Continuar a solidariedade com o povo palestiniano

Jorge Cadima

O povo mártir da Pa­les­tina con­tinua a ver ne­gado o seu di­reito a um Es­tado so­be­rano e in­de­pen­dente

O povo mártir da Pa­les­tina con­tinua a ver ne­gado o seu di­reito a um Es­tado so­be­rano e in­de­pen­dente

Nas úl­timas se­manas de­sen­volveu-se em todo o País uma ex­pres­siva so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano, exi­gindo o fim do mas­sacre na Faixa de Gaza e a paz em todo o Médio Ori­ente.

Muitas foram as ini­ci­a­tivas de rua já re­a­li­zadas em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Faro, Beja, Évora, Viana do Cas­telo, Viseu, Leiria, San­tarém, Se­túbal, Por­ta­legre, Co­vilhã, Gui­ma­rães, Al­mada, Baixa da Ba­nheira, Mon­tijo, São João da Ma­deira e ou­tras lo­ca­li­dades, or­ga­ni­zadas pela CGTP-IN, pelo Con­selho Por­tu­guês para a Paz e Co­o­pe­ração (CPPC), pelo Mo­vi­mento pelos Di­reitos do Povo Pa­les­tino e pela Paz no Médio Ori­ente (MPPM), pelo Pro­jecto Ruído – As­so­ci­ação Ju­venil e por ou­tras or­ga­ni­za­ções.

Este mo­vi­mento so­li­dário de âm­bito na­ci­onal vai in­ten­si­ficar-se em torno do Dia In­ter­na­ci­onal de So­li­da­ri­e­dade com o Povo Pa­les­ti­niano, que se as­si­nala a 29 de No­vembro. A data de 29 de No­vembro foi es­co­lhida pela As­sem­bleia Geral da ONU, em 1977, para as­si­nalar os 30 anos da apro­vação da sua Re­so­lução 181, na qual se de­ter­mi­nava que a então co­lónia in­glesa da Pa­les­tina seria di­vi­dida em dois Es­tados, um Es­tado ju­daico e um Es­tado árabe.

O Es­tado ju­daico de Is­rael foi criado logo no ano se­guinte, acom­pa­nhado por uma vaga de brutal vi­o­lência e ex­pulsão do povo pa­les­ti­niano das suas casas e terras, que ficou co­nhe­cida como a Nakba («A Ca­tás­trofe»). O Es­tado árabe da Pa­les­tina ainda hoje não viu a luz do dia.

A As­sem­bleia Geral da ONU re­co­nheceu essa sua dí­vida his­tó­rica para com o povo pa­les­ti­niano com a pro­cla­mação do Dia In­ter­na­ci­onal de So­li­da­ri­e­dade com o Povo Pa­les­ti­niano. Mas o povo mártir da Pa­les­tina con­tinua a ver ne­gado o seu di­reito a um Es­tado so­be­rano e in­de­pen­dente. E está hoje a ser mas­sa­crado de forma de­su­mana com a cum­pli­ci­dade aberta dos Es­tados Unidos da Amé­rica e seus ali­ados, que não apenas im­pedem a con­de­nação pela ONU dos bár­baros crimes de Is­rael na Faixa de Gaza e na Margem Oci­dental, ou se­quer a exi­gência dum cessar-fogo, como são res­pon­sá­veis di­rectos pelo ar­ma­mento e pelo apoio po­lí­tico que per­mite a Is­rael pros­se­guir com os seus crimes.

 

Porto, Évora, Lisboa...

Pe­rante a cum­pli­ci­dade das po­tên­cias im­pe­ri­a­listas com os crimes de Is­rael, é hora de os povos avo­lu­marem ainda mais o grande mo­vi­mento mun­dial de so­li­da­ri­e­dade com o povo pa­les­ti­niano. Um mo­vi­mento que já desceu à rua em muitos países do mundo, exi­gindo o cessar-fogo ime­diato, a paz na re­gião e uma so­lução para a questão pa­les­ti­niana as­sente no re­co­nhe­ci­mento dos ina­li­e­ná­veis di­reitos na­ci­o­nais do seu povo, com a cri­ação duma Pa­les­tina livre e in­de­pen­dente, as­se­gu­rando o di­reito de re­gresso dos re­fu­gi­ados, como pro­me­tido por inú­meras re­so­lu­ções da ONU, e com con­trolo so­be­rano das suas fron­teiras.

Em Por­tugal, a CGTP-IN, CPPC, MPPM e Pro­jecto Ruído con­vo­caram já uma nova ma­ni­fes­tação para o Porto, no do­mingo, 26 de No­vembro, com con­cen­tração às 15h30 na Pra­ceta da Pa­les­tina e des­file até à Praça D. João I. As mesmas or­ga­ni­za­ções con­vo­caram igual­mente uma Con­cen­tração em Évora, na terça-feira dia 28 de No­vembro, pelas 19h00 no Largo Ca­mões. Lisboa vai descer à rua na quarta-feira, dia 29 de No­vembro, com con­cen­tração no Martim Moniz às 18h00, igual­mente res­pon­dendo ao apelo da CGTP-IN, CPPC, MPPM e Pro­jecto Ruído.

Ou­tras ac­ções serão con­vo­cadas nos pró­ximos dias.

 

So­li­da­ri­e­dade
para pôr fim à cha­cina

Nos úl­timos dias as forças is­ra­e­litas têm bom­bar­deado e ata­cado hos­pi­tais e es­colas da agência da ONU para os re­fu­gi­ados pa­les­ti­ni­anos (UNRWA), sendo res­pon­sá­veis por he­di­ondos mas­sa­cres.

Os mi­lhares de mortos, em grande parte cri­anças, exigem que o mo­vi­mento de so­li­da­ri­e­dade po­pular com o povo pa­les­ti­niano pros­siga, mesmo para além do dia 29 de No­vembro, até se con­se­guir impor o fim da cha­cina em curso.




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