Argentinos voltam às urnas para eleger novo presidente

Na Ar­gen­tina, os elei­tores vão às urnas es­co­lher o chefe do Es­tado, no pró­ximo dia 19, na se­gunda volta das elei­ções pre­si­den­ciais. De um lado está Sergio Massa, o can­di­dato mais vo­tado na pri­meira ronda e apoiado pela União pela Pá­tria, que in­tegra também forças de es­querda e pro­gres­sistas; e, do outro lado, Ja­vier Milei, de ex­trema-di­reita.

No pas­sado do­mingo, os can­di­datos par­ti­ci­param em Bu­enos Aires num de­bate sobre eco­nomia, re­la­ções ex­te­ri­ores e di­reitos hu­manos na Ar­gen­tina. Foram ainda abor­dados temas como a con­vi­vência de­mo­crá­tica, a se­gu­rança, o tra­balho, a edu­cação e a saúde.

Massa rei­terou o apelo a um go­verno de uni­dade na­ci­onal com a par­ti­ci­pação de re­pre­sen­tantes de di­versas forças, pro­meteu a cons­trução de um grande acordo ba­seado em po­lí­ticas de Es­tado, o diá­logo, os con­sensos e o res­peito, re­al­çando que com­ba­terá o nar­co­trá­fico e o trá­fico de pes­soas.

Ques­ti­onou as in­ten­ções do seu ad­ver­sário de eli­minar apoios so­ciais, pri­va­tizar em­presas pú­blicas, rios e mares, do­la­rizar a eco­nomia, di­na­mitar o Banco Cen­tral e mer­can­ti­lizar a edu­cação. Também o acusou de mentir sobre o seu ver­da­deiro pro­grama. «Do­la­rizar usando as pou­panças das pes­soas, fazer cortes e eli­minar o Banco Cen­tral não é o que a Ar­gen­tina ne­ces­sita. De­vemos im­pul­si­onar as ex­por­ta­ções, criar novos postos de tra­balho e me­lhorar os ren­di­mentos, levar a cabo uma sim­pli­fi­cação tri­bu­tária, evitar que se des­truam as pen­sões de re­forma e re­dis­cutir o acordo com o Fundo Mo­ne­tário In­ter­na­ci­onal», afirmou.

Massa as­se­gurou que a po­lí­tica ex­terna da Ar­gen­tina deve ba­sear-se no mul­ti­la­te­ra­lismo, na pro­tecção dos in­te­resses na­ci­o­nais e na luta ir­re­nun­ciável pela so­be­rania sobre as ilhas Mal­vinas. E de­fendeu as re­la­ções com o Brasil, a China e o Va­ti­cano, re­lem­brando as in­ten­ções de Milei de romper esses laços.

O can­di­dato de ex­trema-di­reita, por seu turno, con­tra­disse em di­fe­rentes mo­mentos do de­bate afir­ma­ções an­te­ri­ores e as­pectos do seu pro­grama. Rei­terou o ali­nha­mento com os Es­tados Unidos da Amé­rica e Is­rael, assim como o de­sejo de acabar com o Mer­cado Comum do Sul e re­duzir as re­la­ções com o Brasil e a China a trocas entre pri­vados. Disse que o Es­tado «é o pro­blema e não a so­lução», atacou os sin­di­catos e re­jeitou a jus­tiça so­cial, a re­dis­tri­buição de ren­di­mentos, a igual­dade e o prin­cípio «onde há uma ne­ces­si­dade surge um di­reito», de­fen­dido pelo pe­ro­nismo.

E re­petiu as pro­postas de um sis­tema de che­ques es­co­lares para aceder à uni­ver­si­dade, de uma forte re­dução da des­pesa pú­blica e de eli­mi­nação dos mi­nis­té­rios da Saúde e da Edu­cação.

 



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