Vigília junto ao Hospital de São Bernardo no dia 17 de Novembro
As câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra agendaram, através do Fórum Intermunicipal de Setúbal, uma vigília para 17 de Novembro, entre as 19h00 e as 24h00, junto do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, para exigir a resolução dos problemas que afectam o acesso aos cuidados de saúde.
Num documento final aprovado no passado dia 24 no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal, o Fórum constata que o que foi anunciado há cerca de um ano pelo Ministério da Saúde como conjuntural, como é o caso do encerramento programado e temporário de maternidades e urgências de obstetrícia, «já começa a ser admitido como definitivo» pelo Governo.
«A incerteza gerada por uma situação em que se regista cada vez menor capacidade de resposta leva a uma situação de insegurança que se vai acentuando e generalizando. A cativação pelo Governo de verbas que estavam destinadas à saúde é um exemplo que comprova a sua falta de vontade política para garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde», lê-se no documento.
Segundo dados de Setembro, 62 329 utentes dos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra não têm médico de família e um número superior a cinco mil doentes já viu ultrapassado o prazo clinicamente recomendado para submissão a cirurgia prescrita em 11 especialidades.
A problemática da falta de profissionais de saúde reflecte-se ainda na permanência dos utentes no Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo, que, entre 17 de Outubro de 2022 e 17 de Outubro de 2023, teve um tempo médio de oito horas e 27 minutos, sendo que, de entre os 123 135 episódios de urgência registados durante este período, 12 730 referem-se a utentes que se ausentam sem que se tivesse completado a avaliação clínica do seu caso.