Greve dia 27 responderá aos patrões da distribuição

A APED disse ao CESP/CGTP-IN que as empresas não conseguem aumentar salários, mas os lucros da Jerónimo Martins, presidente da associação patronal, cresceram 28,2 por cento, para 756 milhões de euros.

A APED quer incluir no CCT a perda de importantes direitos

Por aumentos salariais de, pelo menos, 150 euros, pela valorização das carreiras profissionais e para manter os direitos conquistados, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) anunciou a convocação de greve nas empresas da grande distribuição, para 27 de Março.

Nesse dia vão também ser realizadas duas concentrações, junto das sedes da SONAE e do Pingo Doce (Jerónimo Martins). O sindicato mantém uma campanha de contactos com os trabalhadores e com os clientes, à porta de super e hipermercados, sobre as condições de vida e de trabalho e as posições patronais.

A luta surge como resposta à posição da APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição) numa reunião, dia 7, sobre a renegociação do contrato colectivo de trabalho (CCT) deste sector, que abrange cerca de 150 mil trabalhadores e não é negociado desde 2016.

O CESP acusa a APED de continuar a defender, durante estes anos, medidas inaceitáveis, nas quais agora insiste.

Os patrões pretendem «acrescentar ao CCT a possibilidade de contratar trabalhadores com contratos precários por 6 a 12 meses, o regime de banco de horas (com até 150 horas de trabalho gratuito por ano) e salários mínimos (as carreiras profissionais dos operadores de super, hipermercado e loja situam-se entre 5 e 25 euros acima do salário mínimo nacional)».

Com estas posições «inaceitáveis», a APED dificulta a negociação e bloqueia os aumentos salariais, protestou o sindicato.

Num comunicado em distribuição desde ontem, o CESP rejeita a perda de direitos e a «contratação de trabalhadores por 6 a 12 meses para dar resposta a necessidades permanentes das lojas».

Recusa a instituição do banco de horas e contrapõe que, «no nosso CCT, as horas extra são pagas a dobrar, e devem manter-se assim». «Não aceitamos trabalhar até 150 horas por ano sem qualquer pagamento» e, havendo «falta de trabalhadores nas lojas», é preciso assegurar «horários que permitam a conciliação entre a vida profissional e familiar».



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