Em Portugal a solidariedade não abranda: pela paz e os direitos do povo palestiniano
A solidariedade com o povo palestiniano e a exigência de paz no Médio Oriente não abrandam em Portugal, com a realização de várias iniciativas promovidas por CPPC, CGTP-IN, MPPM e Projecto Ruído – Associação Juvenil: para o dia 6 de Abril, às 15h30, está convocada uma manifestação para Lisboa, junto à embaixada de Israel. No próximo domingo, 24 de Março, tem lugar às 15h00 no Rossio, também na capital, a acção Cultura pela Palestina.
Anteontem, 19, ao final da tarde, houve concentração no Porto, na simbólica Praceta da Palestina, onde a Rua Fernandes Tomás cruza com a do Bolhão. Aí, dezenas de pessoas exigiram um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza e a entrada de ajuda humanitária, o fim da violência na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, da ocupação e de todos os seus instrumentos (as prisões, os postos de controlo, os muros e cercas, a segregação). Defenderam a criação do Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a Junho de 1967, com Jerusalém Oriental como capital e o direito ao regresso dos refugiados, e o seu reconhecimento imediato por parte das autoridades portuguesas.
Intervieram Filipe Pereira, coordenador da União dos Sindicatos do Porto, a jovem Beatriz Castro, o professor Henrique Borges (que leu um poema sobre as crianças palestinianas), Álvaro Pinto, do MPPM, e Ilda Figueiredo, do CPPC. A terminar, a presidente do CPPC garantiu que «estaremos nas ruas as vezes que forem necessárias» até que a Palestina seja independente – uma garantia que muito alegrou os presentes, determinados em prosseguir com a denúncia da ocupação e dos seus crimes e com a solidariedade a um povo que, como todos, merece ser livre.
Compromissos solidários
No sábado, 16, uma tela em branco e potes de tinta convidavam à expressão da solidariedade com a Palestina. Portugueses ou estrangeiros, foram muitos os que passavam pela Rua Augusta, uma das mais conhecidas da capital, que fizeram questão de contribuir com a sua impressão digital – pintada de vermelho, verde ou preto – para compor uma bandeira palestiniana. Até pela sua originalidade, esta acção suscitou muita curiosidade, permitindo o diálogo com muita gente sobre a ocupação da Palestina e a solidariedade com a luta do seu povo pelos seus legítimos direitos nacionais.
Na véspera, na Livraria Ler Devagar, na LX Factory, em Lisboa, foi inaugurada a exposição das obras dos 24 ilustradores que responderam ao convite que lhes foi feito para exprimirem, com o seu trabalho, a sua visão sobre o que se passa na Palestina. Sob o mote Ilustração é Resistência, responderam ao convite Alexandra Ramires, Alexandre Esgaio, Ana Biscaia, André Pereira, André Ruivo, Arianna Vairo, Catarina Sobral, Eva Evita, Júlio Dolbeth, Mantraste, Mariana Rio, Marta Monteiro, Marta Nunes, Paul Hardman, Pedro Pousada, Rachel Caiano, Rebal Bueno, Ricardo Ladeira, Sebastião Peixoto, Susa Monteiro, Susana Matos, Teresa Carvalho, Tiago Guerreiro e Vladimiro Vale. Após a visita à exposição, que poderá estará patente no local até ao dia 31, realizou-se um debate em que participaram Carlos Almeida, do MPPM, e Sofia Costa, do CPPC.
Já antes, no dia 14, mais de uma centena de jovens – mobilizados pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa – formaram uma bandeira da Palestina com cartolinas coloridas. Esta iniciativa, realizada em plena Avenida de Berna, junto àquela faculdade, teve um forte impacto público, contando ainda com as intervenções dos dirigentes associativos Luís Ferramosca e Guilherme Vaz, que destacaram a necessidade de manter uma solidariedade activa com o povo palestiniano.