É hora de mudar de política através do reforço do PCP e da CDU

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)


Estar na rua é o foco prin­cipal da acção e ini­ci­a­tiva do PCP

O PCP e a CDU con­ti­nuam cen­trados em di­na­mizar a sua acção em torno das ques­tões con­cretas da vida do País, dando des­taque às pro­postas e so­lu­ções para os pro­blemas na­ci­o­nais, que afectam a vida das pes­soas. O novo quadro po­lí­tico de que re­sultou a anun­ciada mar­cação de elei­ções para 10 de Março em nada al­tera – antes pelo con­trário, re­força – o foco prin­cipal da acção e ini­ci­a­tiva que emergiu como eixo fun­da­mental da Con­fe­rência Na­ci­onal do Par­tido: estar na rua.

Há, pois, que in­ten­si­ficar a di­ver­si­fi­cada acção e ini­ci­a­tiva que por todo o País tem vindo a ter lugar. Temos uma força imensa que pode e deve ser for­ta­le­cida com a abor­dagem e acção de cada or­ga­nismo sobre a re­a­li­dade do meio onde actua. Um tra­balho que pode ser ainda mais alar­gado com a acção de cada membro do Par­tido.

Assim tem sido, a tí­tulo de exemplo, no Dis­trito de San­tarém. Em Abrantes sobre o custo vida e a ha­bi­tação. No Car­taxo sobre o es­tado de equi­pa­mentos mu­ni­ci­pais. Em Ourém, En­tron­ca­mento, Sal­va­terra, Al­pi­arça, Cha­musca ou Co­ruche sobre a saúde, que é um grave pro­blema que afecta todo o dis­trito. Em Torres Novas sobre a mo­bi­li­dade e a falta de trans­portes no con­celho. Em San­tarém sobre ha­bi­tação, mo­bi­li­dade e vá­rios ou­tros pro­blemas que afectam as po­pu­la­ções. Em Tomar pela cons­trução de re­si­dên­cias para os es­tu­dantes do Po­li­téc­nico. E a lista po­deria pros­se­guir.

A ac­ti­vi­dade di­versa que, em sín­tese e a tí­tulo de exemplo, aqui se es­pelha, não ig­nora atrasos e di­fi­cul­dades. Mas ela é a seiva da li­gação à vida con­creta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções. Não há co­men­tário da usual equipa com «dou­to­ra­mento em fazer ca­beças» e son­dagem que des­trua esta li­gação. Im­porta que no dia 10 de Março os tra­ba­lha­dores e o povo trans­portem para o voto esse sen­ti­mento de olhar para a CDU como os que estão lá, onde há pro­blemas; estão lá, ao seu lado.

Ao longo do úl­timo ano, fomos ou­vindo o la­mento, que nal­guns casos era ar­re­pen­di­mento, da opção to­mada por muitos nas an­te­ri­ores le­gis­la­tivas. Pois bem, abriu-se uma ja­nela de opor­tu­ni­dade: os que estão can­sados deste re­cor­rente mais do mesmo têm a opor­tu­ni­dade de dar corpo a esse seu de­sejo de mu­dança, dando mais força ao PCP, à CDU.

 

Somos a força das causas do fu­turo

É hora de a po­lí­tica se co­locar ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País e não, como tem acon­te­cido, andar ao sabor dos in­te­resses, dos lu­cros e da en­gorda do grande ca­pital. É hora de res­ponder à ca­restia de vida, coisa que o Go­verno PS não quis nem quer en­frentar, em­pur­rando para cima das costas dos tra­ba­lha­dores e do povo o arcar com todas as suas con­sequên­cias ne­ga­tivas.

As jor­nadas de luta da CGTP-IN de 11 e 29 de No­vembro e as múl­ti­plas lutas rei­vin­di­ca­tivas em em­presas e sec­tores, como no caso das Carnes Nobre – Rio Maior, tornam claro esse de­sejo. Le­vemos então a luta até ao voto, dando mais força ao PCP, à CDU.

Todo o co­lec­tivo par­ti­dário está con­vo­cado para, com a sua acção, a sua energia, o seu co­nhe­ci­mento, o seu en­tu­si­asmo, a sua con­fi­ança, con­tri­buir para dar mais força à CDU, afir­mando que Abril é Mais Fu­turo.




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