Reforçar a CDU: porquê e para quê

Manuel Rodrigues (Membro da Comissão Política)

O voto na CDU não en­gana, não trai, não de­si­lude

Face aos de­sen­vol­vi­mentos da si­tu­ação po­lí­tico-ins­ti­tu­ci­onal, após a de­missão do pri­meiro-mi­nistro, o Pre­si­dente da Re­pú­blica anun­ciou a dis­so­lução da As­sem­bleia da Re­pú­blica e a mar­cação de elei­ções le­gis­la­tivas para 10 de Março – que pas­sarão assim a ser, no pró­ximo ano, as pri­meiras de um ciclo elei­toral que in­clui também as elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu (Junho) e para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Re­gião Au­tó­noma dos Açores (ainda não mar­cadas). É um ciclo exi­gente, numa si­tu­ação com­plexa, que co­loca novos de­sa­fios à in­ter­venção, ini­ci­a­tiva e re­forço do PCP e da CDU.

Não dei­xando de res­ponder a ne­nhuma das frentes de luta, co­loca-se agora uma nova, não menos exi­gente: a frente elei­toral, com três elei­ções num só ano. Não são frentes con­tra­di­tó­rias, antes se ar­ti­culam num mesmo com­bate em de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País. Con­ver­gindo no ob­jec­tivo es­tra­té­gico de criar con­di­ções para a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e para a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, im­pres­cin­dível ao de­sen­vol­vi­mento do País.

Face aos de­sen­vol­vi­mentos da si­tu­ação po­lí­tico-ins­ti­tu­ci­onal, após a de­missão do pri­meiro-mi­nistro, o Pre­si­dente da Re­pú­blica anun­ciou a dis­so­lução da As­sem­bleia da Re­pú­blica e a mar­cação de elei­ções le­gis­la­tivas para 10 de Março – que pas­sarão assim a ser, no pró­ximo ano, as pri­meiras de um ciclo elei­toral que in­clui também as elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu (Junho) e para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Re­gião Au­tó­noma dos Açores (ainda não mar­cadas). É um ciclo exi­gente, numa si­tu­ação com­plexa, que co­loca novos de­sa­fios à in­ter­venção, ini­ci­a­tiva e re­forço do PCP e da CDU.

Não dei­xando de res­ponder a ne­nhuma das frentes de luta, co­loca-se agora uma nova, não menos exi­gente: a frente elei­toral, com três elei­ções num só ano. Não são frentes con­tra­di­tó­rias, antes se ar­ti­culam num mesmo com­bate em de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País. Con­ver­gindo no ob­jec­tivo es­tra­té­gico de criar con­di­ções para a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e para a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, im­pres­cin­dível ao de­sen­vol­vi­mento do País.

A luta de massas foi, é e será sempre o factor de­ci­sivo de trans­for­mação so­cial. Mas será tanto mais de­ter­mi­nante e eficaz quanto mais se ar­ti­cular com a in­ter­venção ins­ti­tu­ci­onal e se re­flectir no re­forço so­cial, po­lí­tico e elei­toral do PCP e da CDU. O mesmo é dizer que quantos mais de­pu­tados o PCP e a CDU ele­gerem me­lhores con­di­ções ha­verá para que os in­te­resses e di­reitos das ca­madas an­ti­mo­no­po­listas sejam de­fen­didos, mais o País avança, mais pró­xima es­tará a aber­tura de um ca­minho di­fe­rente, de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva vol­tada para o pro­gresso so­cial.

Foi assim em vá­rios mo­mentos da nossa his­tória, após o 25 de Abril: nos avanços re­vo­lu­ci­o­ná­rios, no pro­cesso de cons­trução e apro­vação da Cons­ti­tuição de Abril, na der­rota de ofen­sivas e planos re­ac­ci­o­ná­rios, na apro­vação de leis de sen­tido pro­gres­sista, na re­po­sição, de­fesa e con­quista de di­reitos entre 2015 e 2019.

 

A ver­da­deira dis­puta

O grande ca­pital e os seus cen­tros ide­o­ló­gicos apostam na bi­po­la­ri­zação, pro­cu­rando in­culcar a ideia de uma dis­puta entre duas forças apre­sen­tadas como opostas, mas na ver­dade de­fen­soras da mesma po­lí­tica: de um lado a di­reita (PSD, com ou sem CDS ou qual­quer outro dos seus su­ce­dâ­neos, Chega e IL) e, do outro lado, uma su­posta es­querda (PS).

A esta ope­ração há que con­trapor a ver­da­deira dis­puta: entre a po­lí­tica de di­reita (PS, PSD, CDS, Chega e IL) e a po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda, pro­ta­go­ni­zada pelo PCP e a CDU. Ou seja, entre os que de­fendem os in­te­resses dos grupos mo­no­po­listas e a sub­missão ao im­pe­ri­a­lismo e à UE e os que de­fendem os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, a so­be­rania na­ci­onal, um Por­tugal com os va­lores de Abril pro­jec­tados no seu fu­turo.

Neste con­fronto, quanto mais força for dada à CDU, mais força terão a de­fesa dos ser­viços pú­blicos, do SNS e da es­cola pú­blica, do acesso à ha­bi­tação, o de­sen­vol­vi­mento na­ci­onal, a cri­ação de em­prego, o con­trolo pú­blico das em­presas bá­sicas e es­tra­té­gicas, a pro­moção da cul­tura como ser­viço pú­blico, os di­reitos dos pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores e dos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, das mu­lheres, dos jo­vens, das pes­soas com de­fi­ci­ência.


Voto certo e se­guro

Con­tra­ri­a­mente ao que di­funde a pro­pa­ganda da ide­o­logia do­mi­nante (e dos seus «pa­pa­gaios» de ser­viço), o voto na CDU nunca é um voto per­dido. É um voto que conta sempre como ins­tru­mento ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores e do povo. É um voto na luta pela paz, na de­fesa do re­gime de­mo­crá­tico e da Cons­ti­tuição.

É um voto em quem re­cusa pri­vi­lé­gios pelo exer­cício de cargos pú­blicos e ga­rante tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência ao ser­viço das po­pu­la­ções. Em quem re­siste a pres­sões e chan­ta­gens, com­bate as in­jus­tiças e luta contra as de­si­gual­dades, en­frenta os in­te­resses do ca­pital e de­fende os in­te­resses na­ci­o­nais contra a sub­missão ao im­pe­ri­a­lismo e à UE. Ho­mens, mu­lheres e jo­vens que es­ti­veram, estão e es­tarão – em todos os mo­mentos, sejam quais forem as cir­cuns­tân­cias, as ame­aças e os pe­rigos – nas ins­ti­tui­ções, nos mo­vi­mentos de massas e na vida, sempre ao lado dos tra­ba­lha­dores e do povo.

O voto na CDU é um voto certo e se­guro, que não en­gana, não trai, não de­si­lude. É o voto que, ao re­forçar a CDU, con­tribui sempre para criar as con­di­ções para avanços nos di­reitos, na paz, na so­be­rania, no de­sen­vol­vi­mento e pro­gresso so­cial.

 



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