em ga­rantir o di­reito à ha­bi­tação, é la­men­tável cons­tatar a exis­tência de tantas ha­bi­ta­ções pú­blicas dei­xadas ao aban­dono».

Já no dia 3, numa vi­sita ao Con­junto Ha­bi­ta­ci­onal do Canto do Muro, no Fun­chal, de­nun­ciou a inércia do PSD/​CDS na pre­ser­vação e be­ne­fi­ci­ação do parque ha­bi­ta­ci­onal pú­blico. De acordo com o eleito, o con­junto ha­bi­ta­ci­onal vi­si­tado é o exemplo per­feito da re­a­li­dade de um con­celho onde, nos úl­timos dois anos, foram de­mo­lidas e in­ter­ditas mais casas do que as cons­truídas.

No dia se­guinte, Her­landa Amado, de­pu­tada mu­ni­cipal e igual­mente membro do CC, par­ti­cipou numa ini­ci­a­tiva na fre­guesia do Ima­cu­lado Co­ração de Maria, junto ao an­tigo Bairro da Penha de França, onde apon­toua in­su­fi­ci­ência da res­posta do go­verno re­gi­onal face aos pro­blemas de falta de ha­bi­tação. «São muitas as falsas pro­messas feitas pelos go­ver­nantes, quer ao nível re­gi­onal, quer ao nível do poder mu­ni­cipal, onde, quer o PSD/​CDS, sem es­quecer o PS, têm res­pon­sa­bi­li­dade no au­mento do nú­mero de fa­mí­lias em lista de es­pera por uma ha­bi­tação so­cial. Pro­me­teram e nunca cum­priram com a cons­trução de ha­bi­tação neste local», afirmou.

Nos dias 7, 8 e 9, Edgar Silva, Ri­cardo Lume e Her­landa Amado, vol­taram a re­levar, na Quinta das Freiras e no Bairro da Quinta do Falcão, em Santo An­tónio e em São Jorge, o in­cum­pri­mento das pro­messas de mais in­ves­ti­mento no sector pú­blico da ha­bi­tação e a falta de res­posta na re­qua­li­fi­cação de imó­veis pú­blicos.

Me­didas ime­di­atas para pro­teger a ha­bi­tação

No dia 29 de Se­tembro, exi­gindo «casas para viver e não para es­pe­cular» e em­pu­nhando uma faixa onde se lia «Pelo di­reito à ha­bi­tação», mem­bros da CDU di­na­mi­zaram uma con­cen­tração no centro do Fun­chal, onde apre­sen­taram um con­junto de me­didas para o sector:

- Fi­xação do li­mite má­ximo do valor da renda nos con­tratos de ar­ren­da­mento que ve­nham a ser ce­le­brados;

- Proi­bição de des­pejo e de de­núncia de con­trato quando se com­prove a ine­xis­tência de ren­di­mentos su­fi­ci­entes para as­se­gurar a sub­sis­tência do in­qui­lino ou do seu agre­gado fa­mi­liar;

- As­sunção pelo Es­tado da sua res­pon­sa­bi­li­dade en­quanto pro­motor pú­blico de ha­bi­tação, com o ob­jec­tivo de alargar a oferta e dis­po­ni­bi­li­zação de ha­bi­tação pú­blica para su­prir as ca­rên­cias iden­ti­fi­cadas;

- Iden­ti­fi­cação, re­a­bi­li­tação e dis­po­ni­bi­li­zação de imó­veis da Re­gião que possam ser des­ti­nados à ha­bi­tação, proi­bindo a ali­e­nação de pa­tri­mónio pú­blico com ca­rac­te­rís­ticas que per­mitam a sua uti­li­zação para fins ha­bi­ta­ci­o­nais;

- Li­mi­tação da mo­bi­li­zação de ha­bi­ta­ções para uso de Alo­ja­mento Local; em áreas de ca­rência ha­bi­ta­ci­onal;

- Travar a su­bida das pres­ta­ções do cré­dito para ha­bi­tação para as fa­mí­lias;

- Fixar o li­mite má­ximo da pres­tação do cré­dito para ha­bi­tação em 30% do ren­di­mento do agre­gado fa­mi­liar (taxa de es­forço);

- Cri­ação de uma mo­ra­tória por um má­ximo de dois anos, sus­pen­dendo amor­ti­zação do ca­pital e pa­ga­mento de juros apenas a uma taxa igual àquela a que os bancos se fi­nan­ciam;

- Cri­ação de um cré­dito ha­bi­tação com juros bo­ni­fi­cados para jo­vens até os 35 anos de idade.

Paulo Rai­mundo ga­rante que «é pos­sível viver me­lhor» na Re­gião

O Se­cre­tário-Geral do PCP par­ti­cipou, no dia 6, numa jor­nada de tra­balho do PCP, no Fun­chal, no âm­bito da acção «É pos­sível viver me­lhor na nossa terra», de­ci­dida na Con­fe­rência Na­ci­onal do PCP há cerca de um ano.

O dia co­meçou com uma vi­sita ao Ca­minho do Moinho, no Pico do Cardo de Dentro, nas zonas Altas do Fun­chal, onde a questão da ha­bi­tação se torna par­ti­cu­lar­mente re­le­vante e onde se con­ti­nuam a co­locar en­traves à le­ga­li­zação das casas cons­truídas pelos pró­prios ha­bi­tantes.

Se­guiu-se uma acção de con­tactos com os tra­ba­lha­dores do Am­bi­ente e Sa­lu­bri­dade da Câ­mara Mu­ni­cipal do Fun­chal, a quem Paulo Rai­mundo apre­sentou as pro­postas do PCP sobre o au­mento dos sa­lá­rios, o acrés­cimo re­gi­onal ao valor do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal e sobre o com­bate à pre­ca­ri­e­dade.

A va­lo­ri­zação do tra­balho de­sen­vol­vido no Ser­viço Re­gi­onal de Saúde e, em par­ti­cular, na Rede de Cui­dados Pa­li­a­tivos, foi o ele­mento cen­tral do en­contro entre o Se­cre­tário-Geral do Par­tido e os pro­fis­si­o­nais da Uni­dade de In­ter­na­mento do Hos­pital João de Al­meida.

O dia ter­minou com uma sessão pú­blica que se re­a­lizou na Uni­ver­si­dade da Ma­deira.

Na sua in­ter­venção, Paulo Rai­mundo apontou as di­fi­cul­dades iden­ti­fi­cadas ao longo do dia nos sec­tores da ha­bi­tação, tra­balho e saúde. Pro­blemas aos quais é «ur­gente res­ponder». «É isto que se exige ao go­verno re­gi­onal, mas também ao go­verno da Re­pú­blica. Há forças, gente, von­tades e meios para pôr a re­gião e o País a andar. Está com­pro­vado que é pos­sível viver me­lhor na nossa terra», afirmou.

Re­fe­rindo-se aos re­sul­tados elei­to­rais al­can­çados pela CDU na Ma­deira, o Se­cre­tário-Ge­ral­saudou o tra­balho, o es­forço e a li­gação cons­truída como povo e os tra­ba­lha­dores. «Cá es­tamos onde sempre es­ti­vemos e es­ta­remos, junto do povo, dos tra­ba­lha­dores e in­ter­vindo sobre os seus pro­blemas, como hoje o fi­zemos», acres­centou.

«Há duas cer­tezas neste pós-elei­ções, o go­verno vai manter a po­lí­tica que nos trouxe até aqui e a CDU con­ti­nuará a ser a voz das po­pu­la­ções na As­sem­bleia Re­gi­onal», afirmou ainda, re­fe­rindo-se ao ac­tual quadro po­lí­tico.

 



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