União Africana debate paz e desenvolvimento

Decorreu nos dias 17 e 18, em Adis Abeba, mais uma Cimeira Ordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana. No centro do debate estiveram a paz e a segurança, a reforma da organização, a qualidade e acessibilidade da educação e o desenvolvimento sustentável.

União Africana manifestou-se contra ingerências externas nos assuntos internos de África

O novo presidente da União Africana (UA), Mohamed Ould Ghazouani, chefe de Estado da Mauritânia, destacou na sessão de encerramento da 37.ª Cimeira da UA, na capital etíope, a disposição da organização pan-africana em avançar com a segunda fase da Agenda 2063 para o desenvolvimento de África. Ressaltou de igual modo, como prioridades, a educação de alta qualidade e a formação adequada aos tempos actuais.

Ao vincar a necessidade de paz e segurança, prometeu renovar os esforços para resolver os conflitos em todo o continente e defendeu uma participação africana mais forte no cenário internacional, incluindo a presença permanente nas Nações Unidas. Insistiu que a paz, a estabilidade, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável são questões fundamentais.

«Educar para o século XXI: Construir sistemas educativos resilientes para aumentar o acesso a uma aprendizagem inclusiva, de qualidade e pertinente em África» foi o tema central do conclave.

Além de reafirmar a solidariedade africana com a Palestina, que sofre mais uma criminosa agressão israelita, e com Cuba, que enfrenta há mais de seis décadas um brutal bloqueio económico, financeiro e comercial imposto pelos EUA, a Cimeira da UA apelou aos grupos armados no leste da República Democrática do Congo (RDC) a cessar incondicionalmente as hostilidades. Os dirigentes africanos insistem no desarmamento dessas forças e no estabelecimento do diálogo através dos processos de Luanda e Nairobi, liderados respectivamente pelo presidente angolano João Lourenço e pelo ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta.

Esses mecanismos têm por objectivo «acordar, num espírito de colaboração e fraternidade, uma via razoável para resolver as diferenças políticas, qualquer que seja a sua natureza», enfatizou a UA. «É necessário garantir a integridade, a segurança, a soberania e a estabilidade de todos os Estados da região e proteger completamente a vida da população civil», considerou. Reiterou energicamente que não haverá nenhuma solução militar para os problemas e os desacordos dentro da «família africana» e, nesse quadro, pediu a todas as potências que se abstenham completamente de toda a ingerência nos assuntos internos dos países africanos, em particular na região dos Grandes Lagos.

A UA expressou também a sua profunda preocupação pela deterioração da situação humanitária e de segurança na região dos Grandes Lagos, e condenou os contínuos ataques contra a população civil.

O conflito no leste congolês, além de ter estado no centro dos debates da Cimeira, foi também tema principal de várias reuniões paralelas, em que se procurou o retomar do diálogo entre a RDC e o Ruanda e evitar o agravamento da situação militar entre os dois países.

 



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