Nascido em 1935, Sérgio Ribeiro participou activamente, desde jovem, no associativismo estudantil no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa, de cuja Associação de Estudantes foi vice-presidente. Neste âmbito participou em actividades desportivas que eram também de oposição ao regime fascista.

Membro do PCP desde 1959, passou a integrar na clandestinidade a célula de economistas do Partido, tendo desenvolvido diversas tarefas que o levaram a ser preso pela PIDE por duas vezes, no Aljube e em Caxias, tendo sido libertado deste cárcere a 27 de Abril de 1974. Participou no 2.º Congresso Republicano de Aveiro, em 1969, e fez parte da Comissão Nacional do 3.º Congresso da Oposição Democrática, realizado em 1973 em Aveiro.

Após o 25 de Abril, foi deputado à Assembleia da República nos anos 80, consultor-chefe da missão BIT/OIT em Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e outros países africanos, tendo integrado a delegação portuguesa à Conferência Internacional do Trabalho em 1974 (Genebra) como delegado governamental. Foi Director-Geral do Emprego.

No Parlamento Europeu, ao qual foi deputado de 1990 a 1999 e nos anos de 2004 e 2005, foi questor entre 1994 e 1999. Foi membro de várias comissões do PE e do seu intergrupo para as questões de Timor-Leste. Foi ainda eleito na Assembleia Municipal da Amadora e da Assembleia Municipal de Ourém e um dos fundadores do Conselho Português para a Paz e Cooperação. Integrava nos últimos anos a Comissão Concelhia de Ourém do PCP. Eleito no XVI Congresso do PCP, integrou o Comité Central de 2000 a 2012.

Ao longo dos anos escreveu diversos livros e artigos, fundamentalmente sobre economia política, tendo sido também professor universitário.

Uma vida que fica na memória colectiva

O Secretariado do Comité Central do PCP emitiu, logo no dia 29, uma nota em que informa do falecimento de Sérgio Ribeiro, apresenta alguns dados biográficos relevantes e transmite à sua família os «sentidos pêsames e a sua solidariedade neste triste momento».

No funeral, realizado em Ourém, Rui Fernandes, da Comissão Política do Comité Central do PCP, recordou que Sérgio Ribeiro procurava levar às novas gerações, «com quem gostava de conviver e ter uma boa conversa», o testemunho de militância e luta dos comunistas antes e depois do 25 de Abril. Para o dirigente comunista, a «vida e militância do camarada Sérgio ficarão certamente na nossa memória colectiva, ao lado de muitos de comunistas e outros democratas, essa memória viva que nos anima na luta de todos os dias, contra as injustiças e a exploração, pela construção do socialismo e do comunismo».

O CPPC e o Partido Ecologista «Os Verdes» foram algumas das instituições que lamentaram o falecimento de Sérgio Ribeiro. A Assembleia da República votou por unanimidade um voto de pesar.